Aracaju (SE), 04 de dezembro de 2024
POR: Asscom Unit
Fonte: Asscom Unit
Em: 12/12/2022 às 08:01
Pub.: 12 de dezembro de 2022

EAD contribui para que indígenas conquistem o diploma de ensino superior

Indígenas da aldeia Kariri Xokó na Unit Propriá (SE) são uma ótima referência de acolhimento e suporte necessários para torná-los profissionais qualificados.

Ramille Tavares Sampaio, aluna do curso de Biomedicina - Foto: Asscom Unit

Ramille Tavares Sampaio, aluna do curso de Biomedicina - Foto: Asscom Unit

Os estudantes indígenas da aldeia Kariri Xocó percorrem 7 km para chegar ao polo de Educação a Distância (EAD), da Universidade Tiradentes (Unit) em Propriá (SE) com um objetivo em comum: serem aceitos no mercado de trabalho e conquistarem o diploma de ensino superior.

Janayna Oliveira, Ramille Tavares, Myrelly Cristina Cruz, Diego da Silva e Audenio Campos, alunos do curso de Biomedicina, encontraram uma oportunidade de se formar graças ao modelo híbrido. Eles precisam se deslocar apenas algumas vezes de casa ao polo de apoio presencial, o que facilita bastante a conciliação entre a vida profissional e acadêmica. 

Uma das grandes vantagens do EAD é a acessibilidade financeira, ressalta a estudante Janayna Oliveira. Segundo ela, mesmo sendo mais barato, a qualidade de ensino é igual. “Foi apenas nessa modalidade que pude fazer um curso de nível superior, com valor acessível e que coube na minha condição financeira. Além disso, podemos contar com o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que é um sistema bem organizado, e que eu posso estudar quantas vezes quiser”, afirma.

A maior vantagem é a flexibilidade, de acordo com a aluna Myrelly Cristina Cruz. “O formato EAD oferece muita flexibilidade e permite assimilar melhor os conteúdos das disciplinas e controlar melhor o tempo dedicado ao aprendizado. Possui um sistema acadêmico bem organizado, de fácil acesso para estudar e a única diferença do presencial é a metodologia de ensino, mas o importante é que os modelos possuem as mesmas disciplinas”, destaca a aluna.

Os principais fatores são autonomia e flexibilidade, segundo Ramille Tavares. “Além de adequar bem as metodologias de aprendizagem, o EAD vem para garantir mais flexibilidade, liberdade para meu estudo sem que eu saia prejudicada, me promovendo autonomia e adaptação a novos contextos”, conta.

Diego, quase formado, diz que já tem uma boa ideia a respeito do futuro, logo após terminar o curso. “Vou poder oferecer meus conhecimentos adquiridos na universidade para melhorar de forma direta ou indiretamente algumas questões da aldeia em que vivo no que tange a área da Biomedicina”, relata o futuro Biomédico.

Muitos cursos são almejados pelos alunos da aldeia. Nutrição é um deles. A aluna Viviane Pirigipe Rosendo se desloca apenas três vezes na semana para as aulas práticas, já que também estuda no formato híbrido.

“Pretendo usar todos os métodos de aprendizagem e conhecimentos que eu conseguir adquirir à minha comunidade para que o meu povo tenha entendimento sobre a importância de uma alimentação saudável e que não se disfarça das riquezas alimentares que são as comidas típicas já existentes na etnia”, enfatiza.

O modelo presencial também é escolhido por alguns, como o caso da aluna de Direito, Jennifer Ferro. Ainda que no modelo presencial, ela também desfruta do AVA, ferramenta utilizada pelos alunos EAD. “O AVA tem sido um meio de estudo ótimo para aqueles que optaram por estudar de forma não presencial, nele encontramos tudo que precisamos, assuntos e provas. Temos professores tutores e uma grande rede de apoio”, declara.

Muito menos deslocamento
De acordo com o gestor do polo, que fica no campus da Unit em Propriá, Bruno Teles, é grande a importância da inserção dos alunos indígenas no ensino superior.

“É de fundamental importância o EAD ter alcançado a Aldeia Kariri Xocó, pois fez com que eles conseguissem ter acesso ao nível superior. Para nós, é uma modalidade que nos orgulha bastante por perceber que tem proporcionado momentos como esse para a população indígena, a qual ao longo dos anos tem lutado por direitos, inclusive na área educacional. Saber que o EAD da Unit tem oferecido essa oportunidade é motivo de muito orgulho”, elenca o gestor.

O incentivo e o acolhimento impactam na escolha desses alunos. “Quando nós apresentamos a nossa missão de inspirar as pessoas a ampliar os horizontes é disso que falamos, de incluir todas as classes sociais. É um privilégio para nós do campus de Propriá receber a população indígena, e saber que essa comunidade está fazendo parte da Unit. Nós vibramos e valorizamos quando qualquer indígena alcança espaços dentro da universidade”, diz o gestor.


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