A pandemia não pode continuar afetando o emprego :: Por Marcio Rocha
O que mais preocupa na vida das pessoas é a condição de endividamento. Em tempos nos quais a manutenção dos empregos depende diretamente da abertura das atividades econômicas, fechá-las só vai piorar a situação geral da economia do estado, criando problemas além da própria ordem econômica, sociais. O mercado sergipano apresenta uma recuperação gradativa e importante, pois no ano passado, neste período o indicador de emprego começou a apontar queda que terminou levando quase 15 mil postos de trabalho, contagem igual à de 2016, quando a baixa no estado, decorrente da crise econômica, foi grande.
Márcio Rocha (Foto: Arquivo Pessoal)
Dessa vez além da crise de saúde, que enfrentamos durante a pandemia, veio como dano colateral a crise econômica, que levou as vendas do comércio a uma grande queda, a produção industrial foi puxada para baixo como consequência e o resultado desagradável da redução dos postos de trabalho foi o mais sensível. Milhares de pessoas sofreram com isso, pois a redução do emprego é consequência da redução da atividade econômica, que foi praticamente a zero por um período considerável. Entretanto, a recuperação foi forte, com o crescimento das vendas do comércio, a retomada da indústria, a elevação dos trabalhos no agronegócio, o que fez por elevar a empregabilidade. Estamos há sete meses com crescimento no número de empregos em Sergipe. Os dados do CAGED de fevereiro indicaram 352 novos postos de trabalho criados. E isso é o melhor termômetro para entender o cenário da economia. Se o emprego se recupera, todo o ciclo produtivo também está se reerguendo.
Os resultados são bons, verdade. Contudo, a pandemia ainda se encontra também em processo de aceleração, com mais pessoas internadas que no pior momento do ano passado. A ultrapassagem aconteceu na semana passada, o que provoca preocupação em todo o contexto. As pessoas ainda não tomaram consciência que suas atitudes são o principal caminho para a continuidade da transmissão da COVID e parecem ignorar o problema. Essas mesmas pessoas que semanalmente estão sendo vistas nas redes sociais fazendo aglomerações, festinhas em casas de praia, sítios, chácaras e até mesmo nas ruas, são em sua grande maioria trabalhadoras do setor terciário, que movimenta 70% do fluxo produtivo e gerador de renda para as famílias. Enquanto esse comportamento permanecer, não poderemos precisar o que vai acontecer com as empresas, os empregos e as vidas das pessoas.
Não adianta o Governo do Estado seguir com medidas de controle, para evitar o contágio da doença, se as pessoas não colaboram com o que tem sido determinado. A ignorância, ou até mesmo desdém, acerca do que está acontecendo é que tem provocado essas dificuldades todas para a sobrevivência dos negócios e manutenção dos empregos. A pandemia levou mais de 3.500 pessoas, mas também provocou a demissão de quase 15 mil trabalhadores. Neste momento, o que se deve fazer para preservar sua vida e seu posto de trabalho, é seguir as orientações sanitárias e cumprir as determinações do decreto governamental. É necessário que neste momento tomemos essas atitudes, para que mais à frente possamos continuar sendo fortes não somente na saúde, mas também na produtividade. A pandemia não pode continuar afetando o emprego. E o agente essencial para que isso pare de acontecer é você.