Pesquisa investiga o potencial anticancerígeno da própolis vermelha
A pesquisa busca inovar no tratamento contra o câncer, utilizando nanopartículas de sílica para transportar e liberar substâncias da própolis vermelha, otimizando seu efeito terapêutico.
Pesquisa investiga o potencial anticancerígeno da própolis vermelha - Foto: Asscom Unit
A iniciação científica (IC) é uma oportunidade crucial para graduandos que desejam se aprofundar no campo da pesquisa. Além de complementar a formação acadêmica com vivências práticas, a IC abre caminhos para uma carreira científica, proporcionando uma compreensão mais ampla dos processos de investigação e desenvolvimento tecnológico. Para Giulliana Amado, aluna do 8º período de Biomedicina da Universidade Tiradentes (Unit), a IC desempenhou um papel decisivo em sua trajetória acadêmica.
Sob a orientação da professora Drª Juliana Faccin e dos doutores Marília Oliveira e Klebson Silva, Giulliana desenvolve seu projeto no Laboratório de Síntese e Cromatografia (LSINCROM) do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP). O estudo, intitulado “Síntese de Nanopartículas de Sílica Modificadas com Moléculas Anticancerígenas Naturais”, visa explorar o uso da própolis vermelha no combate ao câncer.
O objetivo central é verificar se o extrato de própolis vermelha de Alagoas (EPV) pode ser adequadamente absorvido pelas nanopartículas de sílica e, assim, analisar suas interações para avaliar o potencial anticancerígeno. “Estamos estudando como o extrato interage com as nanopartículas e verificando possíveis propriedades anticancerígenas”, explica Giulliana, destacando o caráter experimental da pesquisa.
Funcionamento do estudo
O EPV, reconhecido por suas propriedades antioxidantes, já foi objeto de estudos que indicam sua eficácia no tratamento de feridas dérmicas, queimaduras e no combate a parasitas e bactérias. “Nosso objetivo é expandir o uso para outros extratos, mas até agora temos focado na própolis vermelha”, comenta Giulliana, explicando que o processo de extração envolve técnicas de extração líquida pressurizada (PLE) e banho ultrassônico.
Imagine que a própolis vermelha seja um remédio tradicional com propriedades que podem ajudar no combate ao câncer. Quando encapsulada em nanopartículas, ela pode ser direcionada de forma precisa, aumentando sua eficácia ao ser liberada apenas no local adequado, protegendo o composto até atingir o destino e, possivelmente, melhorando os resultados terapêuticos. Além disso, as nanopartículas são programadas para liberar o extrato de maneira controlada, permitindo que o estudo explore seu potencial no combate a células cancerígenas.
Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, Giulliana adianta que alguns resultados preliminares serão divulgados na revista do Simpósio de Inovação e Tecnologia (SIINTEC X). “Estamos progredindo e em breve divulgaremos os primeiros dados”, compartilha ela. Este tipo de estudo, além de sua relevância científica, pode gerar inovações no tratamento de diversas doenças, especialmente na medicina regenerativa e na criação de novas terapias anticâncer.
Escolha do tema e impacto na carreira
Para Giulliana, o tema foi uma escolha natural, já que o EPV vinha sendo utilizado em projetos anteriores no laboratório. Entretanto, o uso de nanopartículas em sua pesquisa é único, permitindo que ela explore novas possibilidades na área da biomedicina. “Sempre fui muito curiosa, e poder ver a ciência acontecendo diante dos meus olhos e contribuir para o avanço do conhecimento é extremamente gratificante”, conta ela.
A iniciação científica foi essencial para seu desenvolvimento. Segundo Giulliana, a IC proporcionou oportunidades que não estariam disponíveis apenas com a graduação. “A iniciação científica abriu portas para muitas oportunidades e trouxe conhecimentos que a faculdade por si só não poderia proporcionar”, reflete ela, ressaltando a importância dessa experiência em sua formação.
Além disso, seu projeto está diretamente vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos (PEP) da Unit, que oferece suporte técnico e acadêmico. A sinergia entre graduação e pós-graduação é crucial para o sucesso de pesquisas como a de Giulliana. Com a orientação de pesquisadores experientes, como a Dra. Juliana Faccin, e o acesso a laboratórios de ponta, como o LSINCROM, a pesquisa tem alcançado resultados mais precisos e significativos.
Contribuição da Unit e próximos passos
A Universidade Tiradentes foi o ambiente onde Giulliana fortaleceu seu interesse pela ciência. “Todo o conhecimento que adquiri veio da Unit. Fiz estágio extracurricular no laboratório escola, participei da IC no ITP e, claro, faço minha graduação aqui”, destaca ela, enfatizando a importância da universidade em sua formação. O suporte dos laboratórios e dos programas de IC da Unit foi fundamental para seu crescimento como pesquisadora.
Após sua formatura, prevista para junho de 2025, Giulliana pretende continuar sua pesquisa em um programa de mestrado. “Quero seguir na carreira acadêmica, começando meu mestrado assim que me formar. Continuarei pesquisando e aprendendo. A ciência é um campo de conhecimento infinito, e estou pronta para explorar tudo o que ela tem a oferecer”, afirma, mostrando que suas experiências na IC consolidaram seu desejo de seguir a carreira científica.