Inflação atinge 10,14% em Aracaju. Combustíveis, alimentos e energia puxaram indicador :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha (Foto: Arquivo Pessoal)
Basicamente, isso quer dizer que o custo de vida dos aracajuanos, tomemos por Sergipe como um todo, aumentou mais que no Brasil. Os grupos de setores que são medidos pelo IBGE apresentaram elevação para as famílias sergipanas, com majoração dos valores percentuais. Ou seja, estamos gastando mais para manter nosso padrão de vida.
O grupo de alimentos e bebidas apresentou aumento de 8,62%, então se alimentar ficou mais caro, obviamente. Já os indicadores para os custos de habitação aumentou 11,37%, artigos de residência 10,78%, vestuário 11,21%, saúde e cuidados pessoais 4,59%, despesas pessoais 4,67%, educação 8,07%, comunicação 2,77%. Mas o que mais apresentou elevação e puxou o custo de vida dos sergipanos para cima foi o custo dos transportes, com crescimento de 21,87%.
No subgrupo de alimentos, o que mais apresentou aumento foi o segmento de aves e ovos, com 23,55%. O que mostra que a fonte de proteína mais acessível para as famílias, principalmente as mais pobres, elevou seu preço em quase um quarto em um ano. Outro subgrupo que elevou o preço foi o de açúcar e derivados, com 18,62%. Individualmente, os três maiores aumentos foram no cafezinho nosso de cada dia, com 50,2%, a mandioca, com 48% e o açúcar refinado, com 47,8%, segundo os dados.
As elevações constantes nos preços dos combustíveis levaram ao aumento considerável da inflação no país e no estado, sendo o principal fator que puxou os preços dos produtos para cima. Afinal, tudo depende de transportes e quando o combustível aumenta, tudo é puxado para cima junto. Os combustíveis em geral, no final do ano passado custaram 49,02% a mais do que custavam em janeiro e isso pesa muito no bolso das famílias que possuem veículos à combustão. Quem tem carro ou motocicleta reclama e com razão dos preços caros dos combustíveis, que estão muito elevados. O que mais apresentou aumento do preço foi o etanol, que elevou 62,23%, seguido pela gasolina, com 47,49% e o óleo diesel, com 46,04%.
Mas não ficou somente no custo dos combustíveis para transportes. O combustível residencial, nosso conhecido botijão de gás, também sofreu uma elevação muito alta no ano passado, com 36,99% de aumento no valor. Isso até levou o Governo Federal a reeditar algo que existiu há muito tempo, o vale-gás, para tentar diminuir o peso do preço do gás de cozinha nas famílias mais pobres. Vamos esperar para ver se a medida realmente dará certo. O gás encanado também sofreu uma majoração elevada, com 28,39%.
Já outra coisa que impacta diretamente no bolso das famílias também sofreu um aumento muito grande neste ano. A crise nas usinas de produção de energia hidrelétrica, por causa das baixas nos reservatórios de água, levou ao acionamento de usinas termelétricas para a produção de energia, com a finalidade de alimentar a operação de distribuição energética para o país. Isso resultou na elevação de 21,21% do preço da energia residencial. E, para piorar, ainda estamos pagando pela bandeira tarifária vermelha. Quanto mais consumimos, mais pagamos essa tarifa extra. Para uma conta de R$ 500, 100 reais são somente de bandeira tarifária.
O preço elevado das commodities no mercado internacional, que provocaram um grande aumento nas exportações brasileiras no que diz respeito ao agronegócio também influenciou diretamente no processo inflacionário brasileiro.