Documentário sobre Capoeira chega a Sergipe e terá exibição no Cine Vitória

"Dessa arte eu sei um pouco" é o primeiro longa-metragem do diretor Cled Pereira, e tem como protagonistas os mestres capoeiristas baianos Jaime de Mar Grande, Jorge Satélite e Rene. O filme chega a Sergipe com sessões nos dias 27 de fevereiro, quinta-feira, às 18h30, e 28 de fevereiro, sexta-feira, às 14h30, no Cine Vitória, em Aracaju. Na ocasião da primeira sessão, terá uma roda de conversa com o diretor do longa.

O filme retrata as narrativas dos mestres, que ao falar de suas trajetórias, os três sempre trazem a figura e os ensinamentos do Mestre Paulo dos Anjos, a quem puderam homenagear ainda em vida. Atualmente, mantêm vivo este legado ao contar a sua história para as novas gerações da capoeira. O filme destaca a música, o pensamento, os métodos e a história do grande capoeirista, nascido José Paulo dos Anjos, na cidade de Estância, em Sergipe.

Para o diretor, Cled Pereira, Paulo dos Anjos foi um dos mais importantes mestres de capoeira da sua época. "Através das memórias de três de seus discípulos, suas afinidades e divergências com o velho mestre, o documentário busca apresentar um pequeno fragmento deste imenso universo de conhecimento que é a capoeira, buscando manter vivo na memória não só um grande mestre, mas também todo um modo de se viver essa arte", conta Cled.

Sobre o diretor

Cled Pereira, capoeirista, graduado em direção de fotografia pela Escola de Cinema de Barcelona (ECIB) e Bacharel em cinema e mídias digitais pelo Instituto Ensino Superior de Brasília (Iesb), trabalha como Diretor de Fotografia, operador e assistente de câmera. Entre seus principais trabalhos estão o longa-metragem “Rumo”, de Bruno Victor e Marcus Azevedo e os curtas-metragens"Vão das Almas”, de Edileuza Penha e Santiago Dellape,“As dúas em Punto”, “La madre y la cerda” e “As Fraquejadas” de Uliane Utatit.

O diretor afirma que este é um filme sobre capoeira, mas também sobre solidariedade e companheirismo entre homens negros, que encontraram na capoeira um ambiente agregador que transformou as suas vidas. Lançado em circuito comercial no dia 15 de novembro de 2024, o filme já esteve presente no Festival Internacional de cinema de Goiânia, e na Mostra Sesc, onde foi premiado, chegando a Aracaju para celebrar o universo da capoeira.

“O mundo da capoeira tem muita desconfiança, porque a sua imagem já foi muito usada. Foram captadas muitas imagens, fotos, áudios, sem autorização. Fizeram diversos usos destes materiais e as pessoas nunca foram referendadas, creditadas e nunca remuneradas por isso. É muito difícil colocar a capoeira num filme. Foi um processo de, primeiro ganhar a confiança e a intimidade dos mestres. Entre o processo de começar a captar as primeiras imagens e o lançamento do filme, foram uns sete anos. Teve ainda o processo de pesquisa. Conversa com os mestres, cada um trazendo a sua versão, por outro olhar, outro prisma sobre os mesmos acontecimentos”, afirmou, Cled.

Ainda de acordo com o diretor, o universo da capoeira é muito agregador, porém "tem que estar disposto porque viver em comunidade, viver a diversidade, não são coisas fáceis, ainda mais quando você não tem estas experiências em outros espaços na sua vida. A capoeira tem uma coisa muito bonita que é, você ver o doutor da academia, da universidade, bater cabeça para o mestre, que às vezes é o porteiro, o pedreiro, uma pessoa que em outros locais da sociedade seria vista como inferior. Então, a capoeira é para todo mundo. Agora, não sei se todo mundo está disposto para a capoeira”, concluiu o diretor.

Confira a programação

Sessão dia 27 de fevereiro

Horário: 18h30
Local: Cine Vitória
Exibição e conversa com o diretor

Sessão dia 28 de fevereiro

Horário: 14h30
Local: Cine Vitória
Exibição