Índice de mortes por tuberculose cai em Sergipe
Segundo o último levantamento nacional feito pelo Ministério da Saúde, foram registradas 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose no Brasil, doença que já registra mais de 68 mil casos confirmados. Só em Sergipe, a taxa de mortalidade para pessoas com esta doença chegou a 2%, com 467 mortes entre os anos de 2007 e 2016. Apesar do valor, o estado apresentou uma redução de 0,5% nestes índices.
O infectologista da Secretaria de Estado da Saúde, Marco Aurélio Góes, explica que a doença é transmitida por uma bactéria através do ar que é expelido do doente não tratado durante a tosse ou a fala. “Os principais sintomas são tosse por mais de três semanas, febre, principalmente ao final da tarde, emagrecimento e sudorese noturna”, explica o médico.
Ele ainda alerta para o fato de que as pessoas devem ficar atentas à manifestação desses sintomas. “Assim que perceber a ocorrência deles, é necessário buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima à residência, pois só o médico é capaz de diagnosticar os diferentes tipos de tuberculose, incluindo a pulmonar que é mais fácil de ser diagnosticada”, ressaltou o infectologista.
A doença pode acometer qualquer pessoa, mas algumas têm maiores chances de contrair o bacilo da tuberculose, como as pessoas que vivem em áreas com pouca ventilação e iluminação, ou privadas de liberdade. As crianças são as mais vulneráveis às formas mais graves de tuberculose, como as meningites. Para proteger dessas formas, ao nascerem, os bebês são vacinados com a BCG. Além disso, outra maneira de prevenção é evitar locais aglomerados e o contato próximo com pessoas que apresentem os sintomas.
Para controlar a doença em Sergipe, o Governo do Estado, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem atuado em ações que visem a descoberta precoce e o tratamento efetivo dos casos, através de treinamentos de médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde junto aos municípios, um trabalho que pode ser caracterizado como preventivo. Por meio de treinamentos, as equipes tornam-se capazes de diagnosticar e tratar oportunamente os casos.
O tratamento
Apesar de o Sistema Único de Saúde (SUS) oferecer tratamento de forma gratuita, é comum que alguns pacientes abandonem o processo que tem duração de seis meses, já nas primeiras semanas. Marco Aurélio explica que é extremamente importante seguir a orientação médica. “Existe uma taxa muito alta de abandono dos pacientes, e isto pode ocasionar uma resistência à bactéria, além de reduzir drasticamente as chances de cura”, enfatizou o infectologista.
Pessoas vivendo com HIV/aids
As pessoas com HIV/AIDS são os mais vulneráveis à doença devido à deficiência do sistema imunológico provocada pelo vírus do HIV. Dos 10,4 milhões de pessoas com a doença no mundo, 11% são soropositivas. No caso destes pacientes, os cuidados devem ser redobrados, principalmente no que diz respeito às orientações médicas, pois além do tratamento da tuberculose o paciente também deverá fazer o tratamento com antirretrovirais. Outro cuidado é a realização de exames regulares para detectar a presença da bactéria no organismo. Já no caso de pessoas que estão com tuberculose, os médicos aconselham a realização de testes de HIV, para evitar possibilitar uma descoberta mais precoce da infecção e reduzir os riscos de óbitos.