"Quem tira direito do trabalhador não merece trégua", diz presidente da CUT; Classe Empresarial emite NOTA DE DESAGRAVO
Ato em defesa dos direitos do trabalhador termina na porta da Multiserv
Ato unificado da Frente Brasil Popular no dia 31 de março, sexta-feira, reuniu em Aracaju trabalhadores, estudantes, juventude, o movimento social e sindical de todo estado de Sergipe. Partindo da Praça General Valadão, o protesto percorreu as ruas do Centro de Aracaju e seguiu até a porta da empresa Multiserv, propriedade do deputado federal e empresário Laércio Oliveira (Solidariedade) relator do Projeto 4302 que libera a terceirização sem limites representando séria ameaça ao emprego formal e o fim do concurso público.
"Quem tira direito do trabalhador não merece trégua", diz presidente da CUT (Imagem: Iracema Corso)
O presidente da CUT/SE, professor Rubens Marques (Dudu) afirmou, na porta da Multiserv, que a luta do movimento social e sindical não vai cessar enquanto não forem revogados os projetos de lei que acabam com direitos dos trabalhadores. “Fizemos uma moção do movimento social para terceirizar o mandato de Laércio Oliveira. O movimento sindical tem o compromisso de acompanhar Laércio Oliveira no Aeroporto, aqui na empresa dele, aqui onde ele mora... Ele assassinou a CLT, ele ataca de morte os direitos da classe trabalhadora, mas não vai ficar assim não. O que estava ruim no Brasil piorou com Laércio Oliveira. Ele conseguiu colocar Sergipe no mapa dos piores deputados federais da história deste país. Isso serve de exemplo para os trabalhadores da Multiserv, porque ele não foi eleito só com voto de patrão, ele foi eleito com voto do trabalhador que acreditou em patrão, inocentemente, agora tem o dever moral de votar contra na próxima eleição. A nossa luta é para revogar tudo que foi aprovado em termos de terceirização. E sobre as reformas, os golpistas perceberam que não vão conseguir viver tranquilamente neste país se acabarem com os direitos dos trabalhadores. Não vão conseguir embarcar no aeroporto, andar no shopping, no supermercado nem numa feira livre. Quem tira direito do trabalhador, quem legisla em causa própria, não pode ter nenhum minuto de trégua”.
Vice-presidente da CUT, Plínio Pugliesi dialogou com a população do Centro de Aracaju. “Se tinha alguém no Brasil com saudade de governo de direita, agora ta lembrando como é amargo o remédio. Por isso todo dia no Congresso Nacional tem noticia ruim para o trabalhador. É Reforma da Previdência que acaba com o direito à aposentadoria, é Reforma Trabalhista que vai acabar com o direito do trabalho e vai acabar também com a Justiça do Trabalho... Vimos agora a aprovação da PL da terceirização que acaba com o concurso público no país. Os trabalhadores serão contratados por empresa terceirizada, tendo por trás algum barão que ganha dinheiro e constrói impérios e fortunas encima do suor dos trabalhadores que tem sua mão de obra alugada”explicou.
Vice-presidente do SINTESE e diretor de Formação da CUT, Roberto Silva reforçou que o desemprego só subiu durante o governo do golpista Michel Temer. “Os golpistas não param de agir para destruir o que classe brasileira trabalhadora conquistou nesses últimos 200 anos de luta e história. Está tudo sendo destruído. Taí o projeto da terceirização apoiado e relatado pelo deputado Laércio Oliveira, golpista de primeira mão, apoiado por André Moura. O ensino básico no Brasil foi destruído, desmontado com a Reforma do Ensino Médio. Os jovens estudantes das escolas públicas sofrerão desmonte na sua formação, sem precedentes. A PEC 55 significa congelamento nos investimentos em educação, saúde, habitação, infraestrutura, os investimentos que geram desenvolvimento para a nação estarão congelados. É a PEC 55 está fazendo com que o desemprego aumente a cada dia. O desemprego aumento por esta política nefasta defendida por este governo golpista”.
Presidente do Sindicato dos Jornalistas, Paulo Sousa falou também sobre o desemprego e precarização do trabalho dos jornalistas e o uso político através da terceirização e indicação política para contratação. “Eu queria ver a cara daquelas pessoas que foram para as ruas para pedir a mudança de governo, com a promessa mentirosa de que haveria mais emprego. Agora além do desemprego aumentar, ao invés de concurso público, eles trazem de volta o QIP, é o Quem Indica Politicamente que definirá a contratação no Brasil terceirizado. Estas pessoas indicadas vão ocupar as vagas que deviam ser de trabalhadores concursados.”
A deputada estadual Ana Lúcia (PT) criticou o machismo de Laércio Oliveira. “Estou na porta de um empresário que aprova a escravidão dos trabalhadores do Brasil. E neste ato, nós mulheres, somos maioria e precisamos aprender a ocupar os espaços com nossa voz, com nossa forma de ver a sociedade e disputar a sociedade. Não podemos aceitar que ele desqualifique as mulheres e dizer que a importância do trabalho doméstico não é igual a de uma pesquisadora, não é igual a de uma escritora, a importância é igual, a divisão social do trabalho é que discrimina, portanto ele respeite a nós mulheres no nosso espaço de trabalho. É necessário, no movimento revolucionário, igualdade entre homens e mulheres, mas aqui neste ato, a voz da mulher tem que ser mais forte, porque este deputado defende que as professoras trabalhem 15 anos a mais, e a camponesa morra na miséria sem direito à previdência, e a mulher morra no trabalho doméstico sem valor, porque não é pago. E em 2018, as forças progressistas que querem construir uma nova sociedade, mesmo com toda a dinherama, mesmo distribuindo água mineral e enganando a população sertaneja que sofre neste momento, vamos enfrentá-lo em cada espaço deste território e dar a resposta que ele merece, e com todo o poderio ele não vai comprar a consciência, a vontade e a alma da classe trabalhadora”.
A presidente da FETAM, Itanamara Guedes, reforçou que o ato prepara o País para a greve geral de 28 de abril. “Hoje é mais um dia para acumular forças e construir a greve geral para dizer que é o trabalhador que constrói a riqueza deste país, e só nós temos a capacidade de se indignar e dizer que não queremos este governo golpista, que não queremos este Congresso que aí está. Não queremos estes parlamentares que não representam as mulheres, não representam a juventude negra, não representam os trabalhadores do campo, não sabem o suor que sai dos nossos rostos. (...) E temos certeza de que a vitória estará do nosso lado, porque temos ousadia, coragem e garra, então rumo à vitória, rumo à greve geral, fora Temer, fora todos os golpistas deste país”.
Escrito por: Iracema Corso - sáb 01/04/2017 11:45
Classe Empresarial emite NOTA DE DESAGRAVO - (Imagem: Fórum Empresarial de Sergipe)