Planejamento financeiro pode salvar PMEs da recuperação judicial
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Neste ano, dos 238 pedidos de Recuperações Judiciais, 183 foram solicitados por micro e pequenas empresas, segundo dados divulgados pelo Serasa Experian.
Basicamente, a recuperação judicial é um processo legal que auxilia a empresa em dificuldades financeiras. Dentre os principais benefícios que oferece, se destacam:
- A empresa pode continuar com as suas atividades enquanto reestrutura suas dívidas;
- Proteção contra ações de execução e cobranças judiciais;
- Possibilidade da renegociação de prazos e condições de pagamento junto aos credores.
À frente da T4 Consultoria, auxiliando pequenas e médias empresas (PMEs) na reestruturação financeira e a adotar medidas preventivas, Marcelo Viana aborda sobre a importância do planejamento financeiro na recuperação judicial em PMEs.
Planejamento financeiro na recuperação judicial como instrumento imprescindível
Uma vez que a pequena e média empresa recorre à recuperação judicial, processo legal previsto na lei 11.101/2005, e tem o plano de recuperação apresentado e aprovado pela Justiça, passa a correr o prazo de dois anos para colocar o negócio em ordem, rever estruturas de gestão e reorganizar as finanças.
O planejamento financeiro na recuperação judicial é crucial, pois não apenas ajuda a empresa a superar a crise, como também a ajuda a criar hábitos financeiros que podem garantir sua sustentabilidade no futuro. São muitas as vantagens da aplicação eficaz deste instrumento na recuperação judicial:
Análise de caixa – ajuda na compreensão do fluxo de caixa atual e na projeção de cenários futuros;
Renegociação de dívidas – o planejamento financeiro possibilita visão clara da realidade financeira da empresa, o que auxilia na renegociação das dívidas e em condições mais favoráveis de pagamento junto aos credores;
Estabelecer prioridades de pagamentos – ajuda na definição de prioridades no pagamento de dívidas e fornecedores, prevenindo na empresa a falta de liquidez;
Projeção realista de receitas – também auxilia a projetar cenários futuros de receitas e despesas, o que favorece o planejamento de médio e longo prazo;
Corte de custos desnecessários – o planejamento financeiro atua na identificação das áreas em que os custos podem ser reduzidos, sem que isso comprometa a operação, o que leva ao aumento da eficiência do negócio;
Sustentabilidade a longo prazo – a implantação de práticas financeiras saudáveis continuam trazendo benefícios à empresa mesmo após o término do processo de recuperação judicial;
Gera o aumento da confiança dos credores – mostra aos credores que o negócio está se reestruturando com responsabilidade, o que pode favorecer acordos e aumentar a confiança no processo;
E outras.
Planejamento financeiro como uma estratégia de fortalecimento de longo prazo
Para as PMEs, o planejamento financeiro na recuperação judicial atua não apenas para que o processo seja bem-sucedido, mas para garantir um futuro mais estável.
A organização financeira da empresa leva o gestor às melhores tomadas de decisões, além disso, também traz mais clareza sobre as metas financeiras de longo prazo, ajudando o negócio não apenas a sair de uma crise, mas a continuar crescendo de maneira sustentável.
A recuperação judicial também representa um momento decisivo para que o empresário reveja o seu negócio no geral, se organize financeiramente, repense metodologias de gestão e até mesmo se o seu modelo de negócios pode ser ampliado ou se tornar mais específico em relação a determinados produtos/serviços.
O planejamento financeiro coloca “ordem na casa”, restabelece a ordem, contribui para um ambiente de inovação e até mesmo reforça as práticas de governança na empresa, principalmente aquelas ligadas à responsabilidade empresarial e à transparência.
É importante lembrar que, em momentos críticos para a empresa, como durante uma recuperação judicial, contar com o apoio de um especialista é fundamental. Esse suporte será decisivo tanto na busca por soluções para superar a crise atual quanto no processo de reestruturação financeira, renegociação de dívidas e reorganização da gestão da empresa.
Uma vez que o negócio adota um planejamento financeiro robusto, torna-se mais preparado para enfrentar crises futuras, assim como para identificar e aproveitar melhor as oportunidades de expansão.
Marcelo Viana, fundador da T4 Consultoria, com ampla experiência em cargos executivos em grandes empresas brasileiras. É uma das principais referências quando o tema é Gestão Familiar.