'Quase Nada' em curta temporada em Aracaju a partir do dia 11/10

O Grupo Nóis de Teatro, atuante há 14 anos em Fortaleza-CE, dá continuidade a sua turnê nacional com o espetáculo “Quase Nada”. Com patrocínio da Petrobras e realização do Governo Federal e Ministério da Cultura, o projeto “Quase Nada Pelos Cantos do Nordeste” propõe a circulação da montagem realizada a partir do texto do dramaturgo cearense Marcos Barbosa. O espetáculo “Quase Nada”  que já passou por São Luis (MA), chega agora em  Aracaju (SE), com seis sessões no estado, transitando em teatros da periferias e do Centro e realizando debates após o espetáculo.

Além do espetáculo, o Nóis de Teatro oferece também a oficina “Olhar Periférico”, que visa trabalhar aspectos da encenação teatral a partir de um olhar sobre a cidade, dando foco na experiência estética das arquiteturas e topografias físicas e discursivas das suas periferias.  Com 8h/a de duração, a oficina está aberta para artistas da cidade, além de demais interessados nas questões estéticas que envolvem teatro e cidade.
Quase Nada
O espetáculo, montado em 2013 através do Prêmio Myriam Muniz 2013, conta a história de Antônio e Sara, um casal de classe média alta que, de madrugada, é abordado por um menino de rua num semáforo de uma grande metrópole. Assustados, o jovem casal atira no menino. Antônio e Sara recebem no seu apartamento uma senhora que julga ter visto o assassinato. A partir daí, duas questões colocam-se de forma antagônica em cena, ampliando a sua percepção para além de um discurso fechado, totalizante. Se de um lado, o jovem casal assassinou a queima-roupa, uma criança de idade não revelada, do outro, a tal senhora faz chantagem para não denunciar o caso. Nesse sentido, o espectador é convocado a testemunhar de forma ativa, através das janelas do apartamento do casal, uma trama complexa, cheia de reviravoltas, discutindo questões sobre o contexto de violência urbana que assola nossas cidades.
Em cena
Inquietos com o surto de violência que assola as cidades nordestinas, em especial com os antagonismos travados entre periferia e centro, favelização e concentração de renda, a luta de classes sempre foi a força motriz do trabalho estético do Nóis de Teatro. O encontro com o universo temático de Marcos Barbosa, dramaturgo cearense, veio fortalecer uma série de questões poéticas e políticas que vinham nos atravessando nos últimos anos, em especial pela necessidade de discutir violência urbana e os alarmantes números que apontam nossas cidades como os lugares mais violentos do mundo, dados que ameaçam uma classe média em ascensão, ávida por garantir seu lugar de conforto e segurança.
A pesquisa estética do Nóis de Teatro, sobretudo nos últimos anos, apontam caminhos artísticos que aspiram um olhar dialético sobre o mundo contemporâneo. Nossas imersões na poética da rua nos instigam, constantemente, a pensar um teatro questionador, inquietante, detonador de uma cidade em crise. Ao montar “Quase Nada” buscamos avançar nessa percepção dialética, crítica, na busca por uma análise profunda da narrativa apresentada. Para isso, lançamo-nos num jogo cênico que busca levantar a dúvida quanto às palavras ditas, utilizando de recursos metalinguísticos pensados a partir do uso das rubricas do autor, possibilitando um paralelo entre o caso apresentado e a realidade das cidades, em decadência ética, condicionada pelos ditames hegemônicos e esterilizadores do capitalismo. O espetáculo é resultado da nossa inquietude poética, da nossa necessidade de colocar uma lupa de estranhamento sobre uma realidade impalatável que, cada vez mais, vem parecendo familiar, aceitável.
Através do apoio do Programa Petrobras Distribuidora e do Ministério da Cultura, o Nóis de Teatro realiza a circulação do espetáculo pelas cidades de São Luis (MA) e Aracaju (SE), apresentando a montagem tanto nas regiões centrais quanto periféricas. A direção do espetáculo é de Altemar Di Monteiro, coordenador do grupo com uma ampla pesquisa sobre as interfaces teatro e cidade, construindo um repertório de espetáculos que trazem em cena questões de grande pertinência para o debate sobre as periferias urbanas. Altemar também ministrará a oficina “Olhar Periférico”.
Serviço
Dias 11 e 12 de outubro, terça e quarta, às 20h
Quase Nada- Direção: Altemar Di Monteiro
Espaço Imbuaça
Rua Muribeca 04 | Bairro Santo Antônio | Aracaju | Sergipe 
Dias 13 e 14 de outubro, quinta e sexta, às 19h e 21h
Quase Nada- Direção: Altemar di Monteiro
Sala de Dança Teatro Tobias Barreto
Av Tancredo Neves S/N| Bairro Inácio Barbosa| Aracaju | Sergipe
Dias 15 de outubro, sábado, 9h as 17h
Oficina "Olhar Periférico" ­ Facilitador: Altemar Di Monteiro
Sala de Dança Teatro Tobias Barreto
Av Tancredo Neves S/N| Bairro Inácio Barbosa| Aracaju | Sergipe 
Mais informações: (79) 9956-7274 - Mercinha Barreto / (85) 99739.8939 - Kelly Enne Saldanha
Facebook.com/noisdeteatro
http://noisdeteatro.blogspot.com.br/
Ficha técnica
Direção Geral – Altemar di Monteiro
Texto – Marcos Barbosa
Sara – Edna Freire
Antônio – Magno Carvalho
Vânia – Kelly Enne Saldanha
César – Henrique Gonzaga
Técnico de Som e Luz – Jefferson Saldanha
Apoio – Nayana Santos
Figurino – Ruth Aragão
Maquiagem – Edna Freire
Cenário – Elaine Nascimento e Jefferson Saldanha
Cenotécnico – Andre Rocha e Patrick Welber
Costureira – Ayla Silva
Cabeleireiras – Taline Martins e Odeli Lima
Direção de Fotografia e Montagem dos Vídeos – Irene Bandeira
Preparação de elenco para vídeo– Nataly Rocha
Captação de Som – Vivi Rocha
Fotografia – Duda Lemos
Projeto Gráfico – Altemar Di Monteiro
Produção – Nóis de Teatro
Produção Local – Mercia Barreto
Classificação indicativa: 14