Projeto beneficia catadores de materiais recicláveis em Sergipe
Ações estão acontecendo em diversos municípios e atenderão mais de 1,8 mil profissionais.
Catadores so orientados sobre a importncia da logstica reversa (Foto: Alfredo Moreira)
Os municípios de Laranjeiras e Propriá, regiões pertencentes aos consórcios da Grande Aracaju e do Baixo São Francisco, sediaram novos encontros do Projeto de Inclusão Sociambiental e Produtiva destinado aos catadores e coletores de materiais recicláveis. A proposta do evento foi apresentar ao público informações sobre o ciclo de vida dos materiais, a política de logística reversa e a importância da formação de redes.
A apresentação dos temas ficou sob a responsabilidade do consultor do Sebrae, Oscar Borja. Segundo ele, mais de 40% dos resíduos produzidos pelos seres humanos tem como destino os lixões, sendo assim mal utilizados e não retornando à sociedade sob a forma de novos produtos.
“ Uma das soluções para o problema seria a implementação de uma política que viabilizasse a coleta e a restituição de resíduos ao setor empresarial para o reaproveitamento nos ciclos produtivos. É isso que chamamos de logística reversa. O modelo é extremamente benéfico tanto para os catadores, que teriam mais possibilidades para aumentar a sua renda, quanto para o meio ambiente, que sofreria menos dados diante da queda no número de materiais que não são aproveitados”, explica o consultor.
Para que o modelo alcance o sucesso esperado, Borja ressaltou a necessidade de formação de redes de cooperação entre os catadores, empresas, secretarias municipais de Meio Ambiente e os demais órgãos envolvidos na política de resíduos sólidos.
“ A existência de objetivos concretos e bem definidos aliado a um constante processo de inovação no gerenciamento das ações são fundamentais para a obtenção de bons resultados. Temos exemplos, como o do Japão, que mostram que a união de forças entre os diferentes agentes econômicos ajudou o país a ser competitivo no mercado internacional”.
Durante os encontros, o público também teve a oportunidade de conhecer o trabalho desenvolvido pela Associação dos Catadores do município de Telha (Ascamart). A entidade reúne 22 profissionais e, após diversas reuniões com gestores públicos e a sociedade, conseguiu viabilizar a realização da coleta seletiva na cidade.
Além de Laranjeiras e Propriá, novos encontros serão promovidos em Itabaiana e Boquim. A próxima etapa do projeto prevê a realização de oito reuniões técnicas, a partir do dia 11 de maio, para debater a construção de Redes de Arranjos de Catadores e Coletores, o planejamento das atividades a serem desenvolvidas nas áreas beneficiárias do projeto e a ampliação da coleta seletiva nos municípios”, explica técnica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e coordenadora de apoio do Consórcio do Baixo São Francisco, Valdinete Paz.
O Projeto
O Projeto de Inclusão Socioambiental é promovido por meio de uma parceria entre a Semarh, o Sebrae, a Secretaria Nacional de Economia Solidária e o Ministério do Trabalho e Emprego. A ação busca promover a inclusão de catadores e coletores de materiais recicláveis secos e de óleo de cozinha do estado de Sergipe, oferecendo assistência técnica e apoio de forma a prepará-los para a atual dinâmica da cadeia da coleta seletiva.
Outra meta é estimular a organização dos profissionais e capacitá-los para melhorar a sua forma de atuação, contribuindo dessa forma para elevar a renda obtida por meio do negócio e a diminuição dos resíduos sólidos descartados na natureza. As ações serão desenvolvidas durante três anos nos 75 municípios do estado e devem beneficiar 1.840 catadores.
O projeto prevê ainda a capacitação de 800 catadores e o assessoramento de outros mil para a formação de 20 associações. Nessa fase serão promovidas reuniões e oficinas sobre coleta seletiva, educação ambiental, associativismo, empreendedorismo, organização social, cooperativismo e outros temas sugeridos pelos beneficiados.
Também estão previstas a elaboração de planos de negócios para as associações e a criação de centros para triagem e comercialização dos materiais coletados.