Aracaju (SE), 21 de novembro de 2024
POR: Marcio Rocha
Fonte: Marcio Rocha
Em: 16/01/2021 às 08:00
Pub.: 15 de janeiro de 2021

Pelo bem da economia, das famílias, o auxílio emergencial é necessário :: Por Marcio Rocha

O auxílio emergencial, programa que promoveu distribuição de renda para os brasileiros ao longo do ano de 2020, diante do cenário mais caótico da pandemia da COVID-19, foi um alento que promoveu a inclusão de milhões de pessoas no mercado consumidor diante de um cenário no qual o desemprego e a falta de recursos atingiram as famílias em cheio. Sem dúvida, foi em termos proporcionais o projeto social mais rápido a ser aplicado em nossa história. Teve pouco mais de duas semanas para ser elaborado, ter sua previsão orçamentária e aplicação, ante o quadro de urgência extrema. A capacidade de atendimento às pessoas do governo foi 
aprovada por todo o Brasil.

Com o auxílio, mais de 480 mil pessoas em Sergipe conseguiram manter ou elevar seu poder de compra, injetando mais de 3 bilhões de reais na economia local. Esses recursos movimentaram o comércio, ajudando as lojas na sobreviverem depois dos problemas decorrentes da pandemia. Os recursos fizeram com que a economia sergipana continuasse fluindo, impedindo que os números de fechamento de lojas e desemprego aumentassem sobremaneira. Essas pessoas, com a perda desse dinheiro que ajudou a manter-lhes e também foi prestimoso para a sobrevivência dos negócios, deixam de consumir, num momento crucial em que o ciclo econômico demanda sustentação. Isso é preocupante para o cenário futuro de toda a cadeia produtiva sergipana.

Existem problemas no que diz respeito ao auxílio, sua manutenção e distribuição de recursos para as pessoas. A inclusão financeira de muitos desses foram pessoas desempregadas, ou até mesmo que nunca foram colocadas no mercado de trabalho anteriormente, elevando os custos do programa social emergencial do governo federal. Isso um dia iria acabar, por ser transitório para o período da pandemia. Não é o momento apropriado para que essa ajuda às famílias se encerre, contudo, como pagar essa conta? Os cofres públicos não suportam essa carga excessiva de saída de dinheiro, sem uma fonte pagadora para sustentá-la. O desequilíbrio provocado nas contas públicas com o pagamento do auxílio emergencial é grande. Mas o que pode ser feito para manter o auxílio?

Primeiramente, deve-se fazer a triagem das pessoas que realmente se enquadram no perfil de recebedores do auxílio. Casos de pessoas que não precisavam dos recursos e usaram de má-fé para obter R$ 600 no bolso estouram para todos os lados. A celeridade em conceder o benefício certamente impediu que se fosse feito um estudo socioeconômico das pessoas, a fim de identificar aqueles que realmente precisassem desse dinheiro para sobreviver. Revisar os valores pagos é necessário, para que se possa pagar àqueles que tenham necessidade de fato dos recursos para manter seu sustento e o de suas famílias. Não é tarefa fácil a ser feita, mas é necessária. Manter o auxílio, nesse momento teria importância superlativa para a garantia da fluidez do cenário econômico local e nacional. Entretanto, também precisa se estudar uma maneira de pagar essa conta, sem que o teto de gastos seja ultrapassado.

O Governo de Sergipe foi presciente acerca dessa situação e promoveu uma reorganização do pagamento do benefício de R$ 100 pago para famílias do estado. Inicialmente eram 25 mil famílias recebendo esses recursos. Depois de estudar o cenário de cada região e unidades familiares, chegou-se ao denominador de manter o pagamento para 6 mil famílias, aquelas que se encontram em maior vulnerabilidade. Isso é entendimento e planejamento para situações de crise, compreendendo a realidade e fornecendo ajuda humanitária a quem mais precisa.

O que falta na tentativa de manter o auxílio emergencial federal é justamente um estudo desse tipo, pois ainda têm milhões de famílias que precisam desse dinheiro para sobreviver. Se houver a correção dos valores, identificação do perfil dos recebedores e aferição de como as famílias utilizaram esse dinheiro, dá para poder tentar manter o pagamento para quem realmente precisa. A sobrevivência do mercado depende disso.

O auxílio emergencial foi a salvação de milhões de pessoas e um fôlego para o comércio, que também ajudou a movimentar todos os setores da economia. E, nesse momento em que a doença volta a avançar e assola os lares dos brasileiros, é necessário que seja mantido para quem mais precisa. O Brasil, nesse momento precisa do auxílio emergencial, ou voltará a precisar diante do apontamento de crescimento dos casos e mortes pelo coronavírus, que mais uma vez volta a assombrar assustadoramente todas as pessoas.


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