Prefeitura de Aracaju cria Política de Segurança Alimentar nos equipamentos da Assistência Social

Rosane Cunha, diretora Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Foto: Sérgio Silva/PMA)
A diretora do Departamento, Rosane Cunha, explica que já visitou os dois abrigos e mais cinco casas lares, incluindo uma de idosos, pois esta é a prioridade. Os Centros de Referências e Especializados da Assistência Social (Cras e Creas) serão atendidos num segundo momento. A equipe de trabalho é composta, além da diretora, de uma nutricionista, um engenheiro agrônomo e estão sendo contratados estagiários nestas áreas.
"Nós estamos modificando todo tipo de alimentação servida nos abrigos e casas lares e demais equipamentos da assistência, coisa que não era feito anteriormente. Não existia nutricionista e nenhum acompanhamento nutricional dessas crianças e agora nós vamos ter, obedecendo todas as regras do Ministério da Saúde, então este é o grande diferencial. A prefeitura está dando prioridade absoluta à criança, ao adolescente e suas famílias, porque nos Centros as famílias também são atendidas e acabam também, de alguma forma, se alimentando e isso vai ser monitorado", informou Rosane Cunha.
A nutricionista Tatiana Canuto, ressalta a importância de visitar e conhecer as unidades e suas demandas. Segundo a profissional, alimentação não é só a comida em si, ela envolve o cultural, o conhecimento de sua origem, como ele foi plantado, qual a quantidade de açúcar, entre outras esferas.
"Foi importante ver como estava a alimentação antes, porque a gente vai chegar com a educação alimentar mas precisa conhecer o nosso público. Saber o que a gente pode melhorar e o que pode permanecer. É interessante dizer que em uma casa lar já tivemos o relato do interesse dos assistidos sobre essa comida que está sendo preparada no local. Então há o laço, eles falaram que sentem o cheiro da comida sendo preparada, é uma coisa mais ‘casa' que é o que a alimentação também trás para a gente", destacou a nutricionista.
Após a visitação da equipe, foram cortados dos cardápios vários itens que não eram adequados, como embutidos, produtos com grande quantidade de açúcar e, além disso, a equipe trabalhou a educação alimentar com os funcionários. Busca-se diminuir os excessos e adequar a alimentação às várias faixas etárias destas unidades e outras peculiaridades, como alergias, diabetes e controle de obesidade.
Saúde e renda
O projeto de Segurança Alimentar da Semasc integra também a criação de hortas urbanas no município de Aracaju. Elas serão direcionadas a família e a grupos específicos de baixa renda, como uma forma de geração de renda.
"Vamos começar nos próprios equipamentos da Assistência Social, que geralmente tem uma área livre, e já elencamos cinco. E também em parceria com outras secretarias. Queremos voltar com as hortas nas escolas e teremos inclusive, no próximo sábado, 25, uma reunião com a Secretaria de Educação para que a gente veja a viabilidade de um projeto piloto numa escola municipal", informou a diretora, lembrando que o trabalho de Segurança alimentar é totalmente intersetorial.
Existe ainda a previsão de projetos a serem desenvolvidos no Parque da Sementeira. A iniciativa vai desde a pequena escala, dentro de uma unidade da Semasc, até à grande com a possibilidade de utilização de terrenos públicos ou privados. "Esse é o ineditismo no nosso departamento, isso vai virar uma Política Pública da Secretaria Municipal de Assistência e Cidadania", destacou Rosane Cunha.