Aracaju (SE), 21 de novembro de 2024
POR: Agência Alese
Fonte: Agência Alese
Em: 25/11/2016 às 11:37
Pub.: 25 de novembro de 2016

Audiência: "Seca no Sertão fechará ciclo de sete anos sem chuvas", alerta meteorologista

Meteorologista Overland Amaral (Imagem: Jadilson Simões/Agência Alese)

Meteorologista Overland Amaral (Imagem: Jadilson Simões/Agência Alese)

A previsão é de alerta para o Sertão e Semiárido Sergipano. De acordo com o meteorologista Overland Amaral, que participou da realização da audiência pública da Alese nesta sexta-feira, 25, sobre a problemática da seca e da escassez de água que afeta o sertão sergipano, a climatologia atual sobre a região Nordeste aponta para o fechamento do ciclo de 7 anos de seca em Sergipe.

Para frisar o cenário exposto pelo cientista, para o período chuvoso deste ano, trimestre de junho a agosto, era esperado o índice pluviométrico de 700 milímetros, quando somente choveu 300 milímetros. Um abalo para a população e agricultura da região.

“Estamos hoje no 5º ano de seca em todo o Nordeste e em Sergipe. Neste período o índice de pluviosidade (chuvas) foi extremamente abaixo da média histórica prevista para todo o Estado, e especialmente na região do Semiárido e Alto Sertão Sergipano. Ou seja, categoricamente um período seco”, pontuou Overland Amaral.

Segundo explicou o meteorologista, os modelos climatológicos apontam que no próximo ano, 2017, semelhante situação que vivemos neste ano de 2016, será difícil para a agricultura e para o armazenamento de água.

“Dentro dos nossos estudos, do modelo aplicado para a projeção da previsão climatológica, a tendência não é muito boa. É bom entender que estamos no 5º ano consecutivo desse quadro meteorológico e, a tendência é entramos no ciclo de 7 anos de seca. Estamos caminhando com a mesma situação para o próximo ano e a perspectiva é que em 2018 o ciclo de sete anos de seca se concretize”, prevê.

Ação antrópica

Segundo explica o meteorologista, que na ocasião da audiência pública representou o secretário de Estado do Meio Ambiente, Olivier Chagas, essa situação se agrava quando a situação de preservação e proteção ao Meio Ambiente é afligida pela ação do homem sobre a natureza.

“Essa situação gritante da seca se dá ainda por efeito das ações antrópicas, como a retirada da cobertura vegetal, das matas ciliares das nascentes. Essa agressão quando feita sem controle a essas áreas, agrava cada vez mais o reabastecimento dos lençóis freáticos, que é uma situação séria e real, pois vivemos com essa situação. É fundamental contornar essa problemática como forma de minimizar os impactos causados pelas anomalias climáticas, a exemplo do El Nino, e outros fatores climáticos”, frisa o meteorologista da Semarh.


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