Psoríase: especialista alerta para sintomas, impacto emocional e importância do tratamento
No Dia Mundial da Psoríase, celebrado nesta quarta-feira, 29, especialista reforça necessidade de informação e tratamento adequado
A psoríase é uma doença inflamatória crônica que acomete pele, unhas e articulações, provocando grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) indicam que cerca de cinco milhões de brasileiros, o que representa aproximadamente 1,3% da população, convivem com a condição. Em alusão ao Dia Mundial e Nacional da Psoríase, celebrado nesta quarta-feira, 29, destaca-se a importância de conscientizar a população tanto sobre os sinais físicos quanto sobre o efeito emocional da doença.
Essa condição pode se manifestar desde a infância até a terceira idade e caracteriza-se por placas avermelhadas recobertas por escamas que surgem em regiões como couro cabeludo, cotovelos, joelhos, costas, mãos e pés. De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional Sergipe, Thâmara Morita, a psoríase também pode afetar outras partes do corpo. “A doença também pode acometer as unhas e provocar alterações que se confundem com micose. Em outros casos, causa dores articulares importantes, como nas mãos e na lombar, o que caracteriza a artrite psoriásica”, explica. Os sintomas podem variar desde pequenas manchas descamativas até placas extensas, coceira intensa, sensação de queimação e dores articulares, podendo evoluir de forma silenciosa se não houver acompanhamento médico adequado.
Por se tratar de uma condição inflamatória sistêmica, a psoríase está associada a um maior risco cardiovascular, incluindo hipertensão, infarto e acidente vascular cerebral. A médica ressalta que o cuidado deve ser integral e que hábitos saudáveis contribuem para controlar a inflamação. “A inflamação não está só na pele. Ela acomete o corpo inteiro, e por isso o tratamento não deve ser negligenciado”, alerta a dermatologista.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é realizado por dermatologista, que na maioria dos casos identifica a doença apenas por meio da avaliação clínica. Em situações atípicas ou incertas, pode ser necessária biópsia para confirmar o quadro e diferenciá-lo de outras condições como dermatite seborreica, dermatite atópica ou micoses de unha.
Segundo a especialista, as opções de tratamento variam conforme a gravidade. “Em quadros leves, o controle é feito com pomadas, cremes, hidratantes e xampus específicos; em casos moderados a graves, são utilizados medicamentos orais e fototerapia; quando os tratamentos iniciais não apresentam resultados satisfatórios, medicamentos injetáveis, conhecidos como biológicos, podem ser indicados, oferecendo resposta eficaz para formas mais graves da doença”, detalha.
Impacto emocional e estigma
Apesar de não ser contagiosa, a psoríase ainda enfrenta preconceito e desinformação. “É importante reforçar que a psoríase não é contagiosa. Ela tem origem genética e pode ser influenciada por fatores externos como estresse, tabagismo e consumo excessivo de álcool”, explica Thâmara Morita.
A médica lembra que além das lesões visíveis, a doença provoca efeitos emocionais significativos. “Mesmo quadros pequenos geram constrangimento porque as pessoas olham, perguntam e o paciente acaba evitando o convívio social. Por isso, em alguns casos, o acompanhamento psicológico é recomendado para reduzir sentimentos de vergonha, isolamento e ansiedade”, finaliza.
Sobre Thâmara Morita
Thâmara Morita formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe e concluiu residência em Dermatologia na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. Ela possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, doutorado pela Universidade de São Paulo e atua como professora de Dermatologia na Universidade Tiradentes em Aracaju. Com mais de 15 anos de experiência, dedica-se ao tratamento de doenças de pele, cabelos e unhas, participa de congressos e contribui com publicações científicas especializadas. Atualmente é presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional Sergipe.