Aracaju (SE), 05 de fevereiro de 2025
POR: Gabriela Vieira Santos Oliveira
Fonte: Assessoria UNINASSAU
Em: 05/02/2025 às 12:34
Pub.: 05 de fevereiro de 2025

Mercado de Trabalho 2025: Desafios, Oportunidades e o Papel do Brasil na Era da Inovação

Jânyo Diniz, CEO do Grupo Ser Educacional e presidente do Sindicato das Instituições de Ensino Superior de Pernambuco e Paraíba

Jânyo Diniz, CEO do Grupo Ser Educacional e presidente do Sindicato das Instituições de Ensino Superior de Pernambuco e Paraíba - Foto: Assessoria UNINASSAU

 O mercado de trabalho enfrenta mudanças profundas em 2025, impulsionadas por avanços tecnológicos e transformações econômicas. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa global de desemprego deve permanecer em torno de 5%, um nível historicamente baixo. Contudo, isso não reflete as desigualdades estruturais, como a exclusão de jovens, mulheres e minorias, e os desafios impostos pela automação.

No Brasil, a taxa de desemprego, embora tenha mostrado sinais de recuperação nos últimos anos, ainda enfrenta o impacto de desigualdades regionais e dificuldades de inserção de jovens no mercado de trabalho. Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego até novembro de 2024, último mês divulgado, era de 6,1%.

Mas o cenário é heterogêneo: enquanto grandes centros urbanos registram queda nos índices, regiões mais vulneráveis, como o Norte e Nordeste, ainda enfrentam altas taxas de desocupação. Além disso, o déficit educacional e a baixa qualificação profissional dificultam a adaptação de muitos brasileiros às profissões que emergem com a economia digital e sustentável.

É este o cenário que o mundo enfrenta enquanto se vê tomado pela rápida expansão da Inteligência Artificial (IA) e da automação. Essas tecnologias já assustam o mercado de trabalho, ameaçando diversas profissões ao mesmo tempo em que abrem espaço para outras, porém, com competências específicas.

Entre as profissões em alta, destacam-se especialistas em IAs e machine learning, analistas e cientistas de dados, engenheiros de software e desenvolvedores. Essas áreas refletem a necessidade de adaptar-se a um mundo onde decisões baseadas em dados e inovação tecnológica moldam a economia. Profissionais de cibersegurança também são altamente demandados, dada a importância de proteger sistemas digitais em uma era de crescente digitalização. Além disso, com a pressão para práticas mais sustentáveis, profissionais de ESG (Ambiental, Social e Governança) ganham relevância, especialmente em setores comprometidos com a transição para uma economia verde.

Apesar das oportunidades, os desafios são significativos. No livro O Fim dos Empregos, Jeremy Rifkin argumenta que a automação não apenas desloca trabalhadores, mas também contribui para desigualdades econômicas e sociais. Rifkin sugere que, embora a tecnologia aumente a produtividade, ela concentra a riqueza nas mãos de poucos, deixando grandes parcelas da população fora do mercado de trabalho tradicional. Ele propõe alternativas, como a renda básica universal e a redução da jornada de trabalho, para mitigar os impactos do desemprego estrutural.

Paradoxalmente, a inovação também pode gerar empregos em áreas emergentes. Um exemplo é a economia verde, que, segundo o Fórum Econômico Mundial, deve criar milhões de empregos até 2030 em áreas como energia renovável, mobilidade sustentável e agricultura regenerativa. No Brasil, iniciativas como a expansão do mercado de energia solar e eólica têm potencial para gerar postos de trabalho, mas enfrentam obstáculos relacionados à burocracia e ao acesso ao crédito para projetos inovadores.

Portanto, o mercado de trabalho de 2025 apresenta um cenário de extremos. Profissões ligadas à tecnologia, sustentabilidade e análise de dados ganham força, enquanto setores dependentes de mão de obra repetitiva enfrentam declínio. No contexto brasileiro, a superação de barreiras educacionais e estruturais é essencial para garantir que a população possa se beneficiar dessas transformações.

Apenas com políticas públicas inclusivas, investimento em qualificação e incentivos à inovação será possível aproveitar plenamente as oportunidades oferecidas por um mundo em rápida transformação. Criar um ambiente favorável para o desenvolvimento profissional dos nossos jovens é de suma importância para que esta geração consiga se beneficiar das mudanças geradas pela IA e outras inovações.

No entanto, o Brasil ainda carece de uma estratégia clara e efetiva nessa direção. A falta de prioridade em educação focada nas mudanças sociais e nos avanços recentes de tecnologia como as IA’s por parte do governo, reflete diretamente no ritmo lento de progresso. Enquanto outras nações emergentes já colhem os frutos de uma visão mais ousada e proativa, o Brasil continua com os mesmos modelos acadêmicos e de formação de profissionais de décadas atrás que não refletem o momento tecnológico e social atual. O País precisa de mais do que promessas. São necessárias ações concretas para garantir que a transformação global não amplie ainda mais nossas desigualdades.


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