Saque anual do FGTS pode somar R$ 150 bi :: Por Marcio Rocha
Saque anual do FGTS pode somar R$ 150 bi
A nova modalidade criada pelo governo Jair Bolsonaro de saque de uma parcela do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) no mês de aniversário do cotista pode liberar até R$ 150 bilhões nos dois primeiros anos, segundo a justificativa encaminhada ontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, junto com a medida provisória (MP) que alterou o funcionamento do fundo e elevou a rentabilidade. Esse valor se somará aos R$ 40 bilhões que o governo autorizará com um saque "emergencial" do FGTS entre setembro deste ano e março de 2020, no montante de R$ 500 por conta do trabalhador.
Outra medida adicional é a liberação de R$ 23 bilhões das contas do PIS/Pasep (saldo que o governo Temer tentou extinguir por duas vezes, sem sucesso). A expectativa é que esse conjunto de medidas terá um impacto de 0,35 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB).
Na quarta-feira, a equipe econômica evitou divulgar o número do saque-aniversário, dizendo que o valor dependeria da adesão a essa nova modalidade. A diferença entre a disponibilidade e o demandado é de R$ 93 ,5 bilhões. Questionado sobre valor de R$ 500 para saque FGTS este ano, o presidente Bolsonaro afirmou que "quem acha que está pouco, é só não retirar".
Emprego formal tem melhor junho em seis anos
A criação de 48,4 mil vagas com carteira assinada em junho, a melhor para o mês em seis anos, ainda não sugere uma recuperação do mercado de trabalho formal, afirmam economistas, que veem, contudo, espaço para que a geração de emprego neste ano seja melhor que a de 2018. A criação de menos de 100 mil vagas é tendência relativamente recente: de 2002 a 2013, a média de empregos formais gerados era de 175 mil. Para o economista Cosmo Donato, da LCA Consultores, mesmo afinada com sua expectativa, a geração de 40 mil postos de trabalho em junho foi "bastante moderada". "Está muito alinhada com cenário de criação de vagas bastante morno, que ainda não colheu efeitos benignos de um possível choque de confiança e de melhora do ambiente de negócios pela perspectiva de aprovação da reforma da Previdência", afirmou. Mesmo o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, reconheceu que a geração de junho não foi tão expressiva. Mas, segundo ele, a tendência é que o resultado do ano fechado seja melhor que o de 2018. "Estamos saindo de três anos de recessão muito grave, da pior recessão que este país já enfrentou na sua história. Então os desafios são realmente brutais que estão colocados ao governo Bolsonaro." No acumulado do ano, foram geradas 408.500 vagas, acima do registrado nos seis primeiros meses de 2018, quando a criação de empregos com carteira somou 392.461.
Governo do Estado inicia calendário de pagamento dia 31
O Governo do Estado inicia o calendário de pagamento referente ao mês de julho na próxima quarta-feira (31). Nesta data, recebem os servidores com vínculo efetivo ativos, aposentados e pensionistas com vencimentos até R$ 3 mil, além de servidores efetivos do Sergipeprevidência, Ipesaúde, Segrase, Agrese e servidores lotados em escolas da Secretaria da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc). No dia 13 de agosto, recebem os demais servidores ativos, aposentados e pensionistas cujos vencimentos estão acima de R$ 3 mil, bem como todos os servidores comissionados sem vínculo. Todos os valores serão creditados na conta dos servidores sempre às 9 horas da manhã, em cumprimento à uma resolução do Banco Central (Bacen), que determina que o Banco do Estado de Sergipe (Banese) disponibilize salários no mesmo horário tanto para os servidores que recebem via Banese, como também para os que recebem por portabilidade.
Cresce aposta em corte da Selic para 6%
A aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados tirou da frente do Banco Central (BC) uma das principais fontes de risco, abrindo espaço para que a autoridade inicie já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) um novo ciclo de corte da Selic. Sem essa incerteza, o BC vai conseguir responder diretamente ao quadro macroeconômico: inflação caminhando para ficar abaixo da meta e a atividade insistentemente fraca. Do levantamento feito pelo Valor Econômico com 48 economistas, 44 (ou 92% do total) esperam corte da Selic. E a maioria tem apostas mais ousadas: 25 casas, ou 52%, esperam redução de 0,50 ponto percentual. O Copom anuncia na próxima quarta-feira sua decisão sobre o rumo dos juros.
Rogério Marinho vê nova reforma em dez a vinte anos
A reforma da Previdência ainda tem um longo caminho a percorrer, mas o próprio governo já considera o texto insuficiente e prevê a necessidade de novas mudanças dentro de alguns anos. O secretário da Previdência e do Trabalho, Rogério Marinho, afirmou que o texto da reforma da Previdência aprovado em primeiro turno pelos deputados é "extremamente vigoroso", tanto do ponto de vista da economia fiscal quanto em relação à manutenção da "espinha dorsal" do projeto original enviado pelo governo. Marinho lamentou que alguns pontos, porém, tenham sido retirados da proposta, como o gatilho automático que aumentaria a idade mínima para aposentadoria conforme a expectativa de vida da população fica maior, e estimou que, com essa reforma, um novo ajuste será necessário após 10 ou 20 anos. "Com essa reforma atual, calculo que após 10, 15, 20 anos precisaremos nos debruçar de novo para fazer um ajuste. A reforma por si só não é uma panaceia, mas dará segurança para que o investidor se sinta confortável", avaliou. Sobre a retirada de Estados e municípios do texto, Marinho disse que a decisão foi política, principalmente devido à contrariedade dos governadores do Nordeste.
Por Marcio Rocha
Recebido em 26/07/2019 13:41, publicado em 25/08/2019 13:18
Contato: Marcio Rocha - marciorocha@fecomercio-se.com.br
FGTS - Foto de arquivo: Marcelo Camargo/Agência Brasil