Primeiro curso de jornalismo de Sergipe já formou mais de 1.300 profissionais
Desde 1981, a Universidade Tiradentes, contribui para a formação de jornalistas.
O primeiro curso de Jornalismo de Sergipe foi aberto pela Universidade Tiradentes (Unit), em 1981. Até pouco tempo antes, a profissão não era regulamentada, mas as discussões em prol de uma maior qualificação do profissional de imprensa mobilizaram os jornalistas sergipanos. Com a implantação do curso, a Unit formou mais de 1.300 profissionais com mais de 70% de absorção pelo mercado de trabalho.
[[JPEG-74151-85069]]Na década em que foi implantada a graduação, o mercado midiático era formado, essencialmente, por jornais impressos, rádios e emissoras de TV. Assim, a grade curricular do curso buscava formar um profissional capaz de ser absorvido por estes veículos. “Foi um marco para a profissionalização dos profissionais de jornalismo no estado. Isso é fundamental quando a gente pensa na qualidade do jornalismo que se faz aqui em Sergipe. A contribuição da Unit desde os anos 80 é uma contribuição imensa até pela quantidade de profissionais que forma”, disse a professora do curso, doutora Juliana Almeida.
Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor-SE), Milton Alves Júnior, jornalista formado pela Unit, em 1981 e 2022, os mercados são semelhantes. “Os cenários se confundem parcialmente, mas é possível se deparar com avanços de extrema representatividade. Ainda na primeira etapa dos anos 80 o Jornalismo, e os Jornalistas, vivenciavam um período de censura exposta, perseguições e atos de tortura. Ao longo dos últimos 40 anos esta classe trabalhadora conseguiu, juntamente com o processo de redemocratização do país, conquistar estabilidades e credibilidade social junto aos brasileiros leitores, telespectadores, ouvintes e, mais recentemente, internautas”, conta.
“No momento em que este curso de graduação foi incluído na grade da Faculdades Integradas Tiradentes a batalha travada por Jornalistas era contra um sistema protagonizado pela administração pública federal; hoje, além de enfrentar a onda de descredibilização protagonizada por uma parcela da sociedade brasileira, há um enfrentamento contra a desinformação, popularmente conhecida na língua inglesa como ‘Fake News’. O mercado para esta classe trabalhadora segue propício, em especial, para aqueles cidadãos que desejam levar a milhões de brasileiros, impecavelmente baseado na ética profissional, uma informação verdadeira, de cunho social, cidadã e progressista”, acrescenta.
Em 1990, surge uma demanda proveniente das empresas públicas e privadas: maior transparência de suas ações. Isso resultou na implantação e estruturação das assessorias de comunicação. Acompanhando a tendência de busca de profissionais capacitados para liderar as assessorias, a Unit construiu o Complexo de Comunicação Social (CCS), no campus Farolândia, e transferiu o curso, que passou a contar com espaços próprios para as atividades práticas exigidas para a formação do jornalista.
Na mesma década, no ano de 1996, uma outra mudança impulsiona a produção de conteúdo jornalístico para a web. Com a implantação do primeiro portal de notícias, a Infonet, diversos outros veículos criaram suas próprias páginas na internet. Atenta à nova dinâmica, a Unit foi a instituição de ensino superior pioneira no Nordeste a disciplina Jornalismo On-line na matriz curricular, visando capacitar os estudantes à atuação na nova área.
“O curso de jornalismo da Unit que vem acompanhando as novas tecnologias. Tem uma estrutura de professores que tem um vasto conhecimento no mercado, além da formação e em pós-graduação. Tem o CCS que é o Complexo de Comunicação Social, um dos maiores do Brasil que possibilita uma prática de excelência para esses alunos em todas áreas do jornalismo. Então, a universidade oferece não só o aporte teórico, mas o aporte prático técnico para que esse profissional possa ir para o mercado de trabalho realmente preparado para os desafios que a comunicação nos impõe hoje”, afirma a professora Juliana.
Sempre em atualização, o curso adotou em 2015, uma estrutura curricular a contemplar as novas tecnologias e tendências de mercado, com foco nos eixos fundamentais da ética, respeito e compromisso com a verdade dos fatos. “Temos como missão garantir que a verdade prevaleça em quaisquer que sejam as circunstâncias. Ouvindo sempre todos os lados envolvidos nas pautas a serem produzidas, conseguiremos apresentar ao público em geral conteúdos capazes de provocar no senso comum discussões sadias, responsáveis pelo avanço da humanidade e da nossa nação”, afirma o presidente do Sindijor.
A professora Juliana corrobora. “Hoje, com a internet todo mundo pode produzir uma informação, mas a notícia trabalhada, apurada, que é um porto seguro para uma sociedade só quem oferece é um jornalista qualificado, que passou por um processo de formação técnico, ético e humanístico. Por isso, eu defendo a atuação do jornalista com diploma, porque trabalhar com a notícia de forma que a sociedade seja informada dignamente como é um preceito da declaração universal dos direitos humanos de que todo cidadão tem direito à informação de qualidade, só o jornalista com formação tem”, finaliza.