Professor da Unit lança ficção que expõe realidade das cidades durante a pandemia

“A cidade dos pulmões ofegantes”, terceiro livro do professor Rooseman de Oliveira Silva, conta uma história que traz, como pano de fundo, o cenário caótico de uma cidade com muitos problemas.

Problemas reais da sociedade e das cidades são apresentados e discutidos através de uma contundente história de ficção. Esta é a proposta do livro “A cidade dos pulmões ofegantes: na pandemia da Covid-19”, escrito pelo arquiteto e professor Rooseman de Oliveira Silva, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit). O trabalho, que é o terceiro de autoria dele, foi lançado oficialmente no último dia 15, durante o encerramento do 1º Congresso de Arquitetura, Urbanismo e Design de Interiores (CAUD), realizado no Campus Farolândia da Unit, em Aracaju.

Segundo o autor, o objetivo do livro é mostrar todo o contexto imposto pela pandemia, que além das mais de 700 mil mortes ocorridas no Brasil entre 2020 e 2023, resultou no fechamento temporário de cidades inteiras, mudou as relações interpessoais e de trabalho, acelerou tendências e fez piorar alguns problemas relacionados à desigualdade, à violência e à ocupação urbana. “O livro é uma história de pesquisas que eu fiz nos últimos dois anos, em relação a como as pessoas estavam reagindo dentro da cidade no contexto da pandemia”, pontua Rooseman.

A história gira se passa entre 2020 e 2021, no auge das medidas de isolamento da população, impostas pela pandemia do coronavírus. Na história, um ex-vigilante que está cumprindo pena em uma penitenciária é liberado para visitar a irmã, que por sua vez está internada na UTI do chamado ‘Hospital das Almas Sufocadas’, em estado bastante grave causado pela Covid. Ao sair da cadeia, o personagem é avisado de que a irmã morreu na UTI e decide ir ao enterro, mas ao chegar no cemitério, ele rasga os lacres do caixão e descobre que o corpo é de outra pessoa.

“Ele vai atrás de onde está esse corpo da irmã, perdido pela ‘Cidade dos Pulmões Ofegantes’, que é uma cidade de segregação, de medo, violência, psicoativos… Eles estão numa cidade que é muito cinza, sem jardim e cheia de problemas de gestão, de infraestrutura, de insegurança. Ali, eles vão ter que passar por tudo isso até encontrar esse corpo. A pergunta é: será que eles vão encontrar o corpo?”, provoca Rooseman.

O professor da Unit acrescenta que a história também traz consigo o olhar da arquitetura e do urbanismo ao descrever os problemas da cidade fictícia, como uma representação dos problemas reais de praticamente todas as cidades brasileiras. “Ela é como se fosse um cenário, porque você também respira com esse pulmão ofegante dentro do ambiente urbanizado. O livro é uma ficção que expõe a realidade que nós vivemos, a história que todos nós, de uma maneira geral, passamos durante a pandemia”, resumiu.

O livro “A cidade dos pulmões ofegantes: na pandemia da Covid-19” pode ser adquirido com o próprio autor, através do telefone (79) 99964-1778 ou pelo Instagram, na conta @rooseman_arquiteto.