Equipe Aquática da FPI/Sergipe flagra piscicultura irregular nas águas do Velho Chico
Os trabalhos da FPI da Tríplice Divisa estão no seu segundo dia e várias irregularidades são encontradas em torno do Rio São Francisco. Em Sergipe, no município de Canindé do São Francisco, a Equipe Aquática da Fiscalização encontrou um tanque feito de redes com uma criação de tilápias, próximo ao Dique 03.
Equipe Aquática da FPI/SE flagra piscicultura irregular nas águas do Velho Chico (Imagem: Assessoria FPI)
Segundo os técnicos do IBAMA, do Pelotão Ambiental da PMSE e da Capitania dos Portos de Sergipe, a criação está sendo feita de forma irregular. Além desse flagrante, os integrantes da Aquática, encontraram mais 15 tanques como este com, aproximadamente, 6 mil peixes.
O proprietário foi notificado pelos órgãos competentes.
Equipe Aquática da FPI/SE flagra piscicultura irregular nas águas do Velho Chico (Imagem: Assessoria FPI)
Possíveis situações que o uso tanques-rede podem causar
Ocupação do espaço: tanques-rede e cercados requerem, para que sejam economicamente bem-sucedidos, áreas protegidas de ventos, com baixa velocidade e profundidade máxima de 7 metros, que em reservatórios correspondem às zonas litorâneas. As zonas litorâneas, além de usadas como áreas de desembarque da pesca profissional e como balneário, fornecem abrigo e alimentação para as formas juvenis da maioria dos peixes e espécies forrageiras, constituindo-se em locais de desova de outras.
Alteração no fluxo da água e correntes: as malhas e demais estruturas dos tanques promovem redução na corrente de água, com implicações no transporte de sedimentos (assoreamento, disrupção da comunidade bêntica) e nas concentrações de oxigênio e metabólitos.
Introdução de espécies: as malhas e estruturas são danificadas por predadores, objetos flutuantes e vendavais, tornando os escapes um fato inevitável, com registro em todo o mundo. Os escapes de espécies alóctones ou exóticas podem levar a drásticas reduções dos estoques nativos por processos de predação, competição, adulteração do pool gênico, destruição de habitats e surtos de doenças.
A equipe Aquática é formada pelos seguintes órgãos: ICMBio, CB, Semarh, Capitania dos Portos, SPU, Ibama, Emdagro, UFS/Max, Crea/SE, CBHSF, PM/SE e Adema.