Todas as dicas para conhecer Lisboa :: Por Carla Passos
Confira diversas atrações do centro histórico da cidade e ainda dicas sobre como economizar em ingressos e alimentação.
Lisboa é famosa por seus miradouros com vista para a cidade e o rio Tejo - Foto: Carla Passos
Nós já mostramos aqui o que fazer em Lisboa em 3 dias. A produção desse conteúdo foi quando estive na cidade há um pouco mais de um ano para uma pesquisa prévia antes de vir fazer um mestrado em Marketing Turístico em Portugal. Hoje morando há quase seis meses em terras lusitanas, retomamos o conteúdo sobre a capital Lisboa para dicas para quem quiser passar mais dias na cidade.
Com mais dois dias na cidade você pode percorrer todas essas atrações, que não citei no texto anterior. Recomendo que você retorne ao centro histórico, começando o passeio pelo bairro Chiado. Frequentado nos séculos XIX e XX por grandes figuras das artes e das letras, como Eça de Queiroz ou Fernando Pessoa, a região voltou a ganhar uma nova vida depois da reconstrução que sucedeu ao grande incêndio de 1988.
No Chiado encontramos lojas históricas e grandes marcas da moda internacional, teatros e museus, igrejas e miradouros, esplanadas e restaurantes famosos. Isto num ambiente cosmopolita e elegante que junta locais e turistas, todos rendidos ao charme deste bairro.
O elétrico 28 é um passeio que passa pelos principais pontos turísticos - Foto: @paulo.c.lopes
Armazém do Chiado
Esse centro comercial é um clássico do comércio lisboeta destruído no incêndio que assombrou o Chiado em 1988.
Reconstruído com uma estrutura moderna, os atuais Armazéns do Chiado e o seu edifício (Patrimônio Cultural) revivem alguma dessa aura passada. Por lá você encontra mais de 50 lojas nas mais diversas áreas (da moda à perfumaria), 15 restaurantes e um hotel. Uma dica é almoçar no restaurante Portugália dentro do Armazém do Chiado, que tem um ótimo custo-benefício. Qualquer prato ao molho portugália é uma delícia!
Estátua de Fernando Pessoa (e Café A Brasileira)
É, provavelmente, a estátua mais tocada e fotografada da cidade. Está no Chiado desde os anos 80 do século passado, junto à esplanada do café A Brasileira, um dos pontos de parada obrigatória de Fernando Pessoa.
Este café histórico do Chiado foi fundado em 1905 por um português que havia casado com a filha de um produtor de café brasileiro. Ele trouxe o produto ainda pouco conhecido em Portugal. Ele servia café gratuitamente como forma de divulgação a quem comprasse outras iguarias que importava do Brasil.
Teatro Nacional de São Carlos
Desde 1793 que o Teatro Nacional de São Carlos é a principal casa da ópera em Lisboa, substituindo o anterior Teatro Ópera do Tejo, destruído durante o terramoto de 1755.
O exterior, em estilo neoclássico, faz lembrar o La Scala, de Milão, enquanto o interior está cheio de detalhes rococó, que lhe dão um ar imponente e faustoso.
A sala segue o modelo do teatro italiano, enquanto a boca de cena é flanqueada por duas representações alegóricas em tons dourados: que representam a Virtude e o Costume.
A visita ao Teatro Nacional de São Carlos é guiada e paga, leva em torno de uma hora. As reservas devem ser feitas pelo e-mail visitas@saocarlos.pt.
A Av. da Liberdade é belíssima. Ela é finalizada na Praça do Rossio - Foto: Carla Passos
Praça do Rossio
Entre a Rua Augusta e a Avenida da Liberdade está uma das praças mais animadas de Lisboa: Rossio. No seu entorno estão o Teatro Nacional Dona Maria II, a Estação Ferroviária do Rossio (de onde partem os trens para Sintra), a Estátua D. Pedro IV e cafés e restaurantes.
O local era muito badalado e animado. Grande parte dos cafés desapareceram, mas o Café Nicola e a Pastelaria Suíça ficaram para guardar testemunho do passado. Ao centro uma coluna com a estátua do rei D. Pedro IV, que segura na mão direita a Carta Constitucional.
Praça Marquês de Pombal
Ela dá início à nova Lisboa. O nome é em homenagem ao governador de Lisboa entre 1750 e 1777. Os edifícios que rodeiam a praça são as sedes corporativas de importantes empresas, além dos principais bancos portugueses e grandes hotéis das cadeias mais importantes. A Praça Marquês de Pombal é uma boa zona para se hospedar, já que compõe um espaço tranquilo e ao mesmo tempo animado, e que se encontra muito bem comunicada com o resto de Lisboa.
