O novo indicador para aluguéis é uma boa? :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha (Foto: Arquivo Pessoal)
Para as famílias também foi uma catástrofe, porque as mortes de pessoas economicamente ativas decorrentes da COVID provocaram uma hecatombe orçamentária nas casas. A perda da fonte de renda não veio somente por decorrência dos falecimentos, mas também do indicador de desemprego, que veio a galope nos meses de março a agosto do ano retrasado e que se arrastou pelos meses seguintes, fazendo com que os orçamentos familiares encolhessem. Mas e para quem mora de aluguel, como pagar todo esse percentual de aumento em 2020?
Para os donos de imóveis, perder seus inquilinos não era a melhor alternativa. Então muitas negociações aconteceram entre as partes para evitar a desocupação e em grande parte dos casos abriram mão do IGP-M para majorar os valores, porque o indicador estava com um crescimento completamente fora de órbita. Esperava-se uma oscilação menor para 2021, bem menor. Entretanto isso não aconteceu. O indicador fechou em altos 17,7% no ano passado. Seria esse medidor a melhor variável para a correção dos aluguéis?
Para 2022, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) criou um novo indicador com a finalidade de medir a variação dos reajustes de aluguéis, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), que traz a confiança de uma avaliação mais justa dos valores cobrados pela locação dos imóveis, criando a expectativa de maior economia e formação de preços mais justos para o mercado. O cálculo do índice é baseado na análise de 10.000 contratos assinados de locação de imóveis ligados a empresas administradoras do setor em quatro das maiores capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
Segundo a FGV, se o indicador já estivesse em vigência no ano passado, ao invés de quase 18% de elevação nos preços, a variação seria negativa, com -0,61% no acumulado em 12 meses. O que mostra uma realidade mais próxima da vida dos empresários brasileiros, que neste momento estão na busca da recomposição de receita para suas empresas, para seguir o caminho do crescimento, bem como para as famílias, que estão no processo de recuperação de renda, com a retomada do crescimento dos postos de trabalho. Estamos em uma forte crescente na geração de empregos, após todos os problemas da pandemia, e isso é importante para que a economia se descomplique.
Além disso, o IVAR foca somente na questão dos aluguéis. O IGP-M conta com uma grande quantidade de variáveis para sua medição, como comércio atacadista, varejo, bens de consumo e serviços, fazendo uma média geral.
*Tema abordado atendendo ao pedido do leitor Carlos Martins
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