Em assembleia logo cedo, agentes de limpeza deliberam retorno às atividades
Durante assembleia extraordinária do Sindelimp com os agentes de limpeza urbana da capital na manhã desta quinta-feira, 29, os funcionários da empresa Cavo deliberaram para o retorno às atividades. Todos os pontos discutidos na reunião de mediação com a empresa patrona e Ministério Público do Trabalho (MPT) foram passados aos trabalhadores, que resolveram dar um voto e confiança à empresa. O Sindelimp espera agora que a Cavo cumpra os seus compromissos, todos colocados e assinados em ata junto aos procuradores do trabalho. O Sindelimp reitera que após a assembleia, o 100% do efetivo passou a estar disponível à empresa.
Trabalhadores da limpeza urbana de Aracaju (Imagem: Sindelimp/SE)
Sobre a audiência
O Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Pública e Comercial de Sergipe (Sindelimp) saiu satisfeito da audiência de mediação com a empresa Cavo ,no Ministério Público do Trabalho (MPT) na tarde desta quarta-feira, 28. Em ata assinada por ambas as partes, a empresa patrona se comprometeu a atender as pautas do sindicato e após essa sinalização de fazer-se cumprir os direitos trabalhistas da categoria, o Sindelimp também se comprometeu a defender o retorno às atividades em assembleia a ser realizada às 6h30 desta quinta-feira, 29, na porta empresa.
Conforme o documento construído em reunião – e assinado pelos procuradores do trabalho Vilma Leite Machado Amorim e Raymundo Lima Ribeiro Junior – a Cavo assumiu o compromisso em atender algumas pautas essenciais para a continuidade do trabalho dos garis e margaridas que cuidam da varrição e coleta da capital.
Um dos pontos essenciais foi o compromisso da Cavo em prestar assistência ao agente de limpeza baleado durante o trabalho, de primeiro nome Fernando. A Cavo prometeu até a próxima sexta-feira, 30, entregar uma cadeira de rodas ideal para o enfermo dele. Afirmou ainda que agilizará com o seu setor de recursos humanos a indenização para Fernando, já que o mesmo se encontra inválido e sem auxílio do INSS.
A Cavo se comprometeu também em:
- Implementar o sistema de ponto eletrônico em todos os pontos de apoio da empresa, de forma que possa controlar e pagar corretamente todas horas extraordinárias trabalhadas, conforme os dados do sistema;
- Se compromete em 30 dias regularizar o salário família aos trabalhadores que têm o direito, afirmando que no mês de outubro a situação estará regularizada;
- Se compromete a cumprir o acordo coletivo de dar folgas em pelo menos dois domingos do mês, disponibilizando a escala no início do mês com os funcionários que atuarão em cada domingo;
- Em 10 dias apresentar uma solução para os filtros de água e oferecer vasilhames térmicos para os locais de trabalho, fazendo estudo sobre a quantidade de litros de águas que cada trabalhador deve beber para manter-se hidratado;
- Trocar o material danificado (uniforme e EPI’s) e se prontificou a criar um canal de diálogo para que o sindicato informe defeitos e possíveis desgaste de material de trabalho;
- Em 5 dias apresentar um plano de higienização dos EPI’s ao MPT, e em 15 a sua implementação. Após isso, os funcionários não mais poderão levar os uniformes e EPI’s para casa, cabendo à empresa realizar a higienização do equipamento;
- Oferecer caminhões com estribos em condições de trabalho;
- Construção de instalações sanitárias em boas condições nos pontos de apoio da empresa, e em prazo de 15 dias, apresentar ao MPT solução ao pedido de presença de banheiros químicos nos locais de trabalho dos agentes de limpeza;
- Realizar o pagamento do bônus respectivo ao período junino até o mês de outubro para quem efetivamente trabalhou.
Sobre a paralisação dos funcionários por cinco dias, a Cavo e Sindelimp entraram em acordo para que três dias fossem compensados pelos agentes de limpeza, e outros dois seriam abonados. O Sindelimp espera agora que a Cavo faça jus a sua palavra frente aos procuradores do trabalho e cumpra o conforme da ata. Por sua vez, defenderemos o retorno às atividades na manhã desta quinta-feira, 29, no entanto, reiteramos que cabe aos trabalhadores decidirem sobre o fim da greve. Caso a maioria vote pelo retorno às atividades, de imediato, os 100% do efetivo estará a disposição da empresa para os seus respectivos serviços.