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Aracaju (SE), 27 de dezembro de 2024
POR: Assessoria SES/SE
Fonte: Assessoria SES/SE
Pub.: 12 de agosto de 2016

Cerca de 28 mil trotes são registrados pela Samu no primeiro semestre

Na Central de Regulação das Urgências (CRU) o barulho que mais se escuta é o toque dos telefones. São tantas ligações por minuto que quase não é possível conversar com quem as atende, a não ser que seja através de uma – sem exageros. Entre as chamadas, os técnicos auxiliares de regulação médica, conhecidos como Tarm, atendem pacientes que relatam casos graves, vítimas de acidente de trânsito, pessoas buscando alguma orientação médica, entre outras situações.

Cerca de 28 mil trotes são registrados pela Samu no primeiro semestre (Foto: Assessoria SES/SE)

Cerca de 28 mil trotes são registrados pela Samu no primeiro semestre (Foto: Assessoria SES/SE)

“É uma rotina movimentada”, confirma Simone Silvestre, que atua na área há 10 anos. 

No entanto, segundo ela, apesar da pressão e da responsabilidade embutida em cada telefonema atendido, nenhuma ligação desgasta tanto a equipe quanto aquelas que, simplesmente, não trazem ocorrência verdadeira. 

“Já não basta lidarmos com situações de estresse, frequentemente atendemos pessoas que fingem pedidos de socorro, fazem “brincadeiras sem graça” e até nos desrespeitam. É lamentável”, conta.

Inclusive, pouco tempo antes da equipe de reportagem da Secretaria de Estado da Saúde chegar ao Complexo Regulatório Estadual, onde fica a CRU, Simone recebeu uma ligação deste tipo. 

“Foi mais um trote daqueles que a pessoa apenas diz palavras de baixo calão e depois desliga”, relata Simone. De acordo com a profissional, essas ocorrências são bastante frequentes, inclusive as de cunho sexual. “Essas acontecem mais no horário da noite e são feitas, quase que na totalidade, por homens”, lamenta.

Pela tarde, entre 12h e 13h, e nos intervalos das escolas, acontecem o maior número de trotes passados por criança ou adolescentes. Aliás, eles são as recordistas em ligações deste tipo – talvez por não terem consciência nem orientação da gravidade do que estão fazendo. 

“As chamadas duram em torno de 30 segundos e, geralmente, também seguem a linha do xingamento. Mas já tivemos casos de adultos que ligam e depois entregam aos pequenos, incentivando que eles passem o trote”, lembra a Tarm.

Balanço semestral

O balanço do primeiro semestre feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe) mostra que, de janeiro a junho deste ano, das 108 mil ligações recebidas, cerca de 28 mil foram trotes. Em comparação com o mesmo período do ano passado, esse número reduziu. 

"Em 2015, aproximadamente 40% das chamadas eram falsas. Esse índice caiu para 26%. Ainda não é o ideal, claro, mas mostra que as ações educativas executadas têm tido resultado”, informa o coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Samu, Ronei Barbosa.  

As ações as quais ele se refere fazem parte da campanha “Sou amigo do Samu – Não passo trote”, iniciada no ano passado com o objetivo fortalecer, ainda mais, a mensagem de conscientização sobre os prejuízos causados pelas falsas chamadas. 

“Neste semestre, pretendemos intensificar esse trabalho, levando o projeto para as escolas, a exemplo do que fizemos com o Motociclista Vivo, quando visitamos 22 unidades do Estado. Acreditamos que as medidas educativas surtem mais efeito”, opina.

Ronei Barbosa ressalta que o número excessivo de ligações falsas provoca grandes prejuízos ao serviço, inclusive com reflexo na população. “A linha fica ocupada desnecessariamente, a ambulância é deslocada para um atendimento que não existe, consumindo combustível, gerando desgaste no equipamento e submetendo a equipe a possíveis situações de risco”, destaca.

Sem falar no estresse causado aos profissionais Tarms, tanto pelo fluxo de chamadas quanto pelo teor das ligações.

“Em uma situação extrema, já chegamos a colar cartazes com um determinado número de telefone para que as chamadas não fossem atendidas, pois a pessoa chegava a ligar mais de 30 vezes por dia. Trote é crime! Além disso, prejudica, e muito, o desenvolvimento do nosso trabalho. As consequências são sofridas pelos técnicos da Regulação, mas, sem dúvida alguma, atingem a qualidade do serviço ofertado pelo Samu à população sergipana”, adverte Simone Silvestre.


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