Caverna submersa é descoberta durante FPI/Sergipe
Cavidade é usada como fonte de água pela comunidade; monitoramento sazonal permitiu registro do local nos períodos de seca e cheia.
Técnicos da equipe em atividade de monitoramento de cavernas (Foto: Assessoria FPI/SE)
O coordenador da equipe e espeleólogo, Elias Silva explica que, na visita anterior, eles haviam encontrado uma cavidade cheia de água. Através de observação das características da cavidade e de relatos da comunidade, puderam deduzir que era uma caverna. “Os moradores usam o local como fonte de água e nos contaram que, à medida que a nível da água baixa, eles entram cada vez mais fundo para ter acesso”, conta Silva. “Assim, pudemos deduzir que o local era uma caverna”, completa.
A formação tem pelo menos 40 metros de comprimento e, no monitoramento, a equipe pôde identificar a fauna de morcegos e pequenos insetos que habita a caverna subaquática no período de seca. “A FPI tem possibilitado esse monitoramento sazonal das cavernas que permitiu essa descoberta”, diz Elias. “As visitas regulares possibilitam que a equipe registre tanto as mudanças naturais do ecossistema da caverna, como um período de cheia e de seca, quanto mudanças causadas pelo homem, como desmatamento e poluição”, explicou.
Descoberta
Nas visitas da FPI 2018, a Equipe Espeleologia/Arqueologia descobriu uma nova caverna no município de Gararu, até então desconhecida e não registrada na base de dados nacionais. Segundo Elias Silva, a formação foi localizada num paredão do vale do rio Capivara e tem uma característica pouco comum em Sergipe. “A maioria das nossas cavernas são formadas de rochas calcárias, enquanto esta formação é de rocha granítica”, explicou. Ainda de acordo com o espeleólogo, a cavidade é de porte pequeno e tem cerca de 10 metros de extensão. Também foram identificados os animais da fauna do local, como morcegos e pequenos insetos.
Sergipe
Atualmente, o Estado tem 140 cavernas conhecidas e registradas. E esse número cresceu 20% nos últimos três anos, depois da FPI. “A Equipe Espeleologia/Arqueologia já descobriu 30 novas cavernas em Sergipe durante a FPI”, destaca Lívia Tinôco, procuradora da República e Coordenadora da FPI. “O conhecimento e registro dessas formações, que muitas vezes também contém sítios arqueológicos e paleontológicos, é fundamental para a proteção do patrimônio natural e cultural de Sergipe”, destaca a coordenadora.
Instituições parceiras
Durante a FPI/SE, mais de 200 profissionais de 28 instituições vão percorrer nove municípios para promover ações em defesa do Rio São Francisco. São 16 órgãos federais, nove órgãos estaduais, dois órgãos municipais e uma instituição da sociedade civil organizada. Confira: Ministério Público Federal em Sergipe, Ministério Público do Estado de Sergipe, Ministério Público do Trabalho, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Fundação Nacional de Saúde, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Polícia Rodoviária Federal, Superintendência do Patrimônio da União, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Fundação Cultural Palmares, Capitania dos Portos de Sergipe, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Museu de Arqueologia de Xingó, Universidade Federal de Sergipe, Agência Nacional de Mineração, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Sergipe, Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe, Administração Estadual do Meio Ambiente de Sergipe, Polícia Militar de Sergipe, Grupamento Tático Aéreo da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, Coordenação de Vigilância Sanitária de Sergipe, Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe, Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju e Centro da Terra - Grupo Espeleológico de Sergipe.