Abrace o Risco :: Por Luiz Filipe Macêdo
Imagem ilustrativa: getrevue.co
Por Luiz Filipe Macêdo*
Com a economia ainda engatinhando e ensaiando uma tentativa de recuperação, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira, 05, reduzir a taxa SELIC para 2% a.a. batendo mais um recorde histórico. É importante destacar que a porta ficou aberta para cortes futuros, inclusive ainda este ano.
Mas o que isso significa?
A SELIC é utilizada como forma de controle inflacionário. Com a taxa SELIC mais alta, os bancos irão emprestar mais ao governo, uma vez que o poder de pagamento e a confiança são maiores do que no caso de emprestar a uma pessoa jurídica ou física. Isso faz com que as pessoas tenham menos acesso ao crédito bancário, uma vez que ele se torna mais caro, e o consumo tende a diminuir assim como a produção industrial e o mercado imobiliário, por exemplo.
Por outro lado, havendo uma queda na taxa SELIC, o custo do crédito diminui, estimulando a economia com o aumento de empréstimos e financiamentos. Em resumo, é isso, mas vamos focar agora nos investimentos.
A queda da taxa básica de juros influencia em todo tipo de aplicação, aquelas mais básicas como a poupança, CDBs pós-fixados e fundos DI simples sofrem mais. Isso faz com que o investidor com pouco conhecimento do mercado financeiro fique sem opção, já que com a taxa se mantendo baixa e o consumo voltando, a inflação provavelmente corroerá o seu rendimento chegando a ser negativo em termos reais.
E agora, como rentabilizar meu patrimônio?
Já passou da hora de o investidor brasileiro evoluir e abraçar ativos geradores de riqueza como ações, fundos imobiliários e crédito privado, ativos esses considerados mais arriscados. O fenômeno dos juros baixos veio para ficar, isso já acontece há anos em países desenvolvidos, inclusive alguns já adotam o juros negativo.
É sempre bom destacar que o risco é relativo, e ele pode ser negativo ou positivo como já foi dito em artigo anterior. Nosso mercado financeiro tem evoluído e hoje existem diversas empresas sólidas, geradoras de caixa e lucro que podem ser acessadas através da bolsa de valores ou através de títulos como debêntures, CRIs e CRAs.
Para os amantes da renda fixa segura e previsível, ainda sobram alguns títulos CDBs com garantia do FGC e os tesouros diretos com prazos longos. É importante aqui ter visão de longo prazo, no mínimo 5 anos nos CDBs e 20 anos no tesouro direto para conseguir ter boa rentabilidade.
Encerro dizendo que a redução dos juros é positiva para a nossa economia. O Brasil e seu povo sempre sofreu com as altas taxas cobradas em bancos e outras instituições financeiras. O juros baixo fomenta a criação de empresas, consequentemente gerando riqueza e empregos no país. Ficamos na torcida para que essa nova era perdure e não acabe mais.
*Luiz Filipe F. M. Macêdo
Assessor de Investimentos – Real Invest
Contato: https://linktr.ee/lfmacedoaai