Aracaju (SE), 04 de dezembro de 2024
POR: Marcio Rocha
Fonte: Marcio Rocha
Em: 03/07/2020 às 12:53
Pub.: 06 de julho de 2020

Sergipanos não respeitam isolamento social, espalham o COVID e destroem a economia :: Por Marcio Rocha

Márcio Rocha (Foto: Arquivo pessoal)

Márcio Rocha (Foto: Arquivo pessoal)

A nuvem de gafanhotos que está avançando pela América do Sul, destruindo plantações e criando problemas severos na produção agrícola da Argentina, desencadeando um agravamento ainda maior na economia já destroçada dos nossos vizinhos, é pouco diante do que se provoca de destruição da economia pelo desrespeito ao isolamento social. As atividades econômicas permaneceram fechadas em sua totalidade, durante mais de 100 dias e agora estão abertas parcialmente, foram prejudicadas de modo muito severo por causa de um simples fator: a desobediência ao isolamento social.

Nosso estado, segundo indicadores divulgados pelo Observatório de Sergipe, é detentor do nono pior índice de isolamento social do Brasil e segundo do Nordeste, com 38,2% conforme dados do dia 01 de julho. Já no que diz respeito ao período correspondente entre 26 de fevereiro a 01 de julho, a média é de 39%, muito abaixo do índice recomendado, que é de 70%. As pessoas residentes em Telha, Nossa Senhora das Dores, Campo do Brito, Boquim, Umbaúba e Tobias Barreto são as mais desobedientes, com indicativos que apontam menos de 30% na média de isolamento semanal. Nenhum município possui indicador superior a 49% em todo o estado, de acordo com o estudo divulgado.

A população de Aracaju ajuda ainda menos, pois a cidade que concentra quase um terço das pessoas do estado detém a sétima pior posição no Brasil e a segunda do Nordeste no isolamento social. Um triste indicador que mostra a irresponsabilidade das pessoas e o desrespeito à própria vida e às vidas alheias. Essa desobediência é contraditória ao que as pessoas divulgam e publicam nas redes sociais, pedindo uns aos outros que fiquem em casa e se preservem contra o coronavírus. O Sergipano mostra que tem, na realidade completo desprezo consigo próprio e com a coletividade. É chato falar sobre isso, mas é a verdade.

De acordo com o estudo, a região metropolitana de Aracaju é o grande foco da doença, colocando a população de municípios vizinhos em risco. A doença se alastra à medida em que as pessoas vão para festas clandestinas, saem individualmente para os mesmos lugares e promovem aglomerações desnecessárias. Será que realmente isso é dar valor à vida? O que temos visto nas mesmas redes sociais em que se fazem pedidos de “fique em casa”, são fotos que entregam as atitudes que colocam em conflito os seus pedidos, com os seus reais desejos e atitudes.

Esse processo de... não sei, ignorância, desleixo, falta de responsabilidade individual, é o principal fator contributivo para que a economia continue encolhendo. Pois com as pessoas nas ruas fazendo o que bem entendem, empresas continuam fechadas, trabalhadores ficam sem exercer o seu ofício e isso impede o sustento das famílias. Nesse mesmo caminho da desobediência, crescem os números de infectados e mortos. Realmente é isso que queremos para nosso estado? Enquanto uns vivem esse período como uma grande colônia de férias e festas, outros querem trabalhar para poder manter suas casas.

Contudo, não estão podendo porque a doença de alastra e segue aumentando o número de pessoas doentes e famílias chorando seus mortos. Pessoas inocentes que pagam pela irresponsabilidade alheia. Obviamente não todos os que morreram estavam praticando o isolamento social, mas as lágrimas derramadas pelos familiares de quem foi levado pela mazela, mostram que a grande maioria estava tentando salvar a própria vida.

Até quando enfrentaremos essa pandemia? Estudos indicam que em meados de novembro, a coisa estará mais leve. Entretanto, precisaremos esperar até lá, quando cada um de nós é responsável pelo impedimento da disseminação da COVID? Enquanto pessoas morrem, famílias são devastadas e empregos são perdidos, outros curtem, farreiam e vivem despreocupados com o que acontece. Não somos invulneráveis, todos estamos sujeitos ao contágio. Pense nisso... Se fizermos somente o necessário, sairmos somente para o que devemos fazer, a vida voltará ao normal mais rápido. A economia voltará a funcionar na tentativa de reaceleração e os empregos poderão ser recuperados. Uns tem chorado vidas, outros choram por não ter como manter suas vidas e suas famílias. No fim das contas, todos somos culpados por isso.

Quer sair para fazer sua atividade física? Saia sozinho realmente, ou na companhia de uma pessoa no máximo, para que não seja nada entediante. Quer fazer sua compra no comércio? Compre somente o necessário e dê preferência a quem estava fechado nesse momento turbulento. Atitudes como essa elevarão o isolamento, diminuirão a taxa de transmissão da doença, ajudarão nossa economia a se recuperar, salvarão empregos e até mesmo a sua vida. Salve-se.


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