PC apresenta provas materiais e suspeito de matar delegado Ademir Melo
A Polícia Civil apresentou na manhã desta quinta-feira, 11, na sede do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), o ex-presidiário Anderson Santos Souza, 27 anos, e as provas materiais que o apontam como autor do latrocínio que vitimou o delegado Ademir Melo, no dia 18 de julho deste ano, na região da Alameda das Árvores, bairro Luzia, zona Sul de Aracaju.
Moto usada no crime (Foto: SSP/SE)
Entre as provas apresentadas, a polícia mostrou a motocicleta XRE 300, cor preta, que o suspeito usou no dia do crime. De acordo com o delegado geral, Alessandro Vieira, o trajeto feito por Anderson no dia do crime foi levantado e analisado dezenas de vezes pelos investigadores da Divisão de Inteligência e pelos coordenadores da operação, os delegados João Eloy e Jonathas Evangelista. “O suspeito alterou as cores laterais do veículo para tentar modificar a aparência, a fim de dificultar a investigação”, disse.
Arma do crime (Foto: SSP/SE)
A arma do crime, um revólver calibre 38, que foi apreendido na residência do suspeito no bairro Soledade, na zona Norte de Aracaju, passou por um exame de microcomparação balística a fim de comprovar que o projétil que matou o delegado saiu daquela a arma. “O laudo é conclusivo e não deixa dúvidas a respeito disso”, disse o diretor do Cope, João Eloy.
O diretor do DHPP, delegado Jonathas Evangelista, ressalta o histórico criminal de Anderson que entre suas ações coleciona um latrocínio tentado e um assalto em março do ano passado a uma loja do centro comercial de Aracaju. Ele agiu com três comparsas e na época todos acabaram presos. Apesar do histórico, ele gozava de liberdade condicional e deveria se apresentar a cada dois meses ao sistema judiciário.
Diante das provas materiais e testemunhais, os delegados descartaram completamente a possibilidade de um crime de mando ou relacionado à atividade do delegado. “Ele já tinha sido preso por tentativa de latrocínio, dezenas de vítimas apareceram aqui no COPE reconhecendo os objetos apreendidos. Então, não paira nenhuma de dúvida que ele matou o delegado para roubar. Especulação existe em toda investigação, mas ela para quando chega a apresentação das provas”, enfatizou Eloy.
O secretário de Segurança Pública, João Batista Santos Júnior, parabeniza todas as equipes que participaram da investigação e agradeceu a colaboração da sociedade sergipana na elucidação desse caso.
“Fechamos os trabalhos de forma muito competente. Quero agradecer à sociedade sergipana que através do disque denúncia (181) trouxe elementos importantíssimos para elucidação do crime. Repito que este meliante deveria estar preso, mas infelizmente estava nas ruas e ceifou a vida de um colega muito querido”, disse.
Além da arma e da motocicleta usada no crime, a polícia também mostrou dezenas de celulares roubados de vítimas nas ruas de Aracaju e um simulacro de uma pistola.
Também participaram da coletiva, os delegados Dernival Eloi, Osvaldo Rezende, Cristiano Barreto, André David, Maira Moinhos, Nélio Bicalho e Adriano Maynart.
"Infelizmente essa investigação bem sucedida não traz de volta o colega Ademir Melo, mas permite à sociedade ter a certeza da capacidade da polícia de reação e identificação dos criminosos dentro dos limites da lei, até porque a polícia não está aqui para fazer vingança, e sim para viabilizar a realização da justiça”, finalizou o delegado-geral, Alessandro Vieira.