Profissionais da saúde discutem plano diretor para os próximos 25 anos

Em 2042 a população de idosos no Brasil vai aumentar de 27 milhões para 57 milhões, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Com um número maior de pessoas com mais de 60 anos, os serviços de saúde serão os mais utilizados pela população brasileira. Essa previsão estatística foi discutida nesta segunda-feira, 10, durante primeiro Encontro do Laboratório da Elaboração do Plano Diretor de Redes Hospitalares, realizado no auditório da Fundação Estadual da Saúde de Sergipe (Funesa).

O encontro reuniu gestores da saúde pública, representantes de hospitais particulares e acadêmicos e teve como principal objetivo traçar metas para um novo modelo de atendimento hospitalar para os próximos 25 anos. A projeção é criar uma união tanto dos hospitais particulares com dos hospitais públicos com a rede de atenção básica, melhorando a qualidade na prestação dos serviços da saúde.

Para o médico do Laboratório de Inovação em Planejamento, Gestão, Avaliação e Regulação de Políticas, Sistemas, Redes e Serviços de Saúde do Hospital do Coração de São Paulo, Armando de Negri este é um projeto que vai garantir uma melhor prestação no serviço dos hospitais. “Nós buscamos projetar qual seria a organização necessária da rede hospitalar para dar conta das necessidades em saúde atuais e projetadas”.

Armando de Negri acredita ainda que com planejamento e união das entidades, o futuro da rede hospitalar será muito melhor e com a garantia de uma saúde cada vez mais eficaz. “Os hospitais são uma parte fundamental no sistema de saúde e no Brasil tem sido bastante relevante a ausência de um planejamento por parte do poder público e que dê conta de articular essas unidades com o desenvolvimento geral do sistema e integrando-as ao esforço de atenção básica de saúde e às demais áreas”, destacou médico.

Segundo o superintendente do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Luiz Eduardo Costa, com a implantação desse projeto, o problema da superlotação nos hospitais vai diminuir significativamente, sobretudo em um momento onde o número de usuários será cada vez maior. “Estamos aqui em busca de uma conformidade maior, para se entender melhor tanto a rede básica quanto a especializada, para evitarmos as superlotações ou até mesmo a escassez de pacientes em alguns hospitais”, afirmou o superintendente.

Luiz Eduardo ressalta ainda que este é o primeiro passo para uma gestão de saúde mais eficiente. “Ainda é o primeiro passo em busca de uma excelência na saúde. Junto a diversas entidades, públicas ou privadas, estamos desenvolvendo as estratégias para um crescimento planejado tanto na oferta de hospitais quanto na prestação deste serviço. Se já sabemos que teremos um aumento no número de usuários, nada mais justo que começarmos a projetar da melhor forma e melhorar as deficiências”, declarou.

De acordo com o coordenador do Complexo Regulatório da Saúde de Sergipe Clóvis França, este planejamento vai qualificar o acesso das pessoas que precisam do hospital e a atenção que o usuário merece. “Hoje estamos imaginando como vai ser a população e suas necessidades de saúde daqui a 25 anos, além de buscar entender qual o papel do hospital em uma rede de atenção a saúde. Só assim criaremos uma lógica de atendimento que vai desde o encaminhamento à atenção primária até a internação”, salientou o coordenador.

Armando de Negri, acredita que a partir da elaboração do plano diretor um novo futuro para a saúde será construído. “Não vamos ter tudo em todos os espaços territoriais, mas vamos ter sim formas de acolher a população em todas as dimensões territoriais e garantir um transporte adequado, uma comunicação adequada, em um tempo adequado e com isso melhorar os nossos resultados assistenciais. Por isso esse projeto tenta criar um horizonte claro de futuro sobre onde temos que chegar para equilibrar a oferta hospitalar”.