Cartão Sicredi Empresarial 970x250
Aracaju (SE), 26 de dezembro de 2024
POR: Fátima Almeida airam22_fafa@hotmail.com
Fonte: Fátima Almeida
Pub.: 30 de dezembro de 2015

Quem dividiu o tempo? :: Por Fátima Almeida

Fátima Almeida  airam22_fafa@hotmail.com

Quem dividiu o tempo?  ::  Por Ftima Almeida (Foto: Google/montagem byfafah)

Quem dividiu o tempo? :: Por Ftima Almeida (Foto: Google/montagem byfafah)

Eis que é chegado o final de mais um ciclo. Fizemos planos, projetamos metas e trabalhamos para cumpri-las. Eis que é chegado também o tempo de fazermos um balanço, para determinar o saldo de todas os nossos atos e atitudes, durante o ano. É o momento em que precisamos refletir bastante, rever nossos conceitos e tentar corrigir o que necessitar de correção. O tempo passa rápido e como versejou o grande poeta Mário Quintana, “...quando se vê já é Natal...  quando se vê já terminou o ano...”

“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.”

Esse belo texto tem sido compartilhado na web com autorias controversas. Quem não gostaria de tê-lo escrito? Já o atribuiram ao bardo inglês Shakespeare, ao genial Chaplin, ao inigualável Drummond, e por fim, alguns sites apontam como autor, o Jornalista Roberto Pompeu de Toledo. Seja quem for seu criador, estava no auge da inspiração quando o escreveu e o publicou para que fosse apreciado e comentado pelos que têm interesse em versar sobre o tempo.

O tempo... que Caetano Veloso definiu como “um senhor tão bonito, compositor de destinos, tambor de todos os ritmos e um dos deuses mais lindos.” Que fez Renato Russo descobrir que  todos os dias quando acordamos não temos mais o tempo que passou, aliás, conta-se que Galileu Galilei, em certa ocasião, ao lhe perguntarem quantos anos teria, respondeu: Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais,” e Cazuza nos lembra que “o tempo não pára.” Até um trava-línguas popular nos leva à pensar sobre o tema: “O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu ao tempo, que o tempo tem quanto tempo, quanto tempo o tempo tem”.

Muitos discursos, muita poesia, mas o tempo é muito mais que tudo isso. É uma questão filosófica que cada vez mais desperta o interesse de cientistas, filósofos, compositores, artistas e de todos que têm o hábito de organizar e cronometrar a realização de suas tarefas.

No Livro XI, da obra Confissões, o Pensador Agostinho de Hipona escreveu: “Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem o poderá apreender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.” Para ele, os tempos passado, presente e futuro existem, na alma.

O filósofo Aristóteles, também dedicou-se ao estudo do tempo.  Encontrou uma relação entre tempo, movimento e alma e afirmou que o tempo poderia ser fracionado, dividido, mas incontável, composto de passado e futuro: “O que já foi não o é, e o que será ainda não o foi”.

Quem nunca questionou, por que o ano tem 12 meses? Quem dividiu o tempo?

Estudos e descobertas arqueológicas indicam que desde o aparecimento dos primeiros hominídeos, em todas as civilizações antigas, por algum motivo, alguém já se ocupava da medição do tempo. Inicialmente eles achavam que apenas o sol e a lua se movimentavam, enquanto a terra ficava parada. Com o passar do tempo, surgiram aparelhos que facilitaram a observação, juntamente com informações colhidas dos agricultores sobre a inexplicável diferença de clima em determinadas épocas. Estudiosos então,  resolveram dividir o tempo.

Sabendo que o Sol voltava a passar exatamente pelo mesmo lugar em determinado período, dividiram esse intervalo em 12 partes iguais e chamaram de ano. 12 meses é o período em que o planeta Terra faz sua volta em torno do Sol. Enquanto isso a Lua dá 12 voltas em torno da Terra e cada volta dura aproximadamente 30 dias – um mês. Então, o ano tem 12 meses, o mês tem 30 dias, e cada dia tem 24 horas – tempo em que a Terra dá uma volta em torno do seu eixo.

E cada povo usou suas crenças e costumes para elaborar seu calendário:

Os Sumérios dividiam o ano em 12 meses de 30 dias sendo que os dias eram divididos em 12 períodos (que equivalem a duas horas), e dividiam cada um destes períodos em 30 partes (aproximadamente 4 minutos).

O  calendário Egípcio, inicialmente baseava-se nos ciclos das fases da lua. Depois os egípcios vieram a utilizar o movimento da estrela Sírius, que passa próxima ao sol a cada 365 dias, coincidindo com o início da cheia do Rio Nilo.

Os Maias, além do Sol e da Lua, baseavam seu calendário também no planeta Vênus.

Os Judeus têm um calendário lunissolar. Baseiam-se nos movimentos tanto da Terra em relação ao Sol quanto da Lua em relação a Terra. Contam o tempo a partir da criação do Universo, que afirmam ter ocorrido há cerca de 6 mil anos.

O calendário Árabe baseia-se no ciclo lunar e têm como referência o ano da Hégira – fuga de Maomé de Meca para Medina - 622 a.C.

Para os Cristãos foi criado um calendário solar calculado por Dionysius Exiguus,(calculista do Papa) e apesar de haver divergências nos registros históricos, teve como marco inicial o nascimento de Jesus, Ano I da Era Cristã.

Mas se somos imortais, o que é um ano diante da eternidade?

Sabemos que a questão do tempo não é tão simples. Nós, enquanto seres humanos, precisamos aproveitá-lo o máximo possível. Aportamos nesse orbe com a difícil tarefa de aprender a amar o próximo a começar por nós mesmos. A missão é árdua e precisamos correr contra o tempo, para aprender e colocar em prática o nosso aprendizado. Nosso espírito, sim, é imortal, feito à imagem e semelhança de Deus, mas enquanto estivermos aprisionados na matéria, precisamos gastar com sabedoria cada milésimo de segundo do tempo que nos foi concedido, porque a cada existência por aqui, ele é limitado.

Uma nova fatia de tempo, se aproxima. Que as pessoas consigam entender, que não se busca a paz fazendo guerra. Que não é contra o próximo que devemos lutar e sim contra nós, nossas imperfeições e se conseguirmos vencer o monstro do egoísmo que por vezes nos domina, a paz virá como consequência benéfica. Virá como um Ano Novo.

FELIZ ANO NOVO! QUE SEJA BEM-VINDO 2016!

 

Fátima Almeida  airam22_fafa@hotmail.com - em 26/12/2015

Confira AQUI alguns artigos de autoria de Fátima Almeida, publicados no ClickSergipe

 

Notas:

Calendário: conjunto de unidades de tempo (dias, meses, estações, ano, ...), organizadas com o propósito de medir e registrar eventos ao longo de "grandes períodos".

O filosofo grego Aristóteles nasceu em 384 a.C. e morreu em 322 a.C.

Agostinho de Hipona, Santo Agostinho (354-430) foi um grande pensador.

Tempo – Mário Quintana (fragmentos)

Oração ao tempo – Caetano Veloso (fragmentos)

Tempo Perdido - Renato Russo (fragmentos)

OBS.: No caso da  falsa autoria, a confusão pode ter se originado porque Drummond tem um poema sobre o ano novo, o Receita de Ano Novo

Fontes da pesquisa, confirmando a falsa autoria:

Pesquisa Geral - Google


Tenha o Click Sergipe na palma da sua mão! Clique AQUI e confira as últimas notícias publicadas.

WhatsApp

Entre e receba as notícias do dia

Entrar no Canal

Matérias em destaque

Click Sergipe - O mundo num só Click

Apresentação