Parque Eduardo VII
O Parque Eduardo VII fica do lado da Marquês de Pombal. É uma bela área verde em um longo e largo canteiro central com arbustos que formam desenhos geométricos. No local acontecem alguns eventos como Feira do Livro de Lisboa, no mês de abril e a feirinha de Natal em dezembro. E ao final do Parque tem a loja de departamento El Corte Inglés.
Rua Rosa
Indo em direção ao Cais do Sodré, você vai encontrar a famosa Rua Rosa. A pintura da rua marcou o desejo de mudança desta região, que no passado tinha muitos prostíbulos frequentados por marinheiros. Mas agora é uma das principais atrações turísticas de Lisboa.
Time Out Market Lisboa
É um food hall localizado no Mercado da Ribeira no Cais do Sodré. O conceito passa por juntar debaixo do mesmo teto chefs, restaurantes da capital com base nas recomendações dos críticos e colaboradores da revista Time Out.
Elétrico 28
Pegue o elétrico 28 e vá até o Castelo de São Jorge. O elétrico 28 é o mais famoso por ter um percurso que passa por vários pontos turísticos e bairros tradicionais de Lisboa, inclusive pelos miradouros Porta do Sol e Santa Luzia. Portanto, esse é um momento interessante para conhecê-los. E o mais legal é que você pode descer e subir em outro elétrico com o mesmo ticket.
O trajeto do elétrico 28 começa na Praça Martim Moniz, mas você pode embarcar em qualquer parada. Durante o percurso a bordo do Elétrico 28, são várias as atrações em Lisboa que pode visitar, como o bairro da Graça e o de Alfama, o Miradouro das Portas do Sol, o Chiado e a Praça Luis Camões, a famosa Sé de Lisboa e a Basílica da Estrela, entre muitos outros. Você pode descer no Castelo de São Jorge.
A passagem para andar elétrico 28 (e nos demais elétricos de Lisboa) custa 3 €, quando comprada com o próprio motorista do elétrico. Uma forma de economizar na passagem é usar o cartão Viva Viagem – que é o mesmo que é usado no metrô da cidade. Com este cartão carregado com passagens que também podem ser usadas no metrô, cada viagem sai por apenas 1,45 €. É só carregar o cartão em qualquer estação de metrô. O mesmo vale para os ascensores (funiculares de Lisboa).
Se você tiver comprado o Lisboa Card, que é o passe turístico oficial de Lisboa, também pode andar nos elétricos (e nos demais transportes da cidade) sem pagar nada a mais por isso.
O Castelo de São Jorge rende belíssimas vistas - Foto: Carla Passos
Castelo de São Jorge
Do extenso miradouro do Castelo de São Jorge, uma fortaleza construída no século XI, é possível ver boa parte dos pontos turísticos de Lisboa, como praças, igrejas, as Ruínas do Carmo, o Tejo e a ponte 25 de abril. A vista é de tirar o fôlego, sobretudo em horários próximos ao pôr do sol. Mas esta que é uma das principais atrações de Lisboa oferece muito mais aos visitantes, que podem percorrer muralhas, torres e conhecer o sítio arqueológico do local. As primeiras muralhas do castelo, que foi reconstruído diversas vezes por vários povos e recebeu diferentes nomes são do século II a.C. O nome foi uma homenagem ao santo padroeiro dos cavaleiros e das Cruzadas.
Alfama
Depois de visitar o castelo de São Jorge, a dica é caminhar pela Alfama, um dos bairros mais tradicionais de Lisboa. Seu nome em árabe significa “Alhama”, que quer dizer fonte termal. Na época dos mulçumanos, era onde se concentrava a população. O bairro tem muitas atrações como os miradouros Santa Luzia e Portas do Sol, a Catedral da Sé, as Igrejas São Vicente de Fora e a Santa Engrácia, que chama atenção pela sua beleza arquitetônica, com uma grande abóboda branca no topo. E também o Panteão Nacional estão enterradas ilustres figuras portuguesas, como o poeta Almeida Garret e a fadista Amália Rodrigues.
Lisboa card
O Lisboa Card é um passe turístico oficial de Lisboa. Ele funciona como um passe 3 em 1, já que é usado como: (1) cartão de transportes, (2) passe de museu e (3) cartão de descontos.
Comprando o Lisboa Card você também recebe um mapa e um pequeno guia de viagem.
O Lisboa Card pode ser adquirido para 24, 48 ou 72 horas. É importante destacar que o Lisboa Card não dá acesso gratuito a todas as atrações, mas muitas das principais atrações são gratuitas com o cartão, enquanto diversas outras têm descontos.
O passe de 24 horas custa € 22. O de 48 horas, € 37 e o de 72 horas, € 46 (o mais recomendável). Quem tem entre 4 e 15 anos paga valores diferenciados (€ 15; € 21 e € 26, respectivamente, de acordo com a duração do cartão).
Assim, com algum planejamento, usando o Lisboa Card você consegue economizar durante a sua estadia em Lisboa.
Com o Lisboa Card você tem acesso gratuito:
Transportes (ilimitado): metrô, ônibus, elétricos e elevadores, trens para Sintra e para Cascais.
Museus: Museu Nacional do Azulejo, Museu Nacional de Arte Antiga, Museu Nacional dos Coches, Museu do Chiado, Museu de Arqueologia, MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, Museu de Lisboa, entre outros.
Monumentos: Mosteiro dos Jerônimos, Torre de Belém, Palácio Nacional da Ajuda, Panteão Nacional, Arco Triunfal da Rua Augusta e Palácio Nacional e Convento de Mafra, Convento de Cristo de Tomar, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha, entre outros.
Além disso, com o Lisboa Card você tem descontos nas seguintes atrações:
Padrão dos Descobrimentos, Casa dos Bicos – Fundação José Saramago, Oceanário, Jardim Zoológico, Museu Calouste Gulbenkian, Museu do Oriente, Museu de Artes Decorativas, Museu do Fado, Museu da Marinha, Museu da Marionete, Convento do Carmo, Palácio da Pena, Palácio de Queluz, Palácio Nacional de Sintra, Quinta da Regaleira, Palácio de Monserrate, Castelo dos Mouros e Convento dos Capuchos, entre outros.
O Lisboa Card vale a pena?
Isso vai depender dos seus planos de viagem. Se você pensa em usar os transportes públicos e conhecer muitas atrações no mesmo dia, o Lisboa Card é um bom negócio.
Veja o seu plano de viagem para cada dia e quais seriam os custos com transportes e com as atrações, para saber o que compensa mais.
Exemplo: Quando você for a Belém, se visitar 3 atrações, como a Torre de Belém (€ 6), Mosteiro dos Jerônimos (€ 10), Museu Nacional dos Coches (mínimo 8 €) e somar os transportes de ida e volta (mínimo 2,70), já compensaria usar o Lisboa Card (€ 20).
Muitas pessoas optam também pelo Lisboa Card pela praticidade, já que você não precisa se preocupar em comprar ingressos para muitos dos museus e cartões de transporte público.
Por outro lado, não recomendamos que você compre apenas pensando na conveniência dos transportes. Os cartões diários de transportes públicos são mais econômicos (a partir de € 6,40).
Onde comprar o Lisboa Card?
Você pode comprar o Lisboa Card pela internet. Após a compra você receberá um voucher por e-mail, que deverá ser trocado pelo cartão quando você chegar em Lisboa. A troca é feita num dos postos de turismo da cidade, conhecidos como “Ask me Lisboa”.
Você também pode comprar o Lisboa Card nos postos de turismo da Praça do Comércio, Praça dos Restauradores e do Aeroporto.
Rossio: uma das praças mais animadas de Lisboa - Foto: Carla Passos
Saiba antes de visitar Lisboa
1- Se há algo que os lisboetas adoram é um miradouro. São vários de onde se avista a cidade e o rio Tejo.
2- Os passeios a pé são uma excelente forma de aprender mais sobre Lisboa e de encontrar belos monumentos, além de ruas e becos bem característicos.
3 - A maioria dos museus abre das 10h às 18h ou 19h. E geralmente fecham às segundas ou terças-feiras. Verifique se o museu que pretende visitar está aberto antes de sair de casa.
4- Nos restaurantes tradicionais, o almoço é servido entre 12h e 15h. Portanto, se resolver fazer um “almojanta” no meio da tarde pode ser que você não encontre onde comer. O serviço de jantar é geralmente entre as 19h e as 22h30.
5- O couvert é uma coisa muito comum nos restaurantes portugueses que parece confundir os estrangeiros. Assim que se senta, chega a sua mesa uma cesta de pão, junto com azeitonas, talvez até alguns petiscos mais elaborados. Atenção, eles não são gratuitos. Se comer da cesta, tem de pagar. Se tirar uma azeitona, paga pelo pires inteiro. Você pode pedir para o garçom tirar o couvert da mesa.
6- Se pretende experimentar pratos tradicionais portugueses com um orçamento limitado, procure os menus de almoço ou os pratos do dia em pequenos restaurantes e pastelarias. Geralmente, estes são exibidos na porta do estabelecimento.