Lázaro Ramos e Taís Araújo protagonizam espetáculo em Aracaju
O espetáculo é dirigido pelo próprio Lázaro Ramos.

Os atores Lázaro Ramos e Taís Araújo protagonizam a peça "O Topo da Montanha" (Foto: Divulgação)
Os atores Lázaro Ramos e Taís Araújo protagonizam a peça 'O Topo da Montanha', dias 6 e 7 de maio, no Teatro Tobias Barreto. O espetáculo é dirigido pelo próprio Lázaro e conta a história de Martin Luther King, reinventando o último dia do pastor protestante, antes de ser assassinado. Ingressos na bilheteria do teatro ou no CompreIngressos.com e informações através do telefone 3179 1490. A produção local é da Villela Produções.
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Curitiba,a capital do Paraná foi a primeira cidade a receber o espetáculo que estreou em São Paulo em outubro de 2015, além de ter recebido uma indicação ao Prêmio Shell, de melhor atriz, para Taís Araújo.
O Topo da Montanha, montagem que estreou em Londres, em 2009, ganhou versão na Broadway, em 2011, e começou sua trajetória de sucesso, em São Paulo, no dia 09 de outubro de 2015, protagonizada e também produzida por Lázaro Ramos e Taís Araújo, com direção de Lázaro Ramos e codireção de Fernando Philbert. Ela relembra que, há quase cinquenta anos, no dia 4 de abril de 1968, o mundo se despedia de Martin Luther King Jr, o pastor protestante e ativista político que se tornou ícone por sua luta pelo amor ao próximo e pelo repúdio à segregação racial norte-americana. Vale lembrar que somente entre 1883 e 1959, cerca de cinco mil negros foram linchados nos estados do Sul do país – e é este o momento histórico que a jovem dramaturga Katori Hall desconstrói na ficção.
O Topo da Montanha faz alusão ao último grande discurso de Martin Luther King (I’ve Been to the Mountaintop). Em Memphis, na Igreja de Mason, no dia 3 de abril de 1968, Luther King acabara de realizar seu último sermão. É exatamente neste cenário, um dia antes de seu assassinato, cometido na sacada do Hotel Lorraine, do quarto 306 – e na sequência de suas derradeiras palavras públicas –, que Martin Luther King, interpretado por Lázaro Ramos, conhece Camae, encenada por Taís Araújo, a misteriosa e bela camareira em seu primeiro dia de trabalho no estabelecimento. Repleta de segredos, ela confronta o líder em clima de suspense e simultaneamente debochado. Deste modo, em perfeito jogo de provocações, faz o reverendo se lembrar que, como todos, é humano. Por meio do humor e da emoção, faz rir e pensar com retórica atual, seja para americanos ou brasileiros.
A escrita, diga-se, faz sentido mesmo quando comparada à situação política daqueles tempos. Para citar uma frase do espetáculo: “parem a guerra do Vietnã e comecem a lutar contra a pobreza” – vista sob a ótica do presente, ela ainda parece possível ser proferida e ressalta as características de um líder que “teve a força de amar aqueles que jamais puderam o amar de volta”. “Este texto me perseguiu como ator por dois anos, por meio de pessoas que diziam que tinha de fazê-lo no Brasil. E é contemporâneo porque é uma história também sobre enfrentar medos. Sobre os trilhos da coragem e do afeto”, resume Lázaro. “Tínhamos muito receio de que o texto fosse americano demais e não tocasse as pessoas. Mas o tempo e uma boa tradução nos convenceram que as questões do amor e da igualdade são relevantes e próximas a todos nós”, complementa Taís.
A boa tradução para o português a que se refere Taís é de Silvio José Albuquerque e Silva, responsável por dar vida a temas universais e ainda envolventes. “Hall revela um líder ao mesmo tempo radical e pragmático, profético e imprevidente, sonhador, sedutor, frágil e, sobretudo, humano”, resume Silvio.
Com informações da organização do evento