Governo federal vai destinar R$ 10 milhões para combate à seca em Sergipe
Informação foi dada pelo governador Jackson Barreto em entrevista a uma rádio da Capital nesta segunda-feira, 15.
Governador contou que, neste domingo, recebeu ligação do presidente interino Michel Temer comunicando um atendimento ao pleito feito na última quinta-feira, 11, no Ministério da Integração (Foto: Arquivo/ASN)
O governador do Estado, Jackson Barreto, iniciou a semana com uma prestação de contas à sociedade, durante entrevista ao programa de rádio ‘Fala Sergipe’, apresentado pelo radialista Gilmar Carvalho, na Mix FM 93,5. Iniciada às 7h da manhã, a conversa, que contou também com a participação do repórter Marcos Couto, versou principalmente sobre as ações do Estado.
Jackson Barreto falou da maratona de audiências em Brasília, na semana passada e anunciou, com exclusividade, que de forma célere e atenciosa, já teve um resultado positivo de alguns assuntos discutidos durante a viagem. O governador contou que, neste domingo, recebeu ligação do presidente interino Michel Temer comunicando um atendimento ao pleito feito na última quinta-feira, 11, no Ministério da Integração, referente às ações de enfrentamento aos efeitos da seca. O governo Federal vai enviar R$ 10 milhões para o combate à seca e para que Aracaju não venha sofrer com falta de água.
“Ele disse que tinha despachado com o ministro Elder, já fruto da audiência em Brasília, onde pedi ajuda à União, discriminando os valores para o combate à seca. Apesar de termos verbas razoáveis, mas temos regiões aqui que foram profundamente atingidas com a seca, e outro projeto que nós fizemos para captação da água do São Francisco que é responsável pela manutenção do sistema de abastecimento de água de Aracaju. A área de captação da adutora no município de Telha está muito difícil porque a vazão do rio não está permitindo. Nós estamos precisando colocar máquinas no canal para fazer a drenagem, para não cairmos numa emergência de falta de água na capital. Fiz o projeto e fomos atendidos. Fiquei impressionado com a atenção e, acima de tudo, com a rapidez com que esse pedido foi solucionado. Realmente há uma disposição do Governo Federal no atendimento a essas demandas, que são grandes, mas que o governo pode resolver num caráter de emergência com bastante rapidez”, contou o governador.
Casas populares
Foi destaque também na entrevista, o pleito relativo às casas populares em reuniões com o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, e com o ministro das Cidades, Bruno Araújo, que foi convidado para a inauguração do conjunto residencial Senador José Eduardo Dutra, no Porto D’Anta, que ocorrerá até o início de setembro.
O governador informou que o governo vai construir no Marcos Freire II, em Nossa Senhora do Socorro, 1.100 casas, que terão como prioridade atender o Movimento dos Trabalhadores Urbanos (Motu) e a Central de Movimentos Populares (CMP). “O ministro deu algumas opções para que a gente possa buscar os recursos dentro dessa área e possa priorizar, porque o governo definiu apenas 40 mil casas, até o final do ano, para dar continuidade ao Minha Casa Minha Vida. Também levei um projeto para um pequeno conjunto de casas no município de Maruim e uma reivindicação de Riachuelo, para algumas casas na cidade. Estou preparando também vários projetos para o interior do estado. Acho que vamos ter os nossos pleitos atendidos, particularmente esse do Marcos Freire II, que surpreendeu o ministro por já ter toda a infraestrutura de drenagem e pavimentação, ou seja, está preparado para receber a construção das casas”, informou o governador.
Obra do Centro de Criatividade
Sobre o Centro de Criatividade, em Aracaju, Jackson falou que teve uma conversa positiva com o ministro da Cultura, Marcelo Calero, que sinalizou a obra como uma das prioritárias para receber recursos relativos à gestão do patrimônio cultural nos estados, assim que o ministério se reorganizar. A reforma do espaço cultural foi iniciada pelo Governo do Estado, mas precisou ser paralisada por falta de recursos.
“O Centro de Criatividade é uma área de cultura muito importante para a população de toda aquela região, é um local de expressão de cultura popular. Tivemos uma conversa com o ministro da Cultura e ele informou que está criando uma Secretaria de Infraestrutura no MinC, justamente para ajudar a manter todo esse patrimônio cultural de todos os estados, já que eles só faziam liberar recursos e não acompanhavam o processo de construção e restauração. Ele me disse que esse vai ser o primeiro projeto a ser liberado até o início do próximo ano. Espero que essas palavras sejam cumpridas. Saí extremamente satisfeito da audiência e acho que nós avançamos para que o CC possa estar funcionando no São João do próximo ano”, contou o governador.
Apoio ao futebol
Durante a entrevista, o apresentador Gilmar Carvalho colocou no ar a participação do presidente da Caixa, Gilberto Occhi, que ratificou as palavras do governador e deu novas informações. “Encontramos-nos semana passada, ouve o pleito de apoio ao futebol de Sergipe. Nós, hoje, temos uma regra na Caixa de apoio à série A e à série B. Tem sido muito difícil para os times menores alcançarem estas séries, mas não poderiam deixar de ter um apoio da Caixa, porque entendemos que isso é importante. Para 2017 estamos construindo algumas soluções, estamos estudando juridicamente e financeiramente para que esse apoio possam beneficiar os clubes”, informou Occhi.
A pauta em questão é referente ao pleito do governador, feito na última quarta-feira, 10, em reunião com o Occhi, em Brasília, para tratar de patrocínio do banco para o Campeonato Sergipano. Se o apoio for aprovado, serão beneficiados os dez times que participam da primeira divisão do Campeonato Sergipano, Sergipe, Confiança, Itabaiana, Amadense, Lagarto, Estanciano, Boca Júnior, Dorense e os dois que subirão da segunda divisão neste ano.
Obras do Aeroporto
A viagem do governador a Brasília foi de muito trabalho, que se estendeu também aos ministérios da Saúde e Transporte. Neste último, a confirmação da continuidade das obras do Aeroporto, paradas há um ano, mesmo depois do governo, com recursos próprios, já ter investido R$ 55 milhões.
“Quero aproveitar para agradecer a bancada de Sergipe, senadores e deputados, por terem assinado uma emenda impositiva para a infraestrutura aeroportuária de Sergipe. Além disso, tive conhecimento que o presidente da Infraero recebeu uma recomendação pessoal do presidente Temer para avançar na obra do aeroporto de Aracaju”, disse Jackson Barreto durante a entrevista.
Outro assunto abordado na entrevista pelo governador foi sua ida à Casa Civil para pedir um esforço do Governo Federal para os governadores do Nordeste, mostrando que a renegociação das dívidas dos Estados não foi benéfica para os governadores do Nordeste, com exceção de Alagoas. Segundo o governador, já existe um reconhecimento de que o Nordeste ganhou muito pouco ou quase nada e que até o final do mês de agosto haverá uma boa notícia nesta questão.
Diálogo
A entrevista também tocou em questões como o pagamento dos aposentados, reenquadramento de policiais civis e da nomeação de policiais militares. O governador informou que tem trabalhado junto com a Procuradoria Geral do Estado para dar solução a diversos processos nas áreas das polícias Civil e Militar e que pretendo concluir todos os casos todos até o final do seu governo.
Jackson Barreto falou que por causa da falta de recursos e dos problemas já colocados não conseguiu fazer todas as nomeações que gostaria, mas disse que existe uma perspectiva das condições melhorarem e quando isso acontecer poderá sentar com as categorias. Ele fez um apelo pelo diálogo.
“Não percam a fé, não deixarei de convocar nenhum policial aprovado no concurso até terminar o prazo. Eu tenho conversado com eles todos e nessas conversas não me faltam coração, razão e a necessidade que Estado tem de melhorar e ampliar a segurança. O momento é de dificuldade e a gente só encontra uma solução se buscarmos o mesmo objetivo. Estou fazendo a minha parte, temos que dialogar e confiar um no outro. Porque quando assumi o governo os policiais me pediram para destravar a carreira e eu fiz, foram quase mil promoções de uma só vez, mas não fiz um favor, fiz uma obrigação. Tudo isso tem um acréscimo na folha. Não adianta, nesse momento, qualquer atitude de demonstração de força, temos que dialogar pois quem vai perder é a sociedade”, ressaltou o governador.
Homenagem
Antes de iniciar a entrevista, Jackson Barreto dedicou uma mensagem de solidariedade pelo Dia dos Pais, comemorado no último domingo. “Dedicar um pensamento e carinho e pedir bênção no dia a dia daqueles que têm a missão de pai, conduzindo suas famílias. Também pedir desculpas ao povo sergipano pela situação que o Estado está passando nesse momento. Fico extremamente angustiado com relação ao pagamento dos salários dos servidores. Não tem governo que possa trabalhar com tranquilidade, com respeito ao seu povo, quando se vê numa situação como a que estamos vivendo nesse momento, com muitas dificuldades financeiras em função da crise da economia que o país está enfrentando e a perda de receita permanente. Este mês foram R$ 77 milhões de perdas da nossa receita, que afetou novamente o salário dos servidores e tivemos que recorrer ao parcelamento. E a nossa preocupação e angustia é justamente essa”, disse o governador.
Dirigindo-se particularmente aos servidores públicos, Jackson Barreto pediu compreensão. “Sei que é difícil não receber o seu salário integral, mas isso acontece não porque o governador não fez o seu dever de casa. O próprio Governo Federal tem reconhecido que situação do Nordeste é a pior de todas. Em notícia, o G1 informou que 12 estados do país estão passando por esta situação de parcelamento. Eu não quero aqui me justificar, mas mostrar que essa situação está acontecendo. O Estado está funcionando com os mesmos recursos de 2008/2009, uma economia muito grande para que não venha a parar de forma definitiva”, explicou.
Segundo ele, o governo vem trabalhando, fazendo tudo que é necessário para honrar o compromisso com o servidor público. “Acredito que a gente vai superar essas dificuldades”, concluiu.