Ipesaúde oferece serviço multidisciplinar em Neuropediatria
Unidade atende crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Hoje, a maioria dos casos verificados decorrem de paralisia cerebral, casos recentes de microcefalia, e os crescentes casos do chamado 'transtorno do espectro autista', que envolve desde o grau moderado até os casos de maior gravidade (Foto: Ipesáude)
O Centro de Reabilitação Virgínia Leite Franco, unidade especializada do Ipesaúde, possui uma ação integrada e humanizada de vários profissionais de saúde para atender às necessidades de crianças e adolescentes que apresentam problemas ou transtornos neurológicos. De acordo com a neuropediatra, Maria Angélica Farias, a maioria dos casos atendidos já vem com o encaminhamento de algum profissional, geralmente o pediatra, após a percepção de sintomas detectados pelos pais ou responsáveis.
“É importante que os pais fiquem atentos a alguma dificuldade de comunicação, socialização e interação com pessoas conhecidas ou desconhecidas. Crianças que se isolam, que não atendem aos chamados parecendo não escutar, além das chamadas 'estereotipias', que são crianças que apresentam comportamentos repetitivos, seja em gestos ou na manipulação de objetos. Movimentos e atitudes repetitivas devem ser alvo de observação dos pais ou responsáveis. E quanto antes o tratamento for iniciado, maior é a perspectiva de evolução”, alerta a neuropediatra.
Hoje, a maioria dos casos verificados decorrem de paralisia cerebral, casos recentes de microcefalia, e os crescentes casos do chamado 'transtorno do espectro autista', que envolve desde o grau moderado até os casos de maior gravidade. “Há crianças em que são detectados apenas sinais bem sutis da presença de alguma dessas características, quando alguma dificuldade de aprendizagem ou comportamento é verificada”, complementa Maria Angélica.
Encaminhamento
A partir de então é desencadeado um processo integrado por uma equipe multidisciplinar que oferece total suporte terapêutico às crianças ou adolescentes. “Dependendo do caso, se a criança apresenta algum atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, nós iniciamos o tratamento, utilizando brinquedos ou artefatos que chamem a atenção dessas crianças, buscando reinserí-las cada vez mais na sociedade. Além disso, também temos um trabalho direcionado à capacitação dos pais, cuja participação é primordial nas etapas do tratamento. Afinal, aqui as crianças passam por sessões de 40 ou 50 minutos, mas as 23 horas restantes são na companhia dos pais”, explica a fisioterapeuta Juliana Leite.
Já a fonoaudióloga Bruna Nunes destaca a importância desse processo de interação dos pais ou responsáveis na reabilitação de todos os aspectos fonoaudiológicos eventualmente comprometidos. “Nós também fazemos esse processo de capacitação dos pais que é extremamente importante em todos os aspectos da comunicação oral e escrita do paciente, já que isso é fundamental no processo de reabilitação e inserção nas relações sociais e cognitivas envolvidas”, argumenta a profissional.
Resultados
A ação integrada, que está sendo intensificada na atual gestão, já apresenta resultados significativos na evolução de alguns pacientes, como é o caso do garoto Ítalo Benício, de três anos de idade, que vem tratado há cerca de um ano. “Antes ele não interagia com adultos nem crianças, além de não reagir quando nós o chamávamos. Cheguei a pensar que era problema auditivo, mas, depois de um correto diagnóstico, vimos que se tratava do transtorno do espectro autista. Desde então, ele vem recebendo o tratamento e hoje já reage aos chamados, já evoluiu na aprendizagem, identifica os objetos por suas cores e formas, além de interagir bem com outras crianças e com o ambiente à sua volta”, relata a mãe, a servidora da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Kelly Cristina de Jesus.
Informações mais detalhadas sobre essa ou outras terapias desenvolvidas no centro podem ser obtidas pelo telefone 3214-3702, ou na própria unidade que está situada à rua Dom José Thomaz, 339, no bairro São José.