Aracaju Cidade do Futuro: dragagem do Poxim solucionará demanda histórica da Jabotiana
Aracaju Cidade do Futuro: dragagem do Poxim solucionará demanda histórica da Jabotiana - Foto: Marcelle Cristinne | Prefeitura de Aracaju
A Prefeitura de Aracaju vem implementando uma série de medidas e investimentos destinados a tornar a cidade cada vez mais preparada para enfrentar desafios climáticos e proteger seus cidadãos, sobretudo aqueles que residem nos pontos de maior vulnerabilidade. São ações permanentes e paliativas que tornaram Aracaju um exemplo de resiliência urbana no mundo, ao entrar para o seleto grupo de cidades “nível C" na campanha “Construindo Cidades Resilientes”, da Organização das Nações Unidas (ONU).
Com a recente aprovação do Senado Federal para contratação de um empréstimo de R$ 500 milhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o Município dará um passo ainda maior para o desenvolvimento da cidade, a partir da execução do pacote de investimentos do programa “Aracaju Cidade do Futuro”, que abrange planejamento estratégico e uma série de projetos de infraestrutura, a exemplo da dragagem do rio Poxim.
De acordo com o secretário municipal de Defesa Social e da Cidadania (Semdec), tenente-coronel Silvio Prado, a necessidade de dragar o Rio Poxim surgiu após inundações que afetaram o bairro Jabotiana em 2017. Um estudo técnico revelou que o fundo do rio havia sido elevado em cerca de um metro devido ao acúmulo de sedimentos, diminuindo a capacidade de absorção das águas das chuvas. Isso se tornou um problema crônico, resultando em inundações recorrentes, como a que ocorreu em 2019, quando 350 mm de chuva caíram em 72 horas, afetando toda a região.
A dragagem do Rio Poxim, que consiste na remoção desses sedimentos, devolverá ao rio sua capacidade de absorção, tornando a área do bairro Jabotiana mais resiliente a eventos climáticos extremos. Isso, salienta o gestor, é especialmente crucial no momento em que as mudanças climáticas estão aumentando a frequência e a intensidade de chuvas. Com este projeto, as dificuldades enfrentadas até o momento poderão ser superadas, ou seja, mesmo com intensidade semelhante das chuvas, as inundações e alagamentos não mais acontecerão.
Considerado um dos pontos mais vulneráveis para inundação, a região do bairro Jabotiana, atravessada pelo rio Poxim, se tornará mais resiliente a partir desta obra. Segundo o secretário, trata-se de uma iniciativa de ampla dimensão, visto que impactará de maneira positiva e permanente toda a comunidade.
“A Prefeitura de Aracaju tem adotado uma abordagem estratégica e de longo prazo em seu planejamento urbano. Entre 2017 e 2020, nós passamos por um processo de reconstrução, quando verificamos que alguns pontos da cidade precisavam de obras para mitigação de problemas, via drenagem, pavimentação e contenção de encostas. Agora, a partir de 2021, estamos planejando a cidade para o futuro, ou seja, não é um projeto para apenas esse mandato. São investimentos fundamentais para o futuro de Aracaju. São obras que vão trazer melhorias a médio e longo prazo. Elas fazem parte de um planejamento que alterou de patamar a resiliência da capital, saímos de reconstrução para preparar para o futuro, e deixaremos para as próximas gerações um legado, uma possibilidade de crescimento ordenado e urbanizado”, garante o secretário.
Conforme Silvio Prado, como resultado desse trabalho, Aracaju tem aumentado a sua capacidade de eliminar áreas de risco e construir de forma mais resiliente. Ele destaca que, atualmente, como resultado de todo esse trabalho, "Aracaju está no nível mais alto de resiliência, constatado e homologado pela ONU, e essa mensuração é feita anualmente, ou seja, cotidianamente precisamos abastecer o sistema com informações para comprovar e manter Aracaju no nível C".
"Nós alcançamos esse nível mais alto de resiliência pelo planejamento estratégico, pelo Comitê de Gerenciamento de Crise da Prefeitura e pela integração entre os órgãos. A Defesa Civil é um sistema, portanto, ela interage com todos os órgãos da Prefeitura de Aracaju. O sistema municipal de proteção e defesa civil funciona porque temos uma integração total. Todas as demandas que passamos para qualquer órgão, são prontamente atendidas e, inclusive, entram para uma fila de prioridade total”, enfatiza o secretário.
E, nesse contexto, ressalta Silvio, a dragagem do Rio Poxim é mais um passo crucial nesse caminho de resiliência. À medida que a cidade se prepara para enfrentar desafios climáticos crescentes, esses investimentos não apenas protegem seus habitantes atuais, mas também deixam um legado de crescimento ordenado e urbanização para as futuras gerações.
“Obviamente, estamos passando por um processo de mudanças climáticas, tudo isso que vem acontecendo nos últimos anos com chuvas significativas em intervalos menores de tempo trazem ainda mais relevância para este investimento. Estamos planejando para o futuro, pois o que tem acontecido pode voltar a ocorrer de maneira ainda mais intensa, adversa, então, precisamos estar preparados, seja na Zona de Expansão ou nos bairros já populosos que têm sofrido com as chuvas. Tudo isso é fruto de um estudo técnico que vem sendo feito há anos”, reitera o secretário.