Rogério Carvalho conversa com médicos e apresenta propostas para transformar a saúde de Sergipe

Escolhido por Lula participou de um debate promovido pelo Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed/SE) e detalhou algumas ações que estão sendo pensadas para a categoria, bem como uma série de projetos para reestruturar a saúde do estado.

O candidato ao Governo de Sergipe, Rogério Carvalho (PT), participou, na tarde desta terça-feira, 23, de um debate promovido pelo Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed/SE) e apresentou propostas para a categoria, bem como uma série de projetos para reestruturar a saúde do estado.

Rogério Carvalho iniciou sua fala dizendo que pretende criar Centros de Diagnósticos Terapêuticos, fortalecer a Atenção Primária em Saúde (APS) nas cidades, implementar o monitoramento e avaliação para o acompanhamento dos processos de trabalho da gestão em saúde e criar espaços de gestão coletiva através do encontro sistemático e permanente entre as equipes que fazem o cuidado de todas as redes assistenciais.

O escolhido por Lula ainda fez um retrospecto de todas as suas ações, enquanto gestor da saúde de Aracaju e do Estado, com destaque para a criação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu). "Nós estamos, pelo menos na Prefeitura de Aracaju, sem investimentos significativos desde 2006, que foram feitos por Marcelo Déda, até as clínicas que foram feitas foram com recursos deixados por nós e eram para ter sido executados. Nas outras 31 unidades fomos nós que introduzimos a odontologia, assistência social, chegando, naquele período, a 96% de cobertura”, pontuou.

Rogério Carvalho ainda ressaltou que toda a estrutura de saúde mental de Aracaju, que foi considerada a mais completa do Brasil, foi feita enquanto ele estava na gestão. “Tudo isso no período da prefeitura, além de ter conseguido reduzir a mortalidade infantil de 31 mil para 16 mil”, destacou. 

O candidato ao governo de Sergipe pelo PT reforçou que, com a criação do Samu, a mortalidade das primeiras 48h foi reduzida em quase 50%. “Quer dizer que a mortalidade geral, de um paciente que foi resgatado, foi de 50%. Mostrando uma melhoria no atendimento de urgência e emergência com o Samu", explicou.

Criação do Samu e especialidades
"No Estado, criamos o Samu estadual, nove centros de especialidades odontológicas e farmácias populares em todas as regiões do estado de Sergipe. Fizemos as clínicas. Também triplicamos o tamanho do Huse e criamos o projeto do hospital do câncer”, relembrou Rogério Carvalho.

Em seguida, o candidato de Lula em Sergipe disse que o desafio na área de Saúde no estado é incrementar os hospitais regionais, modernizar tecnologicamente, revisar e atualizar a estrutura física, e terminar algumas obras que não foram concluídas, como o hospital de Neópolis, Tobias Barreto e Capela.

“O hospital de Propriá, por exemplo, precisa ter uma UTI e precisamos fazer essa ampliação para criar mais leitos e instituir a terapia intensiva. Todos os hospitais regionais precisam ser agregados aos centros de diagnósticos terapêuticos, porque Aracaju está sobrecarregada. Além disso, precisa-se ter especialidades em cada canto, em dias específicos para cobrir cada demanda", acrescentou.

“Tudo é possível quando se tem responsabilidade nas ações”
Ainda durante sua participação, Rogério Carvalho explicou que todos os pontos que vêm abordando sobre projetos para a saúde, são possíveis porque, quando secretário, diversas ações que "pareciam impossíveis" foram executadas e, muitas delas, segundo ele, são as que ainda estão em funcionalidade no Estado, sem nenhuma reformulação.

"Não é um sonho, porque hoje se consegue fazer um centro de diagnóstico completo com 20 milhões de reais, capaz de atender uma grande demanda regional. Parte do diagnóstico que tem que ser feito nas regiões. Socorro, por exemplo, precisa fazer um novo hospital regional com UTI e com centro de diagnóstico terapêutico e virar um hospital para somente fazer cirurgias ortopédicas”, analisou Rogério.

O petista ainda foi além: “Não dá para os pacientes ficarem esperando leito na emergência do hospital de trauma. É preciso seguir uma sequência cirúrgica. Nós temos muita tranquilidade em relação aos gargalos da saúde de Sergipe e sabemos como resolver, porque já fizemos isso antes".

"Nós temos o compromisso de fazer a reorganização e incrementação de toda a rede, bem como, também, a realização de concurso para suprir a perda de mão de obra que tivemos nesse período.  Mas é preciso que exista a vontade de fazer. Porque o profissional tem que ser concursado e remunerado pela sua disponibilidade", completou.

Histórico de compromisso com a categoria
Quando assumiu a gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aracaju, relembra Rogério, 70% da força de trabalho “era precarizada, com poucos enfermeiros e médicos”, de um único concurso feito na década de 1980.

“Quando cheguei, em 2001, todos os profissionais estavam precarizados. Então nós desprecarizamos toda a força de trabalho em todos os serviços que montamos e ainda realizamos dois concursos públicos. Nós já fizemos isso uma vez, reorganizamos. Ajustamos os salários, incorporando gratificações. Com isso, os profissionais passaram a ganhar mais e a contribuir mais com a previdência, podendo ter uma aposentadoria maior”, comentou.

No Estado, de igual modo, Rogério Carvalho comenta que assumiu a pasta numa situação gravíssima, porque a maioria dos trabalhadores não eram contratados pelo Estado. “Nós realizamos o concurso para todos os profissionais da saúde, inclusive especialidades médicas. Pegamos os penduricalhos que existiam, com gratificações não incorporáveis, colocamos como vantagem pessoal no valor da remuneração do trabalhador”, especificou.

Rogério explica que a medida fez o salário dos trabalhadores aumentar. “Em média, o aumento variou entre 100 e 200%, porque regularizamos a situação. Isso gerou uma grande recomposição e reestruturação da categoria. É importante entendermos que quem segura paciente em hospital é médico, então se não ajudarmos esse profissional, a fila fica abarrotada”, disse.

Funcionalidade dos hospitais regionais
Questionado sobre a funcionalidade dos hospitais regionais de Sergipe, Rogério Carvalho destacou que, em sua gestão, será definido que cada unidade deverá ter um plano organizacional de acordo com o que se é ofertado.

"Por exemplo, cada hospital regional vai ser estabelecido o que cada um vai ofertar. E o que for estabelecido, terá equipe, suporte, insumos e estrutura. Se a responsabilidade é dele de fazer, será feita por ele. Mas, para isso, criaremos critérios com base nas discussões que teremos sobre as diversas formas de contratação e responsabilidade", detalhou.

Tecnologia a serviço do povo
“Precisamos dar um passo adiante e entender que saúde é um serviço que se consome no ato da produção. Nesse ato de interação trabalhador e usuário, precisa ser registrado em tempo real. Nossa ideia é que todas as unidades de saúde acabem com o registro de papel, porque não faz sentido algum se fazer um atendimento e registrar no papel”, explicou Rogério.

O aliado de Lula em Sergipe falou, também, sobre a funcionalidade da nova ferramenta. “Com o registro digital, saberemos quem atende quem em cada lugar e de maneira simplificada. Com isso, é possível fazer contratos de serviços, o que foi gasto em cada município, quanto foi aplicado, se o paciente foi atendido no próprio município. E essa é uma guerra que vamos enfrentar”, afirmou.

Rogério ainda explicou que, para o sistema digital funcionar, é importante o apoio dos profissionais. “Se a gente quer ter um serviço de saúde de qualidade, precisamos do apoio dos profissionais. Porque, se não registrar em ato, não temos sistema único e não saberemos quem é ou não eficiente. Com o registro informatizado, e funcionando realmente, saberemos de tudo”, garantiu.

Embora feito com uma tecnologia inferior, Rogério Carvalho diz que a funcionalidade já foi testada. “Nós fizemos isso em 2004, quando não tinha smarthphones, e usávamos uma maquininha. Naquela época, mesmo com as limitações, desenvolvemos um entendimento, uma compreensão. Hoje, com a tecnologia, tudo será facilitado. Tudo será certificado, os exames serão direcionados, e poderemos rastrear se foi feito ou não. Evitando, assim, repetições.”, finalizou.