Especialistas explicam como tratar e evitar otite em cães e gatos
Doença representa entre 8% e 15% dos casos atendidos em clínicas veterinárias do Brasil.
Especialistas explicam como tratar e evitar otite em cães e gatos - Foto: Assessoria de Comunicação
A médica veterinária, Alessandra Farias, explica que as otites podem ser classificadas como internas, médias ou externas. A otite externa é a forma mais branda da inflamação e, no geral, as principais causas estão relacionadas à limpeza incorreta, o que acaba tornando a região mais favorável para o crescimento dos fungos. Quando a lesão ocorre na região localizada depois do tímpano, trata-se de uma otite média, que costuma ser mais dolorosa e pode causar liberação de secreções ou acúmulo de líquidos nos ouvidos dos pets. Por fim, a otite interna é a mais grave, por atingir a região das principais estruturas responsáveis pela audição e equilíbrio do corpo. Independentemente do tipo de otite, Alessandra Farias alerta para a importância de consultar um médico veterinário ao notar algum indicativo da infecção, especialmente por se tratar de uma infecção multifatorial.
Como forma de prevenção, a recomendação é preservar as barreiras protetoras naturais da região. “É importante levar o pet para o banho em locais de confiança, que tenham atenção especial à limpeza dos ouvidos e o cuidado de não esquecer de retirar o algodão úmido, utilizado para evitar a entrada de água abundante no conduto auditivo, pois isso causa a proliferação dos fungos e bactérias. Limpar a área visível dos ouvidos dos pets semanalmente também auxilia na prevenção”, afirma.
A professora e médica veterinária especializada em dermatologia, Marcia Lima, acrescenta que a remoção dos pelos da orelha pode acarretar em otites recidivantes. “O conduto auditivo dos pets possui várias barreiras protetoras, como uma camada de gordura impermeabilizante sobre a pele e os pelos. Essas barreiras evitam que agentes irritantes misturados à água possam aderir e agredir o local e também mantêm o ar e partículas de poeira longe do tímpano. Quando os pelos são retirados, grande parte da proteção fisiológica se perde”, explica.
Existem inúmeras fórmulas que podem ser utilizadas para o tratamento da otite, mas a administração dos medicamentos sem a realização de exames dermatológicos e orientação veterinária pode ser ineficaz ou até danificar o interior do conduto auditivo, o labirinto, e provocar redução da audição. “Isso acontece porque existem muitos tipos de otites e, para cada uma delas, há uma forma de tratar. O tutor deve sempre solicitar a citologia otológica ao médico veterinário antes e depois de iniciar a medicação. Também é fundamental seguir todas as recomendações, controlando não apenas a otite, como também a causa da infecção”, aconselha Marcia Lima. O prazo de utilização da medicação também deve ser respeitado, para garantir o tratamento completo da inflamação.
Para garantir medicamentos na dose ideal, os tutores podem optar por fórmulas manipuladas. “Com a otite, cada caso deve ser tratado de forma personalizada. A vantagem do manipulado é ter ativos que ainda não estão disponíveis no formato comercial e também possibilitar combinações que resultam em fórmulas mais efetivas para cada situação específica”, finaliza a veterinária Marcia Lima.