Expectativa de crescimento nas vendas do comércio contagia :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha (Foto: Arquivo pessoal)
O volume de vendas do comércio varejista deverá ser impactado positivamente no período final deste ano. Há uma expectativa interessante para a elevação das vendas no mês de outubro, que deverão ser impulsionadas pelas compras das famílias para o dia das crianças, terceira melhor data de vendas do comércio sergipano, de acordo com informações pesquisadas pela Fecomércio. A expectativa da entidade é que a elevação possa ser de 2,5 a 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Fatores importantes como a liberação dos saques do FGTS e PIS/PASEP deverão contribuir positivamente para o crescimento do varejo. Os meses de novembro e dezembro deverão alavancar as vendas, com a chegada da Black Friday e vendas do período natalino. As projeções dos analistas de economia são as melhores possíveis para o trimestre final do ano. A expectativa de reversão do quadro negativo do volume de vendas contagia os empresários no momento. O comércio varejista está sofrendo neste ano, com vendas queda de -1,7% de janeiro a agosto.
Óleo nas praias
O desastre ambiental que atingiu toda a região Nordeste provocará danos que criarão uma complexidade no volume de negócios do setor de serviços. A economia do setor já está sentindo os reflexos da sujeira nas praias sergipanas, que estão tomadas por manchas de óleo ainda de origem desconhecida, mesmo com a suspeita de ser venezuelana. Vários donos de bares reclamaram que na última semana, desde a descoberta do petróleo nas praias, os clientes estão desaparecendo. Os negócios que possuem relação direta com as praias inevitavelmente irão sentir um impacto desagradável com a potencial fuga de público consumidor. Mesmo com os esforços do Governo do Estado, por meio da Adema, e da Prefeitura de Aracaju, através da SEMA, além das prefeituras dos municípios impactados pela tragédia, não será fácil manter a clientela nos bares. Urge a contratação de empresas especializadas em limpeza e saneamento ambiental para ajudar a minimizar os estragos decorrentes do óleo nas praias, para evitar um dano maior na economia do setor de serviços de bares e restaurantes de praias. Os reflexos deverão ser sentidos também no setor hoteleiro com a retração na frequência de público no estado.
Empresas sergipanas em risco
O Consórcio do Nordeste, para Sergipe, em minha opinião, é altamente prejudicial. As empresas locais não terão condições de competitividade para as compras conjuntas dos estados. Vou colocar como exemplo uma empresa do comércio de medicamentos. A empresa de remédios de Sergipe que pode atender uma compra do estado em 20 mil caixas de uma molécula, certamente não conseguirá atender a compra coletiva dos estados, no caso de pedido de um milhão de caixas. Isso porque sua projeção é de atendimento para o mercado regionalizado, com compatibilidade com a demanda corrente. Para Sergipe, esse consórcio poderá resultar em desemprego. Pois, com as compras coletivas, as empresas locais não terão condições de competitividade e atendimento rápido para os grandes volumes solicitados. Elas têm condições de atender o mercado local, por estarem adaptadas à realidade regional. Com as dificuldades de vender grandes montas de modo imediato, não terão condições de atendimento. Isso vai resultar numa eliminação natural diante dos grandes players.
Renda do MEI é superior
Um levantamento feito pelo Sebrae mostra que o Microempreendedor Individual (MEI) representa a única fonte de recursos para quase 13,2 mil famílias sergipanas. O universo de pessoas que dependem da renda de um MEI é de mais de 43 mil pessoas. No estado a renda média familiar desse segmento foi de R$ 3.597 mensais, o que corresponde a pouco mais de 3,5 salários mínimos. A pesquisa, intitulada ‘Perfil do MEI’, mostra ainda a atividade é a única fonte de rendimentos para 72% das pessoas que se formalizaram como microempreendedor individual. Isso representa um universo de 29,6 mil profissionais. O MEI sergipano é em sua maioria do sexo masculino (57%), tem em média 42 anos e possui o ensino médio completo. O principal motivo que levou esses pequenos empresários a buscar a formalização foi a possibilidade de contribuir para o INSS (27%), seguido pelo desejo de ter uma empresa formal (22%). Além disso, eles exercem prioritariamente a atividade em sua própria residência.
Por Marcio Rocha
Recebido em 03/10/2019, publicado em 03/10/2019 18:02
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Marcio Rocha - Imagem: arquivo pessoal