Isenção de impostos para compras internacionais de até 50 dólares e seu impacto no emprego :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha*
A crescente popularidade das compras online trouxe consigo uma série de mudanças no cenário econômico global. No Brasil, um fenômeno que merece destaque é a isenção de impostos para compras internacionais de até 50 dólares. Embora essa medida possa parecer vantajosa para os consumidores, ela acarreta impactos significativos nas empresas nacionais, especialmente nas pequenas, e tem o potencial de gerar desemprego em massa.
A isenção de impostos para compras internacionais de até 50 dólares tem sido um atrativo para muitos consumidores brasileiros. Essa medida visa facilitar o acesso a produtos estrangeiros a preços mais competitivos, incentivando o comércio internacional, que tem a China como principal país beneficiado. No entanto, os danos causados às empresas nacionais, principalmente as pequenas, não podem ser ignorados.
As empresas brasileiras enfrentam uma concorrência desleal quando competem com produtos importados que são isentos de impostos. As pequenas empresas muitas vezes têm dificuldade em manter preços competitivos quando comparadas a produtos estrangeiros que chegam ao país sem encargos tributários significativos. Isso pode resultar em perda de vendas, redução de margens de lucro e, em última instância, em dificuldades financeiras que podem levar ao fechamento de negócios.
A adoção de isenções de impostos para compras internacionais de até 50 dólares representa um risco substancial para o setor de comércio varejista no Brasil. Estima-se, de acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), que mais de 1,5 milhão de pessoas que trabalham no varejo no país perderão seus postos de trabalho. A concorrência desleal trazida por essa política irá, certamente, resultar em demissões em larga escala. À medida que as empresas locais enfrentam dificuldades financeiras devido à perda de clientes para produtos estrangeiros isentos de impostos, a redução da força de trabalho será inevitável. A isenção dos impostos para essas compras significa diretamente o desemprego dos trabalhadores brasileiros.
Para lidar com os desafios colocados pela isenção de impostos para compras internacionais de até 50 dólares, é essencial adotar estratégias que fomentem a justiça para as empresas locais e preservem o emprego das pessoas. O problema é que não estão pensando nisso, no que diz respeito às ações do Governo Federal, que não discute os danos colaterais que afetarão as empresas e os trabalhadores.
É necessário que se pratique o equilíbrio tributário, para que as empresas brasileiras, principalmente as micro e pequenas, não sofram com essa concorrência desleal. Urge promover uma política de ajuste dos impostos sobre produtos importados para garantir que empresas locais possam competir em igualdade de condições, evitando a vantagem injusta trazida pela isenção de impostos.
Investir em pesquisa e desenvolvimento para que as empresas brasileiras possam criar produtos diferenciados e de alta qualidade, aumentando a competitividade no mercado. A facilitação de Negócios deve ser promovida, objetivando reduzir a burocracia e os encargos regulatórios para empresas locais, permitindo que elas operem de maneira mais eficiente e focadas em seu crescimento.
Se a isenção dos impostos para as compras internacionais online permanecer, é necessário estimular medidas que possam ser compensatórias para as empresas nacionais. Oferecer subsídios e incentivos para empresas pequenas e médias, ajudando-as a enfrentar a concorrência estrangeira e manter seus negócios operacionais.
O mais importante disso tudo é fazer o consumidor entender que comprando nessas plataformas de compras, o seu próprio emprego estará em risco. Afinal, se um trabalhador do comércio compra um produto na China, tendo a viabilidade de compra no comércio local, ele fará parte do circuito que tirará o emprego de alguém de outra loja ou do setor industrial produtivo daquele determinado bem. Com mais pessoas fazendo o mesmo, todos os trabalhadores, independentemente de situação, se colocam em risco de autodestruírem os seus empregos. Por isso é fundamental apoiar empresas locais e o emprego doméstico comprando do varejo de sua cidade, seu bairro, principalmente do pequeno negócio, que é quem mais emprega no país.
Descomplicando a economia, a isenção de impostos para compras internacionais de até 50 dólares tem o potencial de prejudicar seriamente as empresas nacionais, especialmente as pequenas, e causar desemprego em larga escala. Para atingir um equilíbrio entre os benefícios das compras internacionais e a proteção da economia local, é necessário implementar políticas que promovam a justiça para as empresas brasileiras e preservem os empregos das pessoas que dependem do setor de varejo.
*Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.