Queda da própria altura cresce em mais de 60% no Huse
Vítima de queda da própria altura, Luzia Oliveira Santana, 78 anos, é natural de Lagarto, região Centro-Sul de Sergipe. “Estava tomando banho quando caí e com isso inflamei a oitava vértebra da coluna cervical. Ao chegar ao Huse tive a coluna imobilizada e estou em observação, fazendo exames e raio x”, declarou a paciente que recebe atendimento no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) e aguarda por cirurgia.
Otávio Barbosa Mota, 91 anos, também sofreu um incidente de queda em casa. “Tentei deitar no meu quarto quando estava escuro, escorreguei e caí. Nessa queda fraturei o fêmur da perna esquerda”, detalhou. Ele passou por exames e também aguarda por cirurgia.
Antônio Cabral, referência técnica em ortopedia no Huse (Foto: SES/SE)
A queda da própria altura está relacionada ao avanço da idade, pois com o avançar do tempo as pessoas podem perder parte do equilíbrio e da força em músculos e ossos. “Mais comum em idosos, a osteoporose e osteoartrose, doenças ósseo-metabólicas silenciosas, provocam fraturas em função da fragilidade óssea do paciente. Em decorrência disso acontece a queda da própria altura. Ou seja, o osso quebra antes da queda, sendo ela conseqüência, não necessariamente a causa da fratura”, comenta.
O especialista considera que esses incidentes poderiam ser evitados com algumas medidas pontuais, voltadas à prevenção. “A queda pode ser amenizada pelo idoso a partir de certos cuidados com o ambiente onde ele reside a exemplo de iluminação de presença (sem interruptor), visto que se levanta muito à noite, ambiente mais limpo possível, ausência de tapetes, móveis bem dimensionados, barras em banheiros que facilitem seu asseio e outros cuidados inerentes à própria idade, respeitando a sua individualidade”, explica.
Os cuidados necessários à prevenção das doenças ósseo-metabólicas incluem atividade física regular, reposição de cálcio, exposição saudável ao sol para captação de vitamina D, alimentação saudável, controle anual através de densitometria óssea, tratamento de doenças pré-existentes e eliminação de fatores de risco, como alcoolismo, tabagismo, obesidade e sedentarismo. “Mesmo a osteoporose sendo uma enfermidade considerada incurável, o objetivo do tratamento é exatamente o controle. As doenças preexistentes que contribuem para osteoporose devem ser tratadas, ou seja, a queda da própria altura se previne com cuidados”, concluiu o especialista.
Atendimento no Huse
Entre as incidências de atendimentos de queda no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), a de pessoas que caem da própria altura é a mais comum. No primeiro trimestre de 2016 deram entrada na unidade 346 pacientes. Esse número subiu para 561 no mesmo período deste ano, o que representa um acréscimo de, aproximadamente, 62%. As altas médicas somaram 286 no primeiro trimestre de 2016 e no mesmo período de 2017, o total de 456, quase 63% a mais, o que também aponta para o grau de resolutividade do hospital que é apropriado para atendimentos de alta complexidade.