Aracaju (SE), 11 de dezembro de 2024
POR: Aldaci de Souza
Fonte: Alese
Em: 25/11/2024 às 10:08
Pub.: 25 de novembro de 2024

Capoeristas mantêm viva a expressão cultural em Sergipe

Capoeristas mantêm viva a expressão cultural em Sergipe - Foto: Eric O’Hara/Governo Sergipe

Será celebrado na próxima terça-feira (26), o Dia do Capoeirista. A Lei nº 08299/2017, aprovada na Assembleia Legisltaiva de Sergipe (Alese), inclui a data no Calendário Cultural do Estado. De acordo com o Parágrafo Único da lei, no dia 26 de novembro, cabe ao Poder Executivo, promover eventos que fomentem a valorização da capoeira (mistura de dança e arte marcial, símbolo de resistência da população negra), enquanto prática desportiva, patrimônio histórico e manifestação cultural, a exemplo de apresentações e práticas abertas ao público, seminários e debates.

A capoeira é classificada como uma expressão cultural e um esporte afro-brasileiro praticado por meio de uma mistura entre arte marcial, dança e música. É desenvolvida no Brasil desde o final do século  XVI, por descendentes de escravos africanos. É caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando chutes e rasteiras, acrobacias em solo ou aéreas. E classificada como Capoeira Angola (a mais antiga), Capoeira Regional (com ritmo mais rápido e movimentos mais suaves) e Capoeira Contemporânea (incorpora elementos modernos e flexíveis.

Em 2008, a Roda de Capoeira foi registrada como bem cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em novembro de 2014, recebu o Título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

O patrimônio imaterial é transmitido de geração a geração, constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. As músicas de capoeira são uma herança cultural e remetem aos antepassados. Os capoeristas além da luta, tocam instrumentos típicos e cantam. 

Os instrumentos usados na capoeira são o berimbau (feito de madeira e com uma cabaça amarrada a uma das pontas); o atabaque (tambor cilíndrico baixo que marca o ritmo do jogo): pandeiro (instrumento de percussão que acompanha o caxixi e marca o compasso), agogô (composto por duas ou três campânulas de metal, tocadas com uma baqueta); reco-reco (tubo oco feito de bambu ou madeira, com ranhuras cortadas ao longo da superfície); caxixi (pequena caixa feita de vime ou fibra natural, com sementes ou pedras dentro) e ganzá (tubofeito de metal ou plástico, preenchido com grãos de cereais ou areia). 
A capoeira é praticada no Brasil, principalmente nos Estados da Bahia (região do país que recebeu grande influência da África),  Rio de Janeiro, Maranhão, entre outros. No estado de Sergipe, há registros de prática da capoeira desde o século XIX. Atualmente vários grupos praticam a capoeira, se apresentando em escolas, no Mercado Central de Aracaju e em programas dos governos estadual e municipais.


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