Duas estudantes da UFS são premiadas em congresso da Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas

Evento aconteceu no Japão em setembro.

Duas estudantes da Universidade Federal de Sergipe foram premiadas no 18º Congresso Internacional da Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas, que aconteceu entre os dias 11 e 16 de setembro, em Kanazawa, no Japão. Organizado pela Sociedade Internacional de Substâncias Húmicas (IHSS), o evento, que acontece a cada dois anos, tem como objetivo promover e divulgar a pesquisa e o ensino científicos de substâncias húmicas e matéria orgânica do solo.

Dezenove estudantes foram contemplados em todo o mundo pelo prêmio “Travel Support Award”, sendo a ex-aluna do curso de doutorado da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) da UFS e bolsista da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec), Anuska Garcia, uma dos três brasileiros que tiveram seus trabalhos aprovados.

Com o objetivo de contemplar o mérito científico, o prêmio custeou as despesas dos responsáveis pelos trabalhos a serem apresentados no congresso. “A importância do prêmio se dá não só pelo incentivo aos jovens pesquisadores, mas também pela contribuição no avanço dos estudos referentes à matéria orgânica natural”, destaca Anuska.

Além dela, a ex-aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da UFS, Daiane Requião, teve seu pôster premiado ao fim do congresso como um dos melhores do evento na categoria “Diversidade da molécula orgânica natural em tratamentos de água”. O estudo traz uma “nova metodologia de síntese de um material adsorvente que promove a remediação de cromo em efluente industrial de forma eficiente e ecológica, apresentando uma alternativa promissora para minimizar a concentração de metais tóxicos, que são lançados nos corpos hídricos diariamente em grande quantidade”, explica Daiane.

Para a orientadora das duas estudantes, Luciane Romão, do Departamento de Química (DQI), a importância desse congresso é a interação científica e acadêmica. “Essas premiações abrem caminho para que nossos grupos consigam aumentar o conceito dos cursos na Capes - hoje nós somos 4 na Química e 5 na Renorbio. Além disso, ter convênios de cooperação acadêmica internacional contribuem para que os estudantes possam apresentar trabalhos ou estagiar no exterior, bem como alunos e professores de fora possam vir para fazerem cursos ou darem palestras”, ressalta Luciane.

O estudo

Anuska foi premiada com o estudo “Nova abordagem biotecnológica para biodegradação de hidrocarboneto policíclico aromático utilizando bactéria da turfa” (New Biotechnological Approach for Polycyclic Aromatic Hydrocarbon Degradation Using Bacteria from Tropical Peat).

Ela desenvolveu um estudo sobre a bioprospecção da microbiota da turfa de Santo Amaro das Brotas, em Sergipe.

“A turfa de Santo Amaro das Brotas, em Sergipe, já foi testada como adsorvente para diversos compostos tóxicos, como crômio, trialometanos, entre outros, apresentando bons resultados. Porém, nenhum estudo foi feito com relação à bioprospecção da sua microbiota para fins biotecnológicos. Este estudo teve como objetivo isolar pela primeira vez bactérias da turfa de Santo Amaro das Brotas, assim como desenvolver um novo bioproduto contendo a bactéria imobilizada em esferas de quitosana para utilização na biodegradação do fluoranteno”, explica a jovem pesquisadora.

A exposição do trabalho de Anuska aconteceu em dois dias, sendo o primeiro uma apresentação oral em inglês e o segundo, uma sessão de pôster.