Aracaju (SE), 20 de setembro de 2025
POR: Sputnik Brasil
Fonte: Sputnik Brasil
Em: 15/12/2016 às 19:22
Pub.: 15 de dezembro de 2016
Atualizada: 15/12/2016 às 19h26

Brasil fica no 6º lugar de ranking de desinformação sobre o próprio país

Pesquisa feita em 40 países pelo Instituto Ipsos Mori, comparando a percepção que as pessoas têm de seus países com a realidade, coloca o Brasil no sexto lugar do ranking, abaixo de Índia, China, Taiwan, África do Sul e EUA. Já as populações mais conscientes de suas realidades foram Holanda, Grã-Bretanha, Coreia do Sul, República Tcheca e Malásia. 

Brasil fica no 6º lugar de ranking de desinformação sobre o próprio país (Imagem: Fernando Moura/Riotur/Fotos Públicas)

Brasil fica no 6º lugar de ranking de desinformação sobre o próprio país (Imagem: Fernando Moura/Riotur/Fotos Públicas)



Nesse tipo de ranking, quanto mais afastada do primeiro lugar melhor é a percepção real do que as pessoas pensam e de como a realidade é. A pesquisa abordou determinadas perguntas para avaliar o grau correto de informação, entre elas, por exemplo, qual o percentual de mulçumanos na população do país, quantos por cento se declaram felizes, quanto é investido em determinada setor, entre outras.

No caso do Brasil, o melhor resultado foi verificado quanto ao tamanho da população. A maioria das respostas apontou 200 milhões. O correto é 207,8 milhões. Já em outras avaliações, as resposas mostraram grande diferença com a realidade. Em Educação, a maioria acredita 25% do Produto Interno Bruto (PIB) é investido na área, quando na verdade são apenas 8%. Em tempos de escândalos políticos, o pessimismo também anda em alta por aqui. Quando indagados sobre qual percentual de brasileiros se sente feliz, a maioria das respostas girou em torno de 40%. Na verdade, pelos últimos levantamentos, esse percentual é de 92%.

Rafael Moura, pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) acredita que essa percepção distorcida do brasileiro sobre a própria realidade é fruto de vários fatores.

"Uma variável que contribui muito para isso é um problema estrutural dos meios de comunicação no Brasil. Em função de termos meios extremamente oligopolizados, e muito voltados para interesses particularistas ao invés de trazer a informação para o leitor e pluralidade de opiniões, o cidadão médio brasileiro acaba tendo muita dificuldade para assimilar todas as coisas que estão acontecendo no país e ter um juízo com um pouco mais de isonomia."

Moura diz que isso acaba repertcutindo muitas vezes em uma cultura que o brasileiro tem — e já capturada nas pesquisas de ciência política — de sempre atribuir toda e qualquer crise econômica ao Executivo à figura do presidente.

"Temos um país com 200 milhões de pessoas, um PIB gerando em torno de R$ 4 trilhões, uma economia tão diversa e heterogênea que atribuir problemas na economia a uma única figura, a um único partido ou a um único fator é algo problemático e que acaba corroborando os dados desse instituto. A falta de juízo do cidadão brasileiro acerca da realidade que ela está vivenciando acaba levando a juízos equivocados."

Na avaliação do pesquisador, as realidades nos países pesquisados variam muito. Segundo ele, a China tem a questão de um sistema político diverso, Índia e África (do Sul) são países com percentual elevado de analfabetos.

"Muitas vezes a percepção que chega aos brasileiros dos Estados Unidos também é equivocada. Os EUA também têm um sistema de comunicação extremamente oligopolizado que muitas vezes também não trazem a interpretação fidedigna da realidade, seja de lá, seja do mundo."

Para Moura, o Brasil, tem um legado muito grande de exclusão, de falta de acesso aos meios de comunicação.

"O problema é que, mesmo tendo os cidadãos acesso a esses meios, eles não são plurais. Você não vê muita diversidade de opiniões antagônicas. A mídia tem essa fachada de ser plural, de se preocupar com a variedade de opiniões, mas a gente sabe que em termos prático isso não é verdade."


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