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Aracaju (SE), 29 de julho de 2025
POR: José Lima Santana
Fonte: José Lima Santana
Em: 25/07/2025
Pub.: 25 de julho de 2025

Arquidiocese de Aracaju e Gestão :: Por José Lima Santana

José Lima Santana*

Pe. José Lima Santana

Não é somente o riso fácil, a voz miúda, pausada, mas o tino para o pastoreio e a gestão. É como tenho visto, silencioso, o modo de ser e de agir de Dom Josafá, cá entre nós, desde a sua chegada em maio do ano passado, embora todos têm os seus pontos positivos e negativos. É inerente ao ser humano. Eu já disse em artigo anterior que o arcebispo tem uma árdua missão pela frente, como teria qualquer outro indicado pelo Papa para nos pastorear, depois dos eventos que se sucederam à renúncia de Dom João, ou mesmo antes dessa renúncia, dado o agravamento de seu estado de saúde, que deixou a Arquidiocese como que acéfala, em certo sentido. 

Em pouco mais de um ano, Dom Josafá está tomando pé de toda a situação da Arquidiocese, partindo da Cúria Metropolitana. As mudanças internas têm sido bem vistas pela maioria do Clero. Talvez, um ou outro membro não se sinta satisfeito com essa ou aquela mudança, mas o que deve prevalecer é a autoridade do arcebispo e o apoio que a maioria lhe empresta, porém, por obediência, todos devem prestar, na forma do que dispõe o CDC, e nada aquém ou além disso.

Quanto às mudanças externas, ou seja, dos padres dessa para aquela Paróquia, como é praxe após seis anos de exercício do ministério aqui ou ali, nem todos se sentem contentes pois não se pode atender aos anseios de cada um, como cada um pode almejar. As Paróquias, por vezes, não são as que os padres podem preferir. Todavia, todos devem estar aptos e prontos para a missão, como aqueles setenta e dois que Jesus os enviou por aí. 

A estrutura administrativa da Arquidiocese, com os seus colegiados e cargos estruturais, já está devidamente delineada. Cada pessoa que comanda uma instituição eclesial ou não, pública ou privada, tem o livre arbítrio de fazer suas escolhas, para designar aqueles que lhe pareçam aptos a prestar a devida colaboração.

Recentemente, uma entidade voltada para o atendimento a instituições religiosas, no aspecto de consultoria, na área da gestão, vem de apresentar um relatório sobre a situação econômico-financeira da Arquidiocese, desde as Paróquias. 

Há muitas coisas para mudar ou melhorar na gestão. Nós padres precisamos ter consciência disso. Sob o aspecto jurídico e contábil, precisamos entender que a Igreja é uma instituição, que deve ser administrada, em todas as suas instâncias, como uma “empresa”, cada Paróquia sendo administrada como se fora uma filial. Gostemos ou não, temos responsabilidades não apenas perante o nosso Ordinário, perante o Código de Direito Canônico (CDC), mas também diante das exigências legais, impostas pelo poder público.  

A Arquidiocese de Aracaju precisa cuidar de maneira adequada do seu patrimônio, com ênfase especial para o patrimônio tombado. Aliás, nesse particular, o superintendente do IPHAN, meu colega na Faculdade de Direito, Luiz Eduardo Oliva, disse-me recentemente estar satisfeito com as atitudes do arcebispo nessa área. Construções e reformas de igrejas, tombadas ou não, devem ser submetidas ao setor competente da Arquidiocese, para evitar problemas estruturais e estéticos. 

A gestão financeira das Paróquias e da própria Arquidiocese deve melhorar em termos de controles e eficiência. Os levantamentos feitos pela Consultoria mostram isso. É fato. Na Igreja Católica, como todos sabem, o “dízimo”, por exemplo, é facultativo, cada fiel contribuindo como quer e pode. Não há exigência no sentido de “devolver” os 10% (dez por cento), como parece ocorrer em outras denominações ditas cristãs, pelo que se vê na televisão ou na internet. Para nós católicos, o que vale é a generosidade livre de cada um. Coletas e doações, além de rendimentos de aluguéis – como algumas Paróquias têm e a própria Arquidiocese – complementam as receitas. Há apertos em algumas Paróquias. Mas, há, também, a necessidade de, aqui ou ali, o trabalho pastoral ser desenvolvido com maior ênfase. Por que perdemos fiéis? O que temos feito para parar essa sangria? Onde reside o problema? No Clero, nos fiéis, nas teologias que são propostas, beirando ao aliciamento? Em mudanças de critérios pastorais? 

Por sinal, na área pastoral, aguardamos o próximo plano arquidiocesano e/ou instruções do senhor arcebispo. Há muito a fazer. Muito. E, cada um no seu canto, deve arregaçar as mangas. “Eis que vos envio...”, disse Jesus. 

Enfim, o arcebispo deve cuidar do seu Clero, como Pastor (pai e irmão), mas aplicando as disposições canônicas devidas e necessárias, quando for preciso, inclusive as mais contundentes, nos casos de potencial gravidade. 

*Padre (Paróquia Santa Dulce dos Pobres – Aruana - Aracaju), advogado, professor da UFS, membro da ASL, da ASLJ, da ASE, da ADL e do IHGSE.


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