Aracaju (SE), 03 de dezembro de 2024
POR: Marcio Rocha
Fonte: Marcio Rocha
Em: 23/09/2023 às 08:30
Pub.: 22 de setembro de 2023

Qual é o verdadeiro regime econômico do país? :: Por Marcio Rocha

Marcio Rocha*

Marcio Rocha - Foto: Arquivo Pessoal

Marcio Rocha - Foto: Arquivo Pessoal

Qual é o verdadeiro regime econômico vigente, para mim, no país? Vamos descomplicar a economia?

A creditocracia é um sistema no qual a concessão de crédito se torna o fator central da economia, resultando em uma série de consequências para os consumidores brasileiros. Nesse modelo, o acesso ao crédito se torna fácil e amplamente disponível, porém, muitas vezes, a um custo elevado.

Esse cenário gera uma série de desafios para os consumidores, como taxas de juros altas, dificuldades no pagamento de dívidas e impactos negativos na renda familiar. Uma das principais questões da creditocracia é o alto custo do crédito.

As taxas de juros aplicadas no Brasil estão entre as mais altas do mundo, o que aumenta o valor final das compras financiadas e dificulta o pagamento das dívidas. Essas altas taxas estão relacionadas a diversos fatores, como a instabilidade econômica, o histórico de inadimplência e a concentração bancária, o que limita a concorrência e aumenta o poder dos bancos na definição dos juros.

Com taxas de juros elevadas, muitos consumidores são obrigados a comprometer uma parcela significativa de sua renda mensal para o pagamento das dívidas. Isso cria um ciclo vicioso, pois ao destinar uma parte considerável do salário para quitar as parcelas, o consumidor tem menos recursos para as despesas básicas, como alimentação, moradia e educação.

Dessa forma, a creditocracia acaba gerando um impacto negativo no sustento das famílias, reduzindo sua capacidade de poupança e de investimento em sua qualidade de vida.

Somente quem ganha com esse modelo econômico são os bancos. Afinal, devemos considerar que o Brasil é um verdadeiro paraíso fiscal no que diz respeito ao sistema bancário. Cinco grandes instituições dominam o mercado bancário e isso faz com que as pessoas cada vez menos tenham oportunidades de se colocar na posição de ter o controle de seu endividamento, pois sempre estará vinculado a alguma delas, de algum modo.

Além disso, a facilidade de acesso ao crédito oferecido pela creditocracia pode levar a um endividamento excessivo por parte dos consumidores. Com ofertas atraentes, como parcelamentos sem juros e prazos de pagamento longos, muitas pessoas são seduzidas a realizar compras além de sua capacidade financeira. Isso pode levar a um acúmulo de dívidas e à dificuldade de quitá-las, uma vez que as altas taxas de juros incidem sobre o saldo devedor.

Para lidar com os desafios impostos pela creditocracia, é importante que os consumidores tenham educação financeira e saibam fazer um uso consciente do crédito. Muitas vezes, é necessário avaliar se o crédito é realmente necessário e se há condições de pagá-lo sem comprometer significativamente o orçamento familiar.

Além disso, é fundamental buscar alternativas ao sistema tradicional, como cooperativas de crédito ou fintechs, que podem oferecer condições mais favoráveis aos consumidores. Em um contexto mais amplo, é necessário repensar o modelo da creditocracia e buscar mecanismos que reduzam a dependência do consumidor em relação ao crédito de altas taxas de juros.

*Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.


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