FPI interdita serrarias e apreende uma tonelada de resíduos de madeira em Canindé de São Francisco
FPI interdita serrarias e apreende uma tonelada de resíduos de madeira em Canindé de São Francisco (Imagem: Assessoria FPI)
Povoado Capim Grosso
As madeiras encontradas no Povoado Capim Grosso foram apreendidas e o Pelotão Ambiental da Polícia Militar de Sergipe lavrou um Termo Circunstanciado pelo crime ambiental, sob a Lei nº 9605/98. A ADEMA interditou a área por infração ambiental administrativa, através do Decreto Federal nº 6514/2008.
“Recebemos a denúncia do funcionamento irregular de uma serraria e ao chegar no local nos deparamos com uma pilha de resíduos, aproximadamente uma tonelada, isso significa que centenas de volumes de madeiras foram processadas. Além disso, foram encontradas 28 toras processadas, outras cinco prontas para processar e estacas. A serraria não possui licença ambiental da ADEMA, nem documento de origem florestal”, explicou o coordenador da Equipe Flora, Romeu Boto.
As madeiras encontradas pela FPI foram extraídas das árvores baraúna, aroeira e angico (madeira nobre e rara) e de outras espécies ameaçadas de extinção. Foi verificado, ainda, um avanço muito grande do desmatamento na região. “O desmatamento avança se tiver um local onde possa ser processada a madeira, então fechando esse empreendimento nós conseguimos diminuir a devastação. O dono dessa serraria até recebia madeira de origem legal, mas a maior parte dela era de forma irregular”, acrescentou o coordenador.
Assentamento João Pedro Teixeira
No Assentamento João Pedro Teixeira, o proprietário da serraria foi notificado pelo INCRA e terá 30 dias para apresentar defesa.
Para a promotora de Justiça e coordenadora geral da FPI, Allana Rachel Monteiro, “esse trabalho é de suma importância, tendo em vista que a caatinga é o terceiro bioma mais devastado do Brasil, sendo urgente o controle do desmatamento no sertão sergipano”.
Outros alvos
Além desses alvos citados, a FPI/SE também identificou um Posto da DESO com equipamentos de monitoramento da água quebrados, empreendimentos sem licença ambiental às margens do Rio São Francisco, na zona de amortecimento e em Áreas de Preservação Ambiental – APP.
A notícia boa do dia foi dada pela Equipe Aquática, que fez a inspeção em embarcações e relatou que tudo estava de acordo com a legislação em vigor.