Aracaju (SE), 11 de dezembro de 2024
POR: Marcio Rocha
Fonte: Marcio Rocha
Em: 27/05/2022 às 10:37
Pub.: 30 de maio de 2022

As Páginas da História :: Por Marcio Rocha

Marcio Rocha - Foto: Arquivo Pessoal

Marcio Rocha - Foto: Arquivo Pessoal

Quando paramos para pensar no que vivemos e vimos ao longo da vida, logo nos vêm à mente a presença de boas pessoas que fazem parte de nossa convivência, pessoas que são do bem e nos fazem bem. São tantas que marcam nossa história, outras que marcam a história de muitas pessoas, da cidade, do estado, de alguma coisa específica... São tantas recordações que não se vêm somente de um momento, mas que juntam-se a outros momentos e compõem os capítulos de algo chamado “O Livro da Vida”. Cada um tem seu próprio livro da vida, mas estes se juntam e formam uma história que tem vários personagens. Escrevem-se assim, as páginas da história.

Acho até que isso dará uma série, considerando que em vários momentos dei uma guinada na nossa coluna, deixando de descomplicar a economia, para falar sobre personagens que com seu trabalho descomplicaram a economia de Sergipe. E hoje não poderia deixar de falar sobre o leitor número um de nossa coluna. Nesta semana, não tem como deixar celebrar um dos grandes expoentes da vida empresarial sergipana, José Raimundo dos Santos, nosso Raimundo da Galeno. Afinal, ele tem em seu bojo a trajetória do comércio sergipano ao longo do século passado e ainda hoje possui um grande poder de influência na vida comercial de nosso estado. São 87 anos de vida, com muitas histórias pra contar, e muitas também contadas nas páginas do livro “Raimundo da Galeno, uma História de Superação”, lançado pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, nesta semana. Capítulos bons, capítulos maus, todos temos isso em nossas vidas, mas aprofundar o conhecimento sobre a vivência de uma pessoa que traz no calendário muitos ensinamentos, é sempre muito bom. É a vida que nos ensina e faz com que ensinamos outras pessoas.

Não vou aqui me ater a nada constante no livro. Acho que, assim como eu, você deve buscar a oportunidade de ter seu exemplar e conhecer melhor a história e a pessoa de Raimundo da Galeno. É melhor contar somente sobre o empreendimento que lhe deu uma trajetória ascendente sem limites na vida empresarial sergipana. A Farmácia Galeno, que neste sábado tem exatamente 55 anos, 8 meses e 13 dias de fundação, datada de 15 de setembro de 1966. O nome surgiu porque Raimundo acreditava que não havia melhor maneira de definir seu empreendimento que ter o nome do “pai da farmacologia”. Mal sabia ele que este se tornaria seu nome mais conhecido, pois falar em Raimundo é fácil, mas falar na Galeno, remete a ele de forma ainda mais forte. Isso é também um case de sucesso econômico, quando a marca se torna a pessoa e não a pessoa se torna a marca. 

Depois de ter trabalhado como contínuo, ou office-boy, como preferirem, Raimundo começou a trabalhar na antiga Farmácia Popular, ao lado do Café Aragipe, local o qual se tornou um de seus principais pontos de encontro diários com os amigos. De três anos atrás do balcão, decidiu empreender. Adquiriu uma das coisas mais importantes na vida de alguém, uma boa rede de contatos. Contatos os quais lhe possibilitaram a oportunidade de comercializar medicamentos. Viajou para fora do estado, ampliou seu leque de amizades, voltou com maior profusão no mercado, mas ainda era vendedor. Eis que surge a oportunidade de ter o seu negócio. Sem muito dinheiro, mas com bastante coragem, comprou a farmácia de Zé Andrade. Não sem antes ouvir D. Isa, sua esposa, que o estimulou a imergir no negócio e emergir com um legado. Não é fácil comprar um negócio já estabelecido sem capital para avalizar, mas Raimundo descomplicou e conseguiu. Daí surgiu toda a vida empresarial, classista, maçônica, profissional de um homem que atuou de forma grandiosa para fazer parte da vida dos sergipanos e transformar em seu tempo a vida dos trabalhadores do comércio, se tornando presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac.

Ouvi isso do velho Cordeiro, mais uma das histórias que meu pai me contou e que hoje consigo transmitir para vocês. Mas o ideal é que você, meu caro leitor, conheça melhor o meu leitor número um, devorando as 172 páginas da história fáceis de serem lidas, encadeando cada momento, cada capítulo, cada causo contado no livro que a Federação do Comércio publicou em homenagem ao seu decano. Começo a minha leitura hoje!

Meu velho, certamente nossa conversa semanal sobre o tema será mais prazerosa hoje. Depois vamos discutir com um Identidade no Cacique Chá e um Cohiba em um banco de praça, para darmos mais algumas risadas. Estou muito orgulhoso de você, meu amigo.


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