Aracaju (SE), 21 de novembro de 2024
POR: Iracema Corso
Fonte: CUT SE
Em: 18/11/2024 às 14:24
Atualizada: 18/11/2024 às 19h03
Pub.: 19 de novembro de 2024

Classe trabalhadora protesta no Centro de Aracaju por redução da jornada de trabalho

 

Classe trabalhadora protesta no Centro de Aracaju por redução da jornada de trabalho - Foto: CUT SE

 

No feriado de 15 de novembro, o Centro de Aracaju abriu suas portas e a classe trabalhadora, a juventude, o movimento sindical e movimentos sociais de Sergipe protestaram pelo fim da jornada 6x1 e em defesa da escala 4x3, com jornada semanal de 36 horas de trabalho, sem diminuição dos salários.

A luta pela redução da jornada de trabalho sem diminuição dos salários é histórica e fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A vice-presidenta da CUT/SE, Caroline Santos, afirmou durante o protesto que a retomada da luta pela redução da jornada de trabalho é uma luta de toda a classe trabalhadora, inclusive de quem está desempregado.

“Antes dos trabalhadores conquistarem o direito de férias, o argumento dos patrões era o mesmo de que a economia ia quebrar. Na conquista do FGTS, a mesma coisa. Na luta pelo 13º salário, novamente o mesmo argumento. E a economia não quebrou e nem vai quebrar com a redução da jornada de trabalho e fim da escala 6x1. Existe vida além do trabalho, as pessoas têm religião, as pessoas precisam estar com suas famílias, precisam ter um momento de descanso”, declarou Caroline Santos.

“Nós é que produzimos, o empresário não vem pro chão da loja vender. O proprietário não vem pro chão da fábrica pra produzir”, declarou a secretária de Relações de Trabalho, professora Fia, durante a manifestação.

O presidente da CUT/SE, Roberto Silva, reforçou a importância da união da classe trabalhadora para alcançar vitórias. “A conquista da redução da jornada é importante para o descanso do trabalhador, para gerar produtividade e condições de vida, ou seja, é bom para a economia e para a classe trabalhadora ter mais tempo com sua família. Há uma ofensiva patronal e das elites contrária à redução da jornada de trabalho. Isso exige do movimento sindical, social e estudantil muita luta para trazer a classe trabalhadora para esse enfrentamento”.

A conquista deste avanço fundamental para a classe trabalhadora voltou a ser discutida graças à Proposta de Emenda Parlamentar (PEC) de autoria da deputada federal Erika Hilton (Psol).
Desde a semana passada, a classe trabalhadora e o movimento Vida Além do Trabalho (VAT) vêm pressionando deputados federais e, assim a PEC obteve apoio e assinaturas de mais deputados para poder tramitar na Câmara Federal.

Em apoio à PEC que propõe a redução da jornada semanal de trabalho, João Daniel (PT), Delegada Katarina (PSD), Nitinho Vitale (PSD), Yandra Moura (União Brasil), Gustinho Ribeiro (Republicanos), Thiago de Joaldo (PP), Rodrigo Valadares (União Brasil) e Ícaro de Valmir (PL), ou seja, todos os deputados federais de Sergipe assinaram a proposta da deputada federal Erika Hilton. A assinatura da PEC é só um passo, pois ainda é preciso pressionar os deputados a votar favoravelmente à PEC.

A proposta de acabar com a escala 6x1 foi apresentada durante o protesto do dia 15 de novembro aos trabalhadores das lojas do Centro de Aracaju que abriram no feriado. A reação positiva de cada trabalhadora e trabalhador comerciário mostrou que esta luta de toda a classe trabalhadora brasileira pelo direito à vida além do trabalho está só começando.


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