Egressa de Arquitetura da Unit realiza Projeto de Extensão no Hospital São José
A arquiteta Maria Vitória Amorim de Moraes Barros, realizou um projeto para melhorar a estrutura física da ala de Urgência e Emergência de Saúde Mental do Hospital.

Egressa de Arquitetura da Unit realiza Projeto de Extensão no Hospital São José - Foto: Asscom Unit
A arquiteta se comoveu com o estado que o local estava e buscou maneiras de levar conforto e qualidade de vida para os pacientes e funcionários do Hospital. Maria Vitória conta que tudo iniciou no ano de 2020, mas o projeto precisou de uma pausa devido a pandemia do Covid-19.
“Foi em 2021 que eu e mais dois amigos produzimos um artigo que buscava falar sobre a situação atual da Urgência e Emergência do Hospital São José, já que também gostamos muito da área hospitalar da arquitetura. Nisso eu estava próxima de fazer meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e buscava fazer algo que tivesse impacto direto em alguma população e também algo que eu sentisse amor e não fosse algo apenas pra ficar no mundo das ideias”, conta.
Ela diz que a sua relação com hospital foi se estreitando ao ponto dela sentir a necessidade de fazer algo para trazer mais conforto e acolhimento. “Desde o início tive muito contato com a psicóloga Laíra Rolim que me mostrou ainda mais a realidade dos pacientes e profissionais. Conseguimos fazer uma rifa com doações de presentes de diversas lojas, Também conseguimos doações de tintas e alguns materiais que iriam possibilitar a realização do projeto. Foi assim que conseguimos comprar os materiais necessários para a reforma”, relembra.
A intervenção no hospital só foi possível devido a sua insistência em querer reformar a ala. Maria conta que durante os dias de intervenção, ela e os demais voluntários notaram que as pacientes se sentiam muito queridas e cada vez mais envolvidas no Projeto. Ela explica que a presença das mulheres era maioria, mas os homens aos poucos foram influenciados pela comoção causada durante a intervenção.
“Percebemos que as pacientes se sentem abandonadas e o hospital remete muito a uma sensação de encarceramento, além da saudade dos amigos e familiares, já que durante a pandemia até o final de 2021 não havia nenhuma possibilidade de visitação presencial, então nós, mesmo que por aquele curto período podemos manter contato e conversar com elas, sendo uma forma de conforto. Além disso, as pinturas faziam com que elas se sentissem importantes, já que nós dedicamos um momento para trazer um bem estar, sem ganhar nenhum dinheiro em troca, apenas visando a qualidade de vida delas”, ressalta.
O Projeto de Extensão abriu portas para novas doações. Segundo a estudante, a curiosidade das pessoas as incentivam a colaborar com a manutenção do espaço. “Não saberei numerar, as pessoas que foram impactadas com esse Projeto, mas conversando com a psicóloga, ela relatou que as pinturas mudaram bastante a dinâmica do hospital. Os pacientes sempre se sentem muito orgulhosos daquele espaço realizado com a participação deles. Laíra conta que sempre que as pacientes vão enviar fotos ou tirar fotos no momento da alta, buscam as pinturas para servir como plano de fundo. No Instagram @colorirsãojose é possível ver alguns registros da intervenção”, destaca.
Maria ressalta a importância de incentivar doações para assegurar que os pacientes tenham uma qualidade de vida enquanto estão internados. “A ala de Urgência e Emergência de Saúde Mental do Hospital São José continua precisando de voluntários, produtos de higiene pessoal e roupas. A demanda de assistidos é muito grande e às vezes faltam recursos. A psicóloga Laíra Rolim recebe todas as doações e as distribui para os pacientes. Para doar basta deixar na recepção que será muito bem-vindo”, propõe.
Para a arquiteta, o sentimento que fica é de gratidão. “Nós, os voluntários do projeto, conseguimos conhecer mais uma realidade que não temos acesso diariamente e saber como nossa profissão afeta diretamente a vida daqueles presentes nos hospitais e locais de atendimento à saúde foi muito importante. Acredito que ao presenciar diversas realidades e histórias, todos nós conseguimos ver que essa área precisa de atenção e de cuidado, e principalmente procurar entender quem são aqueles que nós estamos construindo, não apenas construir de forma técnica, mas de forma humana também” afirma.
Ela relembra como a Universidade Tiradentes, por meio dos professores, colaborou para o seu crescimento pessoal e profissional. “Tive a felicidade de durante a graduação ter um ensino teórico que me ensinou a ver e enxergar a humanidade na arquitetura, não se tornando algo técnico, mas algo humano, sendo também critica a situações de injustiça e buscando sempre buscar pelo bem. Durante a minha graduação pude crescer e amadurecer minhas ideias, aprender sobre inúmeras realidades, além de saber respeitá-las, buscando sempre a melhor opção que pudesse trazer a melhoria da vivência das cidades. Agradeço demais a todo corpo docente da instituição que esteve comigo durante essa caminhada, com certeza moldaram a pessoa que sou hoje e a profissional que busco ser para o amanhã”, conclui.