Juros abaixo de 5%: parece que ainda não caiu a ficha! :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha (Foto: Arquivo pessoal)
*Lucas Iglesias (Wert Investimentos)
Parece que ainda não caiu a ficha dos grandes fundos de pensão como também de grandes investidores sobre o fato de que os juros irão a patamares inferiores a 5% a.a. Quando que, aqui no Brasil, terra do rentismo, imaginar-se-iam juros tão baixos? Como esses fundos irão cumprir suas metas atuariais?
Essa nova dinâmica irá trazer uma enxurrada de dinheiro no mercado de capitais via bolsa de valores. Várias empresas abrirão capital com preços a níveis históricos e, provavelmente, nosso índice da B3, o Ibovespa, a buscar novas máximas. Esse forte movimento em boa parte será por questão de fluxo.
Vale atentar que os grandes fundos de pensão, investidor estrangeiro e alguns institucionais ainda não entraram em nossa Bolsa. Atualmente, no Brasil, temos cerca de 6 trilhões de reais em títulos de renda fixa. Imagine se entrarem em nossa Bolsa cerca de 10% disso? Estamos falando de aproximadamente 600 bilhões de reais em compras de ações. Como esses fundos de pensões possuem metas atuariais a serem cumpridas, não há outra alternativa a não ser do aumento à exposição do risco para conseguir cumprir seus mandatos.
Com juros tão baixos, as pessoas físicas já estão fazendo conta e cada vez mais interessadas a aprender sobre o mercado financeiro e a bolsa de valores. Afinal, um rendimento da poupança de cerca de 3% a.a não anima ninguém a deixar o dinheiro parado lá.
Todo esse novo cenário de juros em queda e a nova dinâmica do mercado de capitais irão trazer muitas oportunidades, seja para economia real como para os investimentos em renda variável (Bolsa de Valores). Por isso, se você ainda não leu, não começou a estudar sobre o mercado e, principalmente, a direcionar suas economias para esse tipo de aplicação, provavelmente entrará atrasado e no final da festa!
Comentário
Abri o espaço da coluna, para o raciocínio de Lucas, porque achei interessante o argumento, que corrobora com o pensamento explicitado na semana passada, quando falamos sobre os juros a 5.5% anuais. O assessor de investimentos traz uma luz que pode clarear muito os investidores que não querem aplicar seu dinheiro em fundos que não sejam tão rentáveis, e que assumam um pouco de risco. Risco esse, que diante da rentabilidade que a Bovespa está promovendo, vale a aposta.
O Índice Bovespa, nos últimos três anos, apresentou um crescimento estratosférico em papéis como o Magazine Luíza, Itaú, Santander, entre outras que têm conseguido uma grande margem de capitalização do mercado. Mas existem as empresas de papéis com menor valor, como a Via Varejo e lojas Marisa, que deram grandes disparadas. Essas empresas são os conhecidos “small caps”, negócios que estão em processo acelerado de expansão e seu lucro tem aumentado substancialmente. Em um ano, as ações ordinárias da Marisa cresceram 125% em seu valor. A Via Varejo, no mesmo período valorizou mais de 60%.
O medo do investidor, pequeno, médio ou grande é a descapitalização da empresa, sua desvalorização. Para aquele que observa o mercado cotidianamente e não sabe como operar, pode ser um grande susto ver o seu dinheiro encolher de um dia para o outro, mas vale a pena sim manter investido o seu recurso no capital das empresas. Riscos todos correm, mas os potenciais ganhos que o mercado está proporcionando para quem aplica seus recursos, valem muito a pena. Existem várias opções, mas a poupança, com meros 3,3% ao ano não é a alternativa para quem quer elevar seu capital. Considere essa hipótese.
Por Marcio Rocha
Recebido em 03/10/2019, publicado em 03/10/2019 18:02
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Marcio Rocha - Imagem: arquivo pessoal