HQ escrita por sergipano sobre Brasil distópico entra em pré-venda através de financiamento coletivo
Criada por Hector Sousa, Akin é uma história afrofuturista brasileira e seu primeiro volume tem apoio da Lei Paulo Gustavo

Idealizada pelo sergipano Hector Sousa, o primeiro volume da HQ Akin chega em 2025. O projeto começou em 2019 como seu Trabalho de Conclusão de Curso em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Sergipe (UFS), quando chegou a produzir um episódio-piloto em formato de podcast de ficção.
“Com o tempo, a história foi passando por transformações e adaptações, até pelas mudanças de contexto sócio-político em que passamos, além também de meu amadurecimento enquanto roteirista”, explica Hector. Em 2021, ele começou a escrever roteiros para histórias em quadrinhos e decidiu adaptar Akin para essa mídia. Após algumas versões, o primeiro volume foi aprovado na Lei Paulo Gustavo de Sergipe em 2023.
Em Akin, acompanhamos Matheus, um homem comum que tenta sobreviver na Zona D. Em sua incessante busca por emprego, ele se depara com uma oportunidade que parece promissora, mas que, sem saber, o levará a uma jornada cheia de descobertas e reviravoltas. Para Hector, o impacto da HQ vai além do entretenimento.
“Acho que o impacto inicial é trazer um protagonismo negro para a ficção especulativa. Obviamente não sou o primeiro a fazer isso, mas o protagonismo negro (não apenas nos quadrinhos, mas em todas as mídias), ainda é ínfimo se comparado ao protagonismo branco. Também espero causar algumas reflexões, ao longo do primeiro volume e de toda a série, sobre debates raciais e de classe, além do impacto das tecnologias (como as I.A.s) nas nossas vidas”, reflete.
Apoiado pelo edital da Lei Paulo Gustavo da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap), Hector também reforça a importância de políticas públicas de fomento para tornar esse tipo de produção possível.
“Viver de arte no Brasil é difícil seja ela qual for. As ações de fomento e leis de incentivo são necessárias para que as produções sejam realizadas, principalmente por aqueles que não conseguem fazer por meios próprios ou não conseguem adentrar em grandes editoras. Esse financiamento público, quando bem feito, democratiza a produção cultural no Brasil e abre margem para uma pluralidade maior de histórias contadas”, conclui.
A pré-venda traz o primeiro volume de Akin em um valor mais baixo que o preço de capa (com recompensas a partir de R$ 15,00). Além disso, o público também poderá adquirir uma cartela de adesivos e um print A5 exclusivos da campanha. A pré-venda ficará no ar até o dia 14 de outubro. Akin estará presente na CCXP 2025, que acontecerá entre os dias 4 a 7 de dezembro, no São Paulo Expo.