Tributo a AYRTON SENNA :: Por Sueli Bessa, Narração de Dermeval Gomes
Tributo a AYRTON SENNA (Imagem: divulgação)
TRIBUTO A AYRTON SENNA
Autor: Sueli Bessa Guerra da Silva (Rio de Janeiro - RJ)
Narração: Dermeval Gomes (Aracaju-SE)
Aracaju, 29 de Abril de 1995
Foi numa manhã de Domingo.
Numa linda manhã de sol,
o primeiro Domingo de Maio
e o primeiro dia do mês,
do ano de 1994.
O dia era promissor, nossos
corações estavam em festa
e a expectativa era grande.
O mundo ligado em você.
Era o dia do trabalhador
e você estava lá,... trabalhando...
batalhando por mais uma vitória.
Aquele dia, era um dia especial,
principalmente para você que
iniciava uma outra luta, a dos
bastidores numa tentativa de
melhores condições de trabalho,
como todo trabalhador.
Não seria fácil conseguir dobrar os
senhores todos poderosos da Fórmula 1,
mas você teria conseguido, com certeza.
E agora?
Ninguém conseguiu entender. Ficou difícil
para nós. Você se foi, deixando milhões de
corações despedaçados, sem ao menos pedir
licença, nem sequer se despediu.
Isso era próprio de você.
Foi assim quando começou.
Foi entrando em nossos lares
sorrateiramente, sem ao menos
pedir licença, e foi ficando...
ficando e tornou-se íntimo
no seio de nossas famílias.
Ora de manhã, quando não
à tarde e as vezes de madrugada.
E lá estávamos nós a sua espera.
A ansiedade estampada em cada
rosto, no furor de nossas mentes
transformados numa grande corrente
de pensamento pedindo a DEUS que
ajudasse você chegar até o fim.
O fim de qualquer corrida e em
primeiro lugar.
Era belo ver a nossa pequena bandeira,
a Bandeira Brasileira, tremular em suas mãos
após cada vitória.
Nessa hora, ela se tornava tão imensa
que parecia cobrir o mundo.
Agora, os domingos perderam a graça,
acabou aquela sensação gostosa de prazer,
ao vê-lo refletido nos tubos de imagem
dos nossos aparelhos de TV.
Não veremos mais, aquele sorriso meigo,
meio de lado, o seu olhar doce e calmo
mesmo nas horas de tensão.
O que ficou gravado em nossas mentes
para todo o sempre, foi aquele seu último
olhar pensativo... vago,
parecendo preocupado, como se fosse
de uma despedida.
Naquela hora, nenhum de nós entendeu.
É que chegava a hora da tua partida.
Quem era você afinal?
Um ás, um Deus, um herói?
Sei lá, que importa!
Para nós voce será sempre o nosso “AYRTON”,
embora não visitando mais os nossos lares,
continuará para sempre em nossos corações.
Valeu, Ayrton